ANDRÉ BARROS -
O berço das Marchas da Maconha pelo Brasil é o Rio. Então nada mais justo que o ativismo carioca abrir a temporada das MM de maio. Entenda porque está luta é tão importante e porque sua presença é tão necessária.
No Jardim de Alah em Ipanema, vamos começar a concentração às 2:20 horas da tarde, para sair, às 4:20 com a nossa MARCHA DA MACONHA. O movimento é internacional, mas a luta acontece nas cidades. O Rio de Janeiro foi a primeira cidade do Brasil onde o evento aconteceu.
É aqui que a repressão atua, num mercado de milionários que concorrem à base de bala pela distribuição de maconha, armas de fogo e munições. Ricos e brancos empresários, os verdadeiros traficantes, colocam policiais e soldados deste comércio, todos jovens, negros e pobres, trocando tiros bem na hora de ir para o trabalho e em horário escolar. Essa farsa chamada “Guerra às Drogas” é a que mais mata jovens de até 24 anos por arma de fogo no mundo.
Já que começou em Ipanema, numa chamada área nobre da cidade, o movimento é acusado de defender apenas os que querem fumar maconha. Essa acusação não tem qualquer sentido, porque, se exatamente nestas áreas o uso é tolerado, os moradores da zona sul não precisariam lutar pela legalização, pois é pequena a repressão nestes locais, tanto para usuários como para vendedores. Mas hoje, o movimento é realizado por moradores de todas as zonas da cidade, que se encontram na praia de Ipanema, que é de tod@s, como a luta, também, é para toda a cidade.
Agora, temos o apoio da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro. Com imensa honra, assinei e protocolei, junto com o presidente da Comissão, Marcelo Chalréo, um ofício na Secretaria de Segurança Pública, registrando que o destacamento do Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos (BPGE), ano passado, causou grande constrangimento e que o fechamento da pista é fundamental para a segurança das pessoas. Registramos no ofício que a Marcha da Maconha é amparada por garantias constitucionais e por duas decisões unânimes do Supremo Tribunal Federal. Já estamos conversando diretamente com a Secretaria de Segurança Pública para que a Marcha da Maconha ocorra em paz. Os advogados Emílio Figueiredo, Ricardo Nemer, Antônio Bastos, Ednardo Motta e Erik Torquato também tomaram iniciativa semelhante, através de outro ofício encaminhado para o Batalhão.
Assim, estamos tomando todas as precauções e buscando o diálogo urbano para evitar qualquer repressão à nossa Marcha da Maconha. O objetivo é a realização de um grande evento com milhares de pessoas cultivando a liberdade para não colher a guerra.
Maconheira e Maconheiros, vamos à praia de Ipanema neste sábado para plantar a paz na cidade do Rio de Janeiro.
*Fotografia: Dave Coutinho | Smoke Buddies.