HELIO FERNANDES -
Durante 9 minutos as duas seleções parece que se estudam,
mas sem efetividade. As bolas vão e voltam, não chegam perto do gol, que quando
o relógio “crava” nos 10, Muller recebe uma bola completamente desprotegido,
chuta e a bola entra despropositadamente. Dante estava no lance, não foi, um
inferno.
Aos 13, pênalti claro em cima de Marcelo, derrubado pelo
zagueiro. E como reclama, é empurrado quase agredido pelo infrator. Surge a
ameaça de uma briga generalizada, o árbitro não marca nada. Mas tem a noção ou
a intuição de que houve falta (e dentro da área é pênalti) chama
o zagueiro, adverte-o. Só isso?
Mais de 90 por cento do estádio é de
brasileiros, menos de 10 torcem para a Alemanha. É o natural, mas se acreditava
que o confronto fosse o menos hostil. Mas não existe maior hostilidade do que a
do placar. E isso vai aumentando.
Aos 22 minutos, o ataque da Alemanha envolve
completamente o meio de campo e a defesa do Brasil, chega perto do gol, Julio
Cesar faz grande defesa, mas é vencido pelo segundo chute do Klose, que passa a
ser o maior artilheiro da Copa. Mas isso é o de menos, ou ainda é pouco.
Tendo sofrido o segundo gol aos 22 minutos, o
Brasil recebe o choque do terceiro aos 24, e do quarto aos 26. Para deixar bem
claro. QUATRO A ZERO. E pela facilidade da Alemanha e dificuldade do Brasil,
pode ser utilizada a palavra MASSACRE.
E na progressão dos minutos 20, vem o quinto
gol aos 28. Resumindo e sumarizando: 22, 24, 26, 28. Se fosse no boxe seria o
caso de jogar a toalha.
Mas é futebol, quer dizer, para a Alemanha.
Para essa seleção e para o futebol brasileiro o que acontecerá a partir de
agora? E Neymar, o que estará sentindo na alma, já que no físico, todos sabem o
que acontece. Superados os minutos 20, já nos 36 jogados, a seleção brasileira
tem ao mesmo tempo, a cara, o focinho e a mascara do Felipão, que nem sabe para
que lado olhar.
Alguns comentaristas (vejo
o jogo em duas televisões) dizem a mesma coisa: “Estamos torcendo para acabar
logo o primeiro tempo e alguma coisa pode ser feita no vestiário”. Mas com
cinco gols CONTRA, pretender o quê? Cinco gols a FAVOR para provocar a
prorrogação?
Isso é bem capaz de “passar pela cabeça do
Felipão”. Ou então, ele é tão contraditório e extravagante, já deve estar
pensando no jogo de sábado. Que jogo? O da disputa do terceiro e quarto lugar.
A Alemanha parou visivelmente não quer jogar para a história.
Começa
o segundo tempo, o Brasil humilhado técnica e taticamente
Cansei de dizer e escrever desde a convocação.
Felipão chamou jogadores que ninguém chamaria, deixou no Brasil profissionais
que ninguém deixaria. Eram todos iguais, seria impossível qualquer
substituição.
Se tivesse convocado, digamos Kaká, Luiz
Fabiano, Robinho, poderia ter entrado em campo contra a Alemanha, com formação
diferente. Vejamos, dentro de alguns segundos, as modificações feitas pelo
Felipão.
Basta
fazer um sorteio para ver os três que entram
Com 2 minutos, Fred, (inacreditável: não foi
substituído) se joga na área, como aconteceu na estreia contra a Croácia. O
árbitro olha para ele com desprezo.
Nas arquibancadas, vergonha, vexame,
perplexidade. Muita gente indo embora, em casa, televisões sendo desligadas. Mas
não muda coisa alguma. Felipão, diz para Parreira, fazem leitura labial, quando
garante para Parreira: “A culpa não é nossa”.
O
servil Marin
Uma culpa muito grande é desse subserviente
da ditadura que preside a CBF. E conspirou para colocar Felipão e Parreira na
seleção. Parreira desempregado, Felipão abandonou o Palmeiras que caminhava
para o naufrágio, (naufragou) da Serie B.
E assumiu a seleção com plenos poderes. Agora
quem vai se explicar perante o país?
Felipão,
na véspera
“Jogamos para 200 milhões, temos que ganhar o
título para eles”. Em menos de 30 minutos já PERDIAM (ele, Parreira e Marin)
por 5 a 0, que explicação darão a esses 200 milhões citados por eles?
Desinteressados,
alemães fazem o sexto
Jogando de olho no relógio, vendo apenas o
tempo passar, a Alemanha ainda teve oportunidade que aproveitou tranquilamente,
marcou mais 1 gol. Era o sexto, aos 22 minutos do segundo tempo. Já sofrera um
aos 22 do primeiro.
Qualquer
palavra serve
Aos 33 minutos, jogadores da Alemanha olham
para o placar, constatam o 7 a 0, se perguntam: “Fomos nós que fizemos isso?” E
eles mesmo respondiam: “Não é possível”.
Inacreditável cabe muito bem, resume tudo.
Mas não é palavra única, tragédia, massacre, vergonha, é só um resultado
inédito e alarmante, porque essa não é a seleção brasileira. É a “construção”
capaz de sair da cabeça do Felipão.
Desde
o início critiquei Felipão
Antes de começar a Copa mostrei o que se
poderia esperar de uma seleção ou de um conjunto de jogadores reunidos por
Felipão. Enquanto comentaristas de São Paulo, principalmente de televisão,
endeusavam Felipão, eu mostrava o que se poderia esperar dele.
Não tive um momento, um dia, um instante de
saudação a Felipão. Agora, Felipão e esses admiradores, que em vez de
jornalistas são felipaozistas, que confraternizem.
PS
– Hoje à tarde, Argentina-Holanda. Não pode mais haver a tão apregoada disputa
Brasil-Argentina.
PS1
– Mas pelo que houver hoje, se a Holanda vencer a Argentina, pode haver
Brasil-Argentina pela “disputa” do terceiro e quarto lugar. Que “jogão”.
PS2 –
Esses jogadores que morreram sem o menor espírito de luta, os mesmos que
repetiam as tolices do Felipão: “Temos que ganhar porque é a nossa obrigação,
mas temos que garantir a vitória para o Neymar, que tanto fez por nós?”.
PS3
– Não terão coragem de ir visitar Neymar, “que tanto fez por nós”. E depois,
como se encontrarão com o grande jogador?
PS4
– Nem ia registrar o gol do Brasil feito nos acréscimos. Oscar que não tinha o
que fazer, marcou esse gol.
PS5 –
A seleção terminou, vaiada, merecidamente.