14.1.15

JORNALISTA PROPÕE COBRANÇA DE ENTRADA EM PRAIAS

ILUSKA LOPES -

Hildegard Angel sugeriu que entradas nas praias da zona sul do Rio de Janeiro comecem a ser pagas. Medida, de acordo com a jornalista, visaria 'solucionar' casos de violência. Texto foi retirado do ar após repercussão negativa. 

Banhistas de todas as matizes lotam a praia do Arpoador, na zona sul do Rio de Janeiro (João Laet/Agência O Dia).
Em texto publicado segunda-feira, a jornalista Hildegard Angel sugeria, em dois tópicos, que a redução da violência no verão carioca não merecia ações “titubeantes” do poder público. As medidas propostas, no entanto, geraram uma repercussão negativa e provocaram uma chuva de críticas à Hildegard, que chegou a ser acusada de simpatizar com ideologias nazistas.

Segundo sugestões de Hilde, as autoridades precisam ser “enérgicas e corajosas”, e a população não pode estar sujeita ao medo, à violência e ao vandalismo desenfreados. A primeira medida proposta por Hilde, então, é que “em dias de grande concentração de pessoas nas ruas e praias, nos fins de semana e feriados do verão”, a circulação de linhas de ônibus e metrô no fluxo Zona Norte – Zona Sul seja “drasticamente” diminuída.

A segunda e não menos polêmica sugestão da jornalista, chamada por ela de “plano B radical”, é cobrar entrada nas praias do Leme, Copacabana, Ipanema e Leblon. Segundo ela, que assume que as “soluções” são “antipáticas e discriminatórias”, a justificativa para tais atos é que, do contrário, a vida do carioca seria um caos. Ou, de acordo com ela, caos já é.

O texto de Hildegard Angel foi deletado de sua página original após gerar grande repercussão negativa nas redes sociais. Reproduzimos, abaixo, a íntegra do conteúdo: 

O caos já se instalou no Rio, o poder público precisa coragem para agir à altura dele! 

Certamente por maior que seja nosso efetivo policial, ele jamais será grande o suficiente para reprimir as hordas e hordas de jovens assaltantes e arruaceiros, que geram intranquilidade atacando cariocas e turistas nesses arrastões do verão no Rio de Janeiro.

É uma crise grave. O poder público não pode nem deve ser titubeante. Há momentos em que ele precisa ser enérgico e corajoso o suficiente para tomar medidas necessárias que desagradem. A população não pode estar sujeita ao medo, à violência, ao vandalismo desenfreados. Há ações que necessitam ser implementadas. Certamente os especialistas sabem quais são, mas sugerir não ofende.

1 – Em tais dias de grande concentração de pessoas nas ruas e praias, nos fins de semana e feriados do verão, diminuir drasticamente a circulação das linhas de ônibus e de Metro no fluxo Zona Norte – Zona Sul, estimulando o aumento do fluxo Zona Norte – Zona Oeste, para haver uma distribuição mais equilibrada da população das praias. Barra, Recreio, São Conrado têm praias imensas, lindas. Modo de evitar concentrações opressivas.

2 – Caso essa providência não alcance resultado, partir para um plano B radical: cobrar entrada nas praias de Leme, Copacabana, Ipanema, Leblon. Isso pode soar com estranheza para os cariocas, que sempre tiveram a praia gratuita, mas no exterior é a normalidade. Preços módicos, naturalmente.

As medidas são antipáticas e discriminatórias, concordo. Mas ou é isso ou será o caos. Ou melhor, o caos já é. Daí pra pior.

* Com informações de O Dia e Pragmatismo político.