HELIO FERNANDES -
Com a
tragédia impossível de avaliar com a morte de Eduardo Campos, aparentemente
numa das raras vezes na nossa historia as coisas caminham para eleição de
verdade. Decidida no primeiro ou no
segundo turno, mas de qualquer maneira eleição.
Podemos
analisar os 125 anos da República, sem utilizar uma vez que seja a palavra
eleição. Isso se quisermos preservar a autenticidade e a credibilidade da
palavra. E a sua contribuição para a permanência da democracia.
Na madrugada
de 15 de novembro de 1889, dois marechais envelhecidos e envilecidos,
derrubaram o Império, (se diziam intimissimos e admiradores do Imperador),
assaltaram a República, expulsaram os republicanos verdadeiros.
De 1889 a
1930, 41 anos da chamada “República velha”, tudo menos democracia ou a tão
sonhada República. Existia apenas um partido, o Republicano, os presidentes da
Republica escolhiam seus sucessores eram referendados pela cúpula, eleitos e
empossados. Dizer que governavam, absurdo dos absurdos.
Em 1930 pela
primeira vez dois candidatos. Julio Prestes, governador de São Paulo escolhido
pelo presidente Washington Luiz, Getúlio Vargas, governador do Rio Grande do
Sul, disputando como “independente”, o que durou até 1934.
Vargas
perdeu, se retirou. No final desse 1930, João pessoa governador da Paraíba foi
assassinado no Recife, voltou o ardor revolucionário. Osvaldo Aranha reuniu os
companheiros da campanha, depuseram Washington Luiz, escolheram Vargas para
chefe-do-governo-provisório. Posse marcada para 3 de outubro. Washington Luiz o
primeiro asilado da República, junto com seu chanceler, Otavio Mangabeira. O
ex-presidente só voltou em 1945, quando a ditadura Vargas foi derrubada.
Vargas não pode chegar ao Rio no
dia 3, assumiu uma Junta Militar. Generais Tasso Fragoso e Leite de Castro,
almirante Silvio Noronha. Ainda não existia aviação, só em 1941 Vargas criaria
o Ministério da Aeronáutica. Teve que fazer ministro um civil, Salgado Filho.
Vargas chegou no dia 24, a Junta fez exigências para passar o cargo, nada foi
aceito, Vargas empossado.
A morte sempre rondou o espetáculo, mas
não em plena campanha presidencial
Nos 125 anos de Republica, muitos
acidentes, tumultos, complicações, vices assumindo. Quando me restringir à
sucessão de agora, com a tragédia de Eduardo Campos e a entrada de Dona Marina
no seu lugar. Não apenas a entrada dela, mas também a imediata transferição na
sensação da campanha. Dona Marina não é um nome ou uma substituta, é candidata
rigorosamente verdadeira.
Logo, logo Dona Marina mostrou seu potencial. Antes de ser oficializada já
apareceu na pesquisa com 19 por cento dos votos. E na segunda deixava Aécio bem
distante. Na simulação de um suposto ou possível segundo turno, se elevava a
45% dos votos. Dona Dilma não passava de 36%. E a tendência continua sendo
essa: Dona Marina subindo e Dona Dilma se atrapalhando pelo meio do caminho.
Dona Dilma e Aécio na missão de
comprometer Marina
Só resta a eles, tentar
"descobrir" desvios de Dona Marina. Coisa que não conseguiram fazer
nos últimos 20 anos. Acusam a candidata do PSB de mudar de posição sobre vários
assuntos e problemas. O que ela contesta e explica de varias maneiras.
Não há menor duvida. A coerência
consiste em MUDAR e não FICAR. O que ela tem praticado até agora.