ILUSKA LOPES -
Hildegard Angel sugeriu que entradas nas praias da
zona sul do Rio de Janeiro comecem a ser pagas. Medida, de acordo com a
jornalista, visaria 'solucionar' casos de violência. Texto foi retirado
do ar após repercussão negativa.
Banhistas de todas as matizes lotam a praia do Arpoador, na zona sul do Rio de Janeiro (João Laet/Agência O Dia). |
Em texto publicado segunda-feira, a jornalista Hildegard Angel
sugeria, em dois tópicos, que a redução da violência no verão carioca
não merecia ações “titubeantes” do poder público. As medidas propostas,
no entanto, geraram uma repercussão negativa e provocaram uma chuva de
críticas à Hildegard, que chegou a ser acusada de simpatizar com
ideologias nazistas.
Segundo sugestões de Hilde, as autoridades precisam ser “enérgicas e
corajosas”, e a população não pode estar sujeita ao medo, à violência e
ao vandalismo desenfreados. A primeira medida proposta por Hilde, então,
é que “em dias de grande concentração de pessoas nas ruas e praias, nos
fins de semana e feriados do verão”, a circulação de linhas de ônibus e
metrô no fluxo Zona Norte – Zona Sul seja “drasticamente” diminuída.
A segunda e não menos polêmica sugestão da jornalista, chamada por
ela de “plano B radical”, é cobrar entrada nas praias do Leme,
Copacabana, Ipanema e Leblon. Segundo ela, que assume que as “soluções”
são “antipáticas e discriminatórias”, a justificativa para tais atos é
que, do contrário, a vida do carioca seria um caos. Ou, de acordo com
ela, caos já é.
O texto de Hildegard Angel foi deletado de sua página original após
gerar grande repercussão negativa nas redes sociais. Reproduzimos,
abaixo, a íntegra do conteúdo:
O caos já se instalou no Rio, o poder público precisa coragem para agir à altura dele!
Certamente por maior que seja nosso efetivo policial, ele jamais
será grande o suficiente para reprimir as hordas e hordas de jovens
assaltantes e arruaceiros, que geram intranquilidade atacando cariocas e
turistas nesses arrastões do verão no Rio de Janeiro.
É uma crise grave. O poder público não pode nem deve ser
titubeante. Há momentos em que ele precisa ser enérgico e corajoso o
suficiente para tomar medidas necessárias que desagradem. A população
não pode estar sujeita ao medo, à violência, ao vandalismo desenfreados.
Há ações que necessitam ser implementadas. Certamente os especialistas
sabem quais são, mas sugerir não ofende.
1 – Em tais dias de grande concentração de pessoas nas ruas e
praias, nos fins de semana e feriados do verão, diminuir drasticamente a
circulação das linhas de ônibus e de Metro no fluxo Zona Norte – Zona
Sul, estimulando o aumento do fluxo Zona Norte – Zona Oeste, para haver
uma distribuição mais equilibrada da população das praias. Barra,
Recreio, São Conrado têm praias imensas, lindas. Modo de evitar
concentrações opressivas.
2 – Caso essa providência não alcance resultado, partir para um
plano B radical: cobrar entrada nas praias de Leme, Copacabana, Ipanema,
Leblon. Isso pode soar com estranheza para os cariocas, que sempre
tiveram a praia gratuita, mas no exterior é a normalidade. Preços
módicos, naturalmente.
As medidas são antipáticas e discriminatórias, concordo. Mas ou é isso ou será o caos. Ou melhor, o caos já é. Daí pra pior.
* Com informações de O Dia e Pragmatismo político.