HELIO FERNANDES -
Está
longe o tempo em que Lula enterrava postes onde bem entendesse. Lula foi o
primeiro poste dele mesmo. Candidato derrotado três vezes seguidas, insistiu,
ganhou na quarta, fato inédito no mundo inteiro. Reeleito, tentou o terceiro
mandato, não conseguiu, "plantou" Dona Dilma, incompetente e
congênita e adquirida.
Ele sabia
disso. Mas tinha tudo planejado. Ganhou com ela, ou melhor, ela ganhou com ele.
Mas só fez bobagem.
Nunca
imaginou que ela fosse tão frágil, sempre acreditou no "volta Lula",
agora não dá mais para ele ou para ela. Arrogante e péssimo analista acha que
Dona Dilma e Padilha darão a volta por cima. Em SP, o candidato não sai dos 5
por cento, Lula se arrisca, "ele chegará aos 20 por cento". Mesmo que
chegasse, o que valeria isso?
Dona
Dilma, no teste do debate de ontem na Band, mostrou a fragilidade. Não toda, o
tempo curto não permitia. Mas vai se esvaindo aos pedaços. No ritmo em que
caminha, não haverá segundo turno. Dona Marina vencerá primeiro, Aécio nem é
considerado até mesmo em simulação para um suposto ou possível segundo turno,
nem perderam tempo.
A primeira e a segunda pesquisa
Depois do
drama impossível de identificar com o desaparecimento de Campos, Aécio e Dilma
não acreditavam no aparecimento de Dona Marina. Trabalharam (não conjuntamente)
para que ficassem apenas os dois como candidatos, tentaram de todas as formas
que o PSB não substituísse Campos.
Julgavam-se
vitoriosos, veio à primeira pesquisa com Dona Marina "pesquisada"
apesar de nem ter sido oficializada. Duas reações de Aécio e Dilma, ela
representada pelo susto de Lula. Apesar de tudo, uma satisfação: Dona Marina
subiu 9 pontos, mas nenhum tirado de Dilma ou Aécio. Os dois ficaram
rigorosamente onde estavam, Dona Marina cresceu nove pontos. Quatro em cima dos
que não iam votar, quatro entre os que anulariam o voto. Aécio e Dilma consideravam
vitoria, o fato de não terem sido atingidos. Comemoraram e disseram a mesma
coisa. "É voto da emoção, compreensível".
Só que
agora caminhamos para a terceira semana da tragédia, permanece a dor, o
sofrimento de perda, e Dona Marina cresce impiedosamente e implacável sobre Aécio
e Dilma. Aécio foi devastado e jogado para fora da pista. Dona Dilma que não
admitia segundo turno, mas ficava no limiar de ter que disputa-lo, se desespera
pensando (?) na já quase imaginaria segunda ida ás urnas.
Agora praticamente
já está dificílimo o segundo turno, se houver, apenas simbólico, rompimento
efeito de Lula-Dilma, abrindo um janelão para que toda a população assista o
rompimento entre os dois ex-amigos. Nas pesquisas, Dona Marina sobe aos saltos,
Dona Dilma desaparece na mesma velocidade.
A segunda
pesquisa: suicídio eleitoral de Dilma, Aécio não respira nem por aparelhos.
Encastelados
no fato de não terem perdido um voto sequer para Dona Marina na primeira
pesquisa, Aécio e Dilma, despreocupados esperavam a segunda. Pesquisada,
revelada e publicada, ficaram assombrados. Dona Marina subiu a jato, desbancou
Aécio, se aproximou tecnicamente de Dona Dilma. Na simulação ultrapassou a
presidente-candidata. Nada surpreendente que o cidadão contribuinte-eleitor não
seja obrigado a ir votar num agora hipotético segundo turno.
A inacreditável rejeição de Aécio e da presidente
Vai
decidir a eleição, alem de outros fatores, todos favoráveis á candidata do PSB.
Esta tem apenas três por cento de rejeição, nem podem usar a palavra. Aécio já
subiu muito no patamar do "não votarei nele". E Dona Dilma difícil de
estabelecer quando aparecem e fala como presidente ou como candidata.
Está com
46 pontos de rejeição, não é uma (palavra) e sim um dicionário inteiro. (Podem escolher
entre o Aurélio ou o Houaiss. Não encontraram a definição e sim a
perplexidade).
Uma
semana antes Dona Marina não existe, agora está praticamente no pódio.
E se houver debate?
O que
chamo de debate é o confronto um contra o outro, perguntas e respostas, nada de
45 segundos para réplica, e quinze para a tréplica, perda de tempo. Os
candidatos se exibindo, o público julgando a pergunta e a resposta.
PS-
Inesquecível para o repórter, o primeiro debate franco e aberto, realizado em
qualquer país. Nos EUA, 1960, Kennedy e Nixon. A televisão estava começando,
ainda em preto e branco. A televisão era mediocrissima, assim mesmo o debate
foi visto por 60 milhões de pessoas.
PS2- O
repórter Ted White cobriu as duas campanhas, escreveu o livro “Como se faz um presidente”.
Analisou o debate, concluiu: “Kennedy ganhou na televisão, Nixon no rádio, nas
urnas, venceu Kennedy com os votos dos mafiosos amigos do pai”.
PS3-
Votaram 62 milhões, Kennedy foi eleito com a vantagem de um quinto de um por cento,
120 mil votos de diferença.
PS4- Aqui não haverá debate de verdade. De
qualquer maneira o cidadão-contribuinte-eleitor cansou do PT-PSDBB-PMDB, quer
mudança, isso favorece Dona Marina.