Via CREMERJ -
Superlotação da emergência e falta de medicamentos foram constatados durante fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado do RJ (CREMERJ) na ultima quinta-feira (30), no Hospital Estadual Carlos Chagas. A unidade, que possui 189 leitos, estava lotada e tinha 62 pacientes, a maioria em estado grave, internados em leitos improvisados em salas e corredores.
Superlotação da emergência e falta de medicamentos foram constatados durante fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado do RJ (CREMERJ) na ultima quinta-feira (30), no Hospital Estadual Carlos Chagas. A unidade, que possui 189 leitos, estava lotada e tinha 62 pacientes, a maioria em estado grave, internados em leitos improvisados em salas e corredores.
Devido à superlotação,
a sala de trauma se tornou uma espécie de sala vermelha para atender os casos
mais graves. Um dos pacientes estava internado em uma maca de transporte, sem
aparador nas laterais, apesar de estar intubado. Homens e mulheres com
indicação cirúrgica também estavam internados no corredor principal da
emergência porque a sala cirúrgica estava lotada.
A internação de pessoas
nos corredores é rotineira no Carlos Chagas, segundo relatos de médicos. Além
das pessoas que procuram diretamente o hospital, a unidade recebe muitos
pacientes encaminhados pelo Corpo de Bombeiros. Enquanto o CREMERJ realizava a
fiscalização, dois pacientes – um deles com infarto agudo do miocárdio – foram
levados em ambulância por um bombeiro.
A falta de insumos é
outro problema que tem preocupado médicos e funcionários do hospital. Há
deficiência de medicamentos como xilocaína, antibióticos e intravenosos e de outros
materiais. Na pediatria, por exemplo, atualmente, faltam alguns antibióticos e
tipos de seringa.
“A situação é caótica
na emergência. Macas espalhadas pelos corredores, pacientes graves internados
nessa área. O corredor virou uma extensão das enfermarias. Vimos que médicos e
outros profissionais de saúde estão se esforçando para atender os pacientes
dignamente, mas a superlotação e a falta de medicamentos prejudicam o
atendimento”, afirmou o diretor do CREMERJ Gil Simões, que coordena a Comissão
de Fiscalização do Conselho.
A unidade funciona com
plantões de seis clínicos, três cirurgiões, três pediatras durante o dia e a
noite, porém há desfalques nos fins de semana. O hospital não tem ortopedista
nem neurologista. Os médicos trabalham com vínculos diversos, como estatutários
e contratados pela Fundação Saúde ou por cooperativa.
Já o setor de
endoscopia está paralisado há mais de oito meses porque os equipamentos
continuam quebrados. Apenas a parte de colonoscopia está em funcionamento.
Segundo a direção, os aparelhos não foram consertados porque um novo contrato
de manutenção estava em processo de licitação. A nova empresa assumirá a partir
de maio. Enquanto isso, a Infratec realizava somente reparos pequenos ou
urgentes.
Quanto à falta de medicamentos,
a direção informou que foi principalmente provocada pelo atraso na chegada de
insumos pelo Rede/FES – Fundo Estadual de Saúde.
O CREMERJ enviará o
relatório de fiscalização para o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro.
“Vamos também entrar em
contato com o secretário estadual de Saúde. É um caso grave que precisa ser
resolvido o mais rápido possível”, declarou a vice-presidente do CREMERJ, Ana
Maria Cabral.
Além de Gil Simões e
Ana Maria Cabral, participaram da fiscalização as médicas fiscais do CREMERJ
Simone Assalie e Carolina Mascarenhas.



