HELIO FERNANDES - Via blog do autor -
Hoje, quarta-feira,
vai para as bancas de todo mundo, em 16 idiomas, a primeira edição do “Charlie"
depois do assassinato pelos terroristas. Com apenas 16 páginas tabloide, uma em
cada página, não será problema a tradução e sim a distribuição. Nos mais
distantes países (inclusive o Brasil), enorme expectativa.
Mantiveram o estilo
e o padrão do "Charlie", só que de 60 mil passaram para três milhões.
Foram apoiados por todos os jornais da França (e as revistas que começam a
circular amanhã) principalmente pelo "Liberacion", em cuja redação
estão trabalhando.
Gostando ou não
gostando, (e discordar é um direito de todos), o "Charlie" representa
hoje um sentimento coletivo de dor, sofrimento, tristeza, mas também protesto
aberto, livre, ostensivo, que mobilizou o mundo. O que mais estamos precisando,
pois o terrorismo veio para ficar.
Na capa, os
remanescentes do terrorismo venceram o desafio da criatividade. Precisavam
colocar Maomé na capa, mas de que maneira? O "Profeta" está chorando,
e diz apenas, "tudo está perdoado". É a primeira satira-incognita,
cada um interpreta como quiser. Mas a interpretação correta, "é que a luta
continua", e não estão errados.
O Vaticano, alvo
natural dos terroristas e órgãos da própria França, receberam ameaças. E
imediatamente reforçaram o policiamento. Os terroristas islâmicos ou de outras
procedências, dominaram pelo suspense e a incerteza. Até que decidam atacar
selvagemente em algum lugar, hora ou momento.
Por isso eu dizia
no dia seguinte: "Haja o que houver, o mundo não será mais o mesmo".
E também repetindo o que escrevi 24 horas depois do atentado: "Não ha
distancia para o terrorismo, tudo é perto para eles".
Ninguém, por mais
longe que esteja, estará perto e fácil para ser atingido. Podemos até dizer:
para esses terroristas, quanto mais distante melhor e mais surpreendente.
Não conheço
Anastasio, se passar por mim talvez não o reconheça. Nem quero Mem pretendo
defendê-lo, apenas colocar uma questão. Foi (oito anos governador de Minas,
nenhuma tradição ou acusação, tido e havido como intocável.
Agora surge com
“indiciação”, beneficiário de migalhas dos empreiteiros. SE fosse desonesto e
quisesse se aproveitar, no poderoso governo de Minas, poderia ter ficado com o
pão inteiro. Se provarem alguma coisa, reconhecerei.
CGU em
empreitada difícil
A Controladoria
Geral da União tentou ajudar as empreiteiras corruptas e corruptoras, com boa
intenção, todos reconhecem. Usou o mesmo “argumento” de outras pessoas,
advogados e gente “preocupada” com a possível punição das empreiteiras.
Principalmente se foram consideradas “inidôneas”, o que já são pela lógica
indestrutível dos fatos.
Teve a audácia de
procurara o Ministério Público Federal do Paraná que trata da Lava-Jato. A
proposta: “Livrar as empreiteiras (dos donos verdadeiros) da iminência de serem
consideradas inidôneas”.
Sugeria que eles
pagassem multas, mas não ficassem fora de licitações da Petrobras e de outras
estatais, as únicas que fazem obras colossais. Concluiu: “Isso seria bom para o
Brasil”. Foi recusado até com revolta.
PS- Escrevendo.
Lembro de outro Joachim famoso, também alemão, no tempo o primeiro de todos. O
Von Ribbentrop, chanceler, em 1936. Quando o Partido Nacional Socialista chegou
ao poder nesse ano, Hitler foi chanceler, (Primeiro Ministro), com o
marechal Hindemburg presidente.
PS2- Logo depois o
marechal morreria, Hitler acumularia os dois cargos. Como simples cabo na
Primeira Guerra, dominou os arrogantes e aristocratas generais da Alemanha.
PS3- O Primeiro
Ministro da Turquia informou oficialmente ao governo da França, que a
procuradissima Hayat Boumedienne estava na Turquia antes dos atentados e viajou
para a Síria. Ela nasceu na Argélia, exatamente como os irmãos terroristas
assassinos.
PS4- Em 1963,
quando presidente e De Gaulle libertou a Argélia para evitar uma guerra inútil,
custosa e desnecessária, o governo desse país foi organizado pelo camarada
Boumedienne, primeiro governo comunista.