Via ESPN -
Nesta sexta-feira, após o treino do Flamengo, o técnico Vanderlei
Luxemburgo foi questionado sobre o racismo cometido contra o goleiro
Aranha, do Santos, por alguns torcedores do Grêmio, na última quinta, em
Porto Alegre. Para o treinador, o caso se trata de "ira momentânea que
ultrapassou o limite da educação" e citou Mike Tyson e Pelé para
questionar o que seria considerado preconceito ou não.
"Pelé sofreu a vida toda com isso. Eu mesmo o chamei de negão no
jogo. Brincando com o Robinho fui processado. Aqui, eu chamo jogador de
negão, grito 'marca aqui, negão'. Minha filha é casada com um negro de
olhos verdes e nasceu uma menina bonita para caramba. Estão aproveitando
a visibilidade do futebol. Tem gay no futebol, falam e aí?", afirmou.
"Eu tenho certeza que aquela menina (chamou Aranha de 'macaco' em imagem flagrada pela ESPN)
deve ter alguns amigos negros, que participam e convivem com ela. Era
uma ira momentânea que ultrapassou o limite da educação", analisou Luxa.
O
técnico citou até o caso de racismo sofrido por Daniel Alves no começo
deste ano - um torcedor do Villarreal atirou uma banana no gramado, o
lateral brasileiro a pegou e comeu - e a campanha "Somos Todos Macacos".
"Eu
não sou macaco. Sou um cidadão, que deve respeitar o outro cidadão.
Estão tratando racismo no futebol como se fosse na sua essência",
disparou.
"Mike Tyson, que era negro, desestabilizava seu
adversário chamando de crioulo, de gay. Aquilo é uma competição e não
vejo como racismo. Para mim, é quando você é proibido de entrar em um
consultório ou restaurante por ser negro", falou o treinador, que teve
um início avassalador pelo Fla no Campeonato Brasileiro.