Via Jornal A Nova Democracia -
O companheiro Chico foi um sindicalista e não ambientalista, isso o
coloca num ponto específico da luta de classes que compreendia a união
dos Povos Tradicionais (Extrativistas, Indígenas, Ribeirinhos) contra a
expansão pecuária e madeireira e a conseqüente devastação da Floresta.
Essa visão distorcida do Chico Mendes Ambientalista foi levada para o
Brasil e a outros países como forma de desqualificar e descaracterizar a
classe trabalhadora do campo e fortalecer a temática capitalista
ambiental que surgia. Leia a nota do Sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais de Xapuri (Acre) sobre a declaração da candidata
Marina Silva no debate da Rede Bandeirantes.
Nota do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Xapuri (Acre)
Nota de esclarecimento sobre a declaração da candidata Marina Silva no debate da Rede Bandeirantes.
Diante
da declaração da candidata à Presidência da República para as próximas
eleições, Marina Silva, onde esta coloca o companheiro Chico Mendes
junto a representantes da elite nacional, o Sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais de Xapuri (Acre), legítimo representante do legado
classista do companheiro Chico, vem a público manifestar-se nos
seguintes termos:
Primeiramente, o companheiro Chico foi
um sindicalista e não ambientalista, isso o coloca num ponto específico
da luta de classes que compreendia a união dos Povos Tradicionais
(Extrativistas, Indígenas, Ribeirinhos) contra a expansão pecuária e
madeireira e a conseqüente devastação da Floresta. Essa visão distorcida
do Chico Mendes Ambientalista foi levada para o Brasil e a outros
países como forma de desqualificar e descaracterizar a classe
trabalhadora do campo e fortalecer a temática capitalista ambiental que
surgia.
Em segundo, os trabalhadores rurais da
base territorial do Sindicato de Xapuri (Acre), não concordam com a
atual política ambiental em curso no Brasil idealizada pela candidata
Marina Silva enquanto Ministra do Meio Ambiente, refém de um modelo
santuarista e de grandes Ong’s internacionais. Essa política prejudica a
manutenção da cultura tradicional de manejo da floresta e a
subsistência, e favorece empresários que, devido ao alto grau de
burocratização, conseguem legalmente devastar, enquanto os habitantes
das florestas cometem crimes ambientais.
Terceiro, os candidatos que compareceram
ao debate estão claramente vinculados com o agronegócio e pouco
preocupados com a Reforma Agrária e Conflitos Fundiários que se espalham
pelo Brasil, tanto isso é verdade, que o assunto foi tratado de forma
superficial. Até o momento, segundo dados da CPT, 23 lideranças
camponesas foram assassinadas somente neste ano de 2014. Como também não
adentraram na temática do genocídio dos povos indígenas em situação
alarmante e de repercussão internacional.
Por fim, os pontos elencados, são os
legados do companheiro Chico Mendes: Reforma Agrária que garanta a
cultura e produção dos Trabalhadores Tradicionais e a União dos Povos da
Floresta.
Xapuri, 27 de agosto de 2014
José Alves – Presidente
Waldemir Soares – Assessor Jurídico