27.8.14

MARINA DISPARA NAS PESQUISAS DO IBOPE. COMANDANTA DILMA SOFRE O BAQUE DA REJEIÇÃO. APÓS O DEBATE DA BAND, PT BOQUINHA E LULA-LÁ ENTRAM EM PÂNICO. ANALISTAS PREVEEM VITÓRIA DE MARINA

ROBERTO MONTEIRO PINHO - 

No debate realizado na terça-feira (26) pela Rede Bandeirantes a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, voltou sua artilharia pesada contra a presidente Dilma Rousseff (PT). A tática parece ter dado resultado. Os mais afetos a política e de olho sucessão, acreditam que Marina ganhou pontos, quanto aos demais candidatos.

Entre os ataques, Marina afirmou que o governo petista não reconheceu os problemas do país após as manifestações de junho de 2013 e sugeriu que os pactos propostos pela presidente não deram resultado.  Na réplica, Dilma lembrou que o Congresso aprovou o projeto que destina 75% dos royalties do petróleo para educação e 25% para a saúde. Além disso, citou que o programa "Mais Médicos" atende a 50 milhões de brasileiros. Marina rebateu: “Esse Brasil colorido que a presidente acaba de mostrar não existe. A reforma política virou troca de ministros”, e acrescentou que a segurança, a educação e a saúde vivem em um estado de “penúria”.
O candidato do PSDB, Aécio Neves, falou sobre a geração de empregos nos governos do PSDB e PT. O tucano disse que a presidente Dilma “fala para trás” (numa clara referencia ao governo Lula) porque tem receio de debater o futuro. Ao final alfinetou: “o governo petista sucateou a indústria e que o país terá neste ano um dos piores crescimentos na América Latina”. “O governo perdeu a capacidade de inspirar confiança”, disse Aécio, que acusou o PT de ter sido beneficiado pela “herança bendita” dos tucanos na estabilidade da economia. 

Marina passa Aécio e cola na comandanta Dilma 

Agora Dilma, PT boquinha, e Lula-lá enfrentam o furacão de votos de uma candidatura que surgiu infelizmente após uma tragédia, mas que soube dar um significado político, ao manter as diretrizes do programa do PSB, postura a altura do seu líder Eduardo Campos. Por isso, embora já tivesse seu lastro de votos, a candidata do PSB a Presidência, Marina Silva disparou nas pesquisas. De acordo com os números divulgados há pouco pelo Ibope, com 29% das intenções de voto, Marina disparou na corrida eleitoral e agora está próxima da presidente Dilma Rousseff (PT), que teria 34% no primeiro turno se as eleições fossem hoje.

O Instituto revelou ainda que em um eventual segundo turno entre as duas candidatas, Marina ainda ganharia de Dilma, com nove pontos percentuais à frente - 45% contra 36%. Já o candidato, Aécio Neves (PSDB), aparece em terceiro lugar com 19% das intenções de voto. Caso vá para o segundo turno com Dilma, o tucano teria 35% contra 41% da petista.

É bom lembrar que na pesquisa anterior, divulgada pelo Ibope em 7 de agosto, a presidente Dilma tinha 38% das intenções de voto e Aécio aparecia em segundo lugar, com 23%. Já Eduardo Campos, (falecido) na ocasião, candidato do PSB à presidência tinha 8%.

Segundo o Ibope a ex-senadora é também a que tem menor índice de rejeição entre os três primeiros colocados. Apenas 10% dizem que não votaria na candidata, contra 36% que rejeitam Dilma e 18%, Aécio. Pastor Everaldo tem 14% de rejeição e Zé Maria (PSTU) tem 11%.

A avaliação ao governo da atual presidente Dilma Rousseff teve pequena variação positiva. Para 34% dos eleitores, a gestão dela é boa ou ótima. Na avaliação anterior, esse índice era de 32%. Entre os que desaprovam, o índice de ruim ou péssimo passou de 31% para 29% neste levantamento. A pesquisa foi encomendada pela Rede Globo e pelo jornal Estado de São Paulo, e ouviu 2.506 eleitores entre os dias 23 e 25 de agosto. 

A sucessão nos Estados está deixando Dilma no retrovisor 

Em São Paulo a comandanta Dilma poderá amargar sua maior derrota nos estados. Alem de registrar baixos índices de pesquisa, os paulistanos são os que mais rejeitam a petista. O levantamento de opinião do instituto Datafolha encomendado pela TV Globo e pelo jornal "Folha de São Paulo", divulgado dia 15 de agosto de 2014, Geraldo Alckmin permanece na liderança pelo Governo, com grandes chances de vencer no primeiro turno. Paulo Skaf (PMDB) tem 16% e Alexandre Padilha (PT 5%).

Já nos estados a situação do PT se complica a cada dia. De acordo com o levantamento realizado pela  Arko Advice tendo como base as coligações nos 26 estados e no Distrito Federal (DF), a aliança PT e PMDB, principais partidos de sustentação da candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT) à reeleição, será reproduzida em apenas oito estados e no DF. Os números são inquietantes para a comandanta Dilma. Isso porque petistas e peemedebistas estão em lados opostos em 17 estados. Nesses, o PMDB optou por alianças com o PSDB em cinco estados (Espírito Santo, Rio de Janeiro, Acre, Ceará e Bahia) e com o PSB em outros cinco (Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Rondônia). 

Segundo turno 

Tudo indica que teremos um segundo turno entre Dilma e Marina, e só um milagre parece capaz de levá-lo ao segundo turno.

Na opinião de renomados consultores na área de análise político/eleitoral, tivesse Marina conseguido formar a Rede, ela já estaria onde está há muito tempo, no encalço de Dilma. Eles apontam, com o qual corroboro de que nos protestos de junho de 2013,ela foi o único grande nome da política que escapou da execração geral. Grande parte dos eleitores de Marina estava nas ruas naqueles dias de junho.

Eles pediam mudanças – mas não o tipo de mudança associado ao envelhecido PSDB. Com os tucanos, não seria exatamente mudança e sim retrocesso.

Marina personificou então para os manifestantes a mudança, com sua imagem de alguém que não faz alianças com políticos tidos como símbolo do atraso, de Maluf a Sarney. Marina, de alguma maneira, remetia naqueles dias de protestos ao Lula dos anos 1980. Como o Lula sindicalista, ela parecia “diferente de tudo que está aí”. Também a origem humilde como a de Lula contribuiu para a formação de uma imagem de “pureza” que acabaria por compor seu perfil para muitos brasileiros em busca de “algo novo”. Com esse perfil, Marina deve crescer ainda mais, encarna uma trilha encontrada pelo descontentes, que desejam mudanças, a partir de nomes e, personalidade e propostas, mesmo que sejam simples, mas objetivas e capazes de convencer essa massa esquecida da velha política nos últimos anos. 

Sem mais surpresas, incidentes e acidentes, tudo indica que o próximo presidente seja uma mulher, e na lista das probabilidades, Marina Silva já está sendo apontada como a próxima comandanta dos esquecidos.