Por JUCA KFOURI - Via blog do
autor -
Jamais havia acontecido um Fla-Flu pelo Campeonato Carioca fora do Rio de
Janeiro.
Alguém disse que foi o primeiro Fla-Flu na capital federal.
Mas não é verdade.
Foi, sim, o primeiro em Brasília.
Porque o clássico, disputado desde 1912, até 1961, quando Brasília passou
a ser a capital do Brasil, sempre foi disputado na capital federal, exatamente
a cidade do Rio de Janeiro.
O primeiro Fla-Flu, vencido pelo Tricolor por 3 a 2, no estádio da rua
Guanabara, foi visto por 800 torcedores.
O de ontem, no Mané Garrincha, teve 32 mil torcedores e foi rubro-negro,
por 2 a 1, gols de Willian Arão e Guerrero para o Flamengo, que fez 2 a 0, e
Gustavo Scarpa para o Flu.
Houve três expulsões, duas de jogadores do Fla, que jogou melhor e mereceu
amplamente a vitória.
Só que, na verdade verdadeira, o primeiro Fla-Flu foi disputado 40 minutos
antes do nada, como escreveu o imortal Nelson Rodrigues.
E o de ontem foi mais um para manter acesa a mística do clássico mais
charmoso do país.
Afe! Os 100% ficaram em Araraquara. Que jogo!
Ferroviária e Corinthians
se enfrentam desde 1956 e desde 1996 não duelavam em Araraquara.
Pois
uma rivalidade de 60 anos e há 20 sem se dar atraiu apenas 9 mil
torcedores à bela Fonte Luminosa que alguém de mau gosto quer chamar de Arena
da Fonte e que tem capacidade para 20 mil pessoas.
De
fato, o torcedor interiorano adora o Paulistinha.
Gramado perfeito e jogo animado,
o goleiro Rodolfo fez três milagres e a trave mais um para evitar que Uendel,
Wilson e Maycon abrissem o placar para o Corinthians.
Ao
fazer valer a velha máxima “quem não faz, toma”, a Ferroviária, em seu primeiro
chute ao gol, e para coroar uma boa atuação, fez 1 a 0, aos 29, com Juninho.
Três
minutos depois os anfitriões só não ampliaram porque Fagner evitou quase na
linha fatal, depois que a Ferroviária tomou conta da partida.
Os
dois times com as melhores campanhas no Paulistinha faziam o melhor jogo do
campeonato até agora e com lealdade, quase sem faltas.
E
o Corinthians foi para o intervalo perdendo os 100% e a invencibilidade sob os
gritos de “AFE,AFE,AFE”, menção ao nome da Associação Ferroviária de Esportes,
clube que encantou o futebol paulista em fins dos anos 1950, começo dos 60.
Logo
aos 5 do segundo tempo, quando a Ferroviária seguia superior, foi marcado um
desses pênaltis de mão na bola que não convence e Lucca empatou: 1 a 1.
Sim,
o zagueiro estava com os braços abertos, mas claramente a bola bateu no braço,
sem a menor intenção…
O
jogo seguiu agradável.
A
invencibilidade estava recuperada. Tratava-se de buscar a manutenção dos 100%.
Aos
13, a invencibilidade voltou a ir para cucuia, num chute forte, de fora da
área, de Juninho, que Cássio ainda tocou, mas em vão.
Tite,
então, mexeu, aos 18, ao trocar Danilo por Giovanni Augusto, e, aos 24, ao
tirar Maycon e botar Marlone.
Não
era a Ferroviária de antigamente, do goleiro Rosan, Dirceu, de Dudu, Bazani,
Faustino, Baiano, mas era um time muito bem montado e de bola no pé, além de
marcação bem feita.
Aos
30, saiu Romero, entrou André.
Fisicamente
era clara a superioridade araraquarense.
Mas
o Corinthians não desistia, embora Marlone tenha se machucado em seu primeiro
lance e apenas fazia número em campo.
Aos
38, o reconhecimento ao esforço veio em bola que bateu em Giovanni Augusto,
cruzada por Fagner e furada por um zagueiro adversário: 2 a 2!
Aos
40, Cássio socou mal a bola em cobrança de escanteio e Yago salvou o
terceiro gol da Ferroviária.
Aos
42 foi a vez da trave salvar o Corinthians. Uma loucura!
Aos
46, Cássio salvou a lavoura. E, aos 46 e meio, Rodolfo a salvou.
O
empate ficou de ótimo tamanho para o Timão, não mais 100%, mas ainda invicto,
assim como a Ferroviária manteve a sua invencibilidade em casa, há 23 jogos.