28.8.14

LULA, NA ENTRESSAFRA ELEITORAL, IRREVOGÁVEL, DILMA, INCOMPETÊNCIA CONGÊNITA E ADQUIRIDA. AÉCIO INERTE E SILENCIOSO, DONA MARINA, NUMA ASCENÇÃO ASSOMBROSA, JÁ NA FRENTE DE TODOS

HELIO FERNANDES -

Está longe o tempo em que Lula enterrava postes onde bem entendesse. Lula foi o primeiro poste dele mesmo. Candidato derrotado três vezes seguidas, insistiu, ganhou na quarta, fato inédito no mundo inteiro. Reeleito, tentou o terceiro mandato, não conseguiu, "plantou" Dona Dilma, incompetente e congênita e adquirida.

Ele sabia disso. Mas tinha tudo planejado. Ganhou com ela, ou melhor, ela ganhou com ele. Mas só fez bobagem.

Nunca imaginou que ela fosse tão frágil, sempre acreditou no "volta Lula", agora não dá mais para ele ou para ela. Arrogante e péssimo analista acha que Dona Dilma e Padilha darão a volta por cima. Em SP, o candidato não sai dos 5 por cento, Lula se arrisca, "ele chegará aos 20 por cento". Mesmo que chegasse, o que valeria isso?

Dona Dilma, no teste do debate de ontem na Band, mostrou a fragilidade. Não toda, o tempo curto não permitia. Mas vai se esvaindo aos pedaços. No ritmo em que caminha, não haverá segundo turno. Dona Marina vencerá primeiro, Aécio nem é considerado até mesmo em simulação para um suposto ou possível segundo turno, nem perderam tempo. 

A primeira e a segunda pesquisa 

Depois do drama impossível de identificar com o desaparecimento de Campos, Aécio e Dilma não acreditavam no aparecimento de Dona Marina. Trabalharam (não conjuntamente) para que ficassem apenas os dois como candidatos, tentaram de todas as formas que o PSB não substituísse Campos.

Julgavam-se vitoriosos, veio à primeira pesquisa com Dona Marina "pesquisada" apesar de nem ter sido oficializada. Duas reações de Aécio e Dilma, ela representada pelo susto de Lula. Apesar de tudo, uma satisfação: Dona Marina subiu 9 pontos, mas nenhum tirado de Dilma ou Aécio. Os dois ficaram rigorosamente onde estavam, Dona Marina cresceu nove pontos. Quatro em cima dos que não iam votar, quatro entre os que anulariam o voto. Aécio e Dilma consideravam vitoria, o fato de não terem sido atingidos. Comemoraram e disseram a mesma coisa. "É voto da emoção, compreensível".

Só que agora caminhamos para a terceira semana da tragédia, permanece a dor, o sofrimento de perda, e Dona Marina cresce impiedosamente e implacável sobre Aécio e Dilma. Aécio foi devastado e jogado para fora da pista. Dona Dilma que não admitia segundo turno, mas ficava no limiar de ter que disputa-lo, se desespera pensando (?) na já quase imaginaria segunda ida ás urnas.

Agora praticamente já está dificílimo o segundo turno, se houver, apenas simbólico, rompimento efeito de Lula-Dilma, abrindo um janelão para que toda a população assista o rompimento entre os dois ex-amigos. Nas pesquisas, Dona Marina sobe aos saltos, Dona Dilma desaparece na mesma velocidade.

A segunda pesquisa: suicídio eleitoral de Dilma, Aécio não respira nem por aparelhos.

Encastelados no fato de não terem perdido um voto sequer para Dona Marina na primeira pesquisa, Aécio e Dilma, despreocupados esperavam a segunda. Pesquisada, revelada e publicada, ficaram assombrados. Dona Marina subiu a jato, desbancou Aécio, se aproximou tecnicamente de Dona Dilma. Na simulação ultrapassou a presidente-candidata. Nada surpreendente que o cidadão contribuinte-eleitor não seja obrigado a ir votar num agora hipotético segundo turno. 

A inacreditável rejeição de Aécio e da presidente 

Vai decidir a eleição, alem de outros fatores, todos favoráveis á candidata do PSB. Esta tem apenas três por cento de rejeição, nem podem usar a palavra. Aécio já subiu muito no patamar do "não votarei nele". E Dona Dilma difícil de estabelecer quando aparecem e fala como presidente ou como candidata.

Está com 46 pontos de rejeição, não é uma (palavra) e sim um dicionário inteiro. (Podem escolher entre o Aurélio ou o Houaiss. Não encontraram a definição e sim a perplexidade).

Uma semana antes Dona Marina não existe, agora está praticamente no pódio. 

E se houver debate? 

O que chamo de debate é o confronto um contra o outro, perguntas e respostas, nada de 45 segundos para réplica, e quinze para a tréplica, perda de tempo. Os candidatos se exibindo, o público julgando a pergunta e a resposta.

PS- Inesquecível para o repórter, o primeiro debate franco e aberto, realizado em qualquer país. Nos EUA, 1960, Kennedy e Nixon. A televisão estava começando, ainda em preto e branco. A televisão era mediocrissima, assim mesmo o debate foi visto por 60 milhões de pessoas.

PS2- O repórter Ted White cobriu as duas campanhas, escreveu o livro “Como se faz um presidente”. Analisou o debate, concluiu: “Kennedy ganhou na televisão, Nixon no rádio, nas urnas, venceu Kennedy com os votos dos mafiosos amigos do pai”.

PS3- Votaram 62 milhões, Kennedy foi eleito com a vantagem de um quinto de um por cento, 120 mil votos de diferença. 

PS4- Aqui não haverá debate de verdade. De qualquer maneira o cidadão-contribuinte-eleitor cansou do PT-PSDBB-PMDB, quer mudança, isso favorece Dona Marina.