O PSB confirmou na última quarta-feira (20) a indicação do deputado
gapucho Beto Albuquerque com candidato a vice-presidente na chapa de
Marina Silva. Visto como um quadro político forte dentro da campanha,
Albuquerque tinha boas relações tanto com Eduardo Campos, quanto com
Marina.
O deputado já foi por duas vezes secretário de governos
do PT no estado, na última passagem, entre 2011 e 2012, foi da pasta de
Infraestrutura do governo Tarso Genro. Sua base eleitoral é no noroeste
gaúcho, região em que a economia depende do agronegócio.
Na
campanha de 2010 o deputado recebeu dinheiro da indústria da arma, do
agronegócio e de uma cervejaria, o que desrespeita os ideais da Rede
sustentabilidade, partido que Marina tentou criar em 2013, que proibe
doações de empresas desses setores.
As informações disponíveis n
site do TSE dão conte que, fora o diretório nacional do partido, quem
mais doou pra sua campanha em 2010 foi a Cervejaria Petrópolis, com R$
100 mil. A Usina de Biodiesel BS Bios e a siderúgica Gerdau deram R$ 50
mil cada e as empresas de papel e celulose Klabin e Celulose
Riograndense, mais de R$ 42 mil. Além delas, a construtora Camargo
Correa doou R$ 40 mil, a Associação Nacional da Insdústria de Armas e
Munições, R$ 30 mil, e companhias de sementes e beneficiadores de grãos
compuseram outra grande parte do dinheiro da campanha.
Marina e
Beto Albuquerque entraram em rota de colisão no primeiro governo do
ex-presidente Lula por conta da medida provisória 131 de 2003, que
liberaria o plantio de soja transgênica no país. Beto foi um dos
articuladores da aprovação da medida no Congresso, enquanto Marina,
então ministra do meio ambiente, criticou a iniciativa.
Mudanças e crise na coordenação de campanha
Grande
parte do PSB não ficou satisfeita com as mudanças que Marina fez na
coordenação de campanha após concordar em ser a candidata a presidência
pelo partido na última quarta-feira (20).
A ex-ministra colocou
membros ligados a Rede Sustentabilidade em cargos centrais da campanha:
Walter Feldman virou coordenador geral e Barzileu Margarido foi nomeado
o titular do comitê financeiro.
Carlos Siqueira, homem forte de
Campos e ex-coordenador geral, abandonou a campanha acusando Marina de
“não representar o legado de Campos”. Em seu lugar, assumiu a
ex-prefeita e deputada federal por São paulo Luiza Erundina.
Com informações da Folha de S.Paulo.