Via Correio do Brasil -
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
disse nesta sexta-feira que a presidenta da República, Dilma Rousseff, tem de
ter “cautela” caso decida vetar o Projeto de Lei (PL) 4.330/2004, que
regulamenta a terceirização. De acordo com Cunha, Dilma não deve assumir
a posição do PT, mas da base que a sustenta politicamente.
– A presidente não é sustentada politicamente somente pelo PT, é
sustentada por vários partidos. E todos esses outros partidos votaram pelo
projeto. Então [ela] tem de ter a cautela de que o governo tenha uma posição
que seja a posição da maioria da sua base – disse em entrevista à
imprensa o presidente da Câmara antes de participar de evento da Força
Sindical, que ocorre na zona norte da capital paulista, comemorativo pelo Dia
do Trabalho.
– A presidenta da República tem de ter a cautela, é um direito dela
ter opinião, ele sempre terá o direito de vetar qualquer proposta, embora [se
saiba que] a última palavra será do Congresso, que vai apreciar o seu
veto – acrescentou Cunha.
Na última semana, a presidenta Dilma Rousseff disse que o governo
reconhece a importância do projeto que regulamenta a terceirização, mas avaliou
que a proposta deve ser discutida com equilíbrio e não pode significar a perda
de direitos trabalhistas e de arrecadação.
Eduardo Cunha questionou se a Presidência da República irá também adotar
a pauta do PT e a da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na votação do ajuste
fiscal, que deverá entrar brevemente em votação no Congresso.
– Nós vamos ter agora, por exemplo, a medida de ajuste fiscal. Você tem
uma medida provisória polêmica, que os mesmos que contestaram a terceirização
estão contestando que se está retirando direito. Se ela for seguir a pauta da
central sindical e do PT, ela vai ter de pedir a sua base para votar contra a
medida provisória que ela editou? – indagou. “Passa a ser perigoso quando você
assume a pauta do PT e, consequentemente, a pauta do PT nem sempre coincide com
essa da base”, completou o presidente da Câmara.



