13.6.14

COMANDANTA ROUSSEFF VIROU “PATINHO DE TIRO ALVO” EM PARQUE DE DIVERSÕES. REJEIÇÃO DA PRESIDENTA É A SENHA DA DERROTA. BOQUINHAS JÁ NÃO COMPRAM CARROS FINANCIADOS. PT COM MALUF EM SÃO PAULO DESPEJA A LEGENDA NO LÔDO. LULA-LÁ, ESTÁ NA MELANCONIA. A OPOSIÇÃO QUE NÃO EXISTE, TODAVIA IRA PARA UM SEGUNDO TURNO. PERDENDO, AO MENOS, DILMA NÃO MAIS OUVIRÁ AS VAIAS NOS EVENTOS PÚBLICOS. TEMPO DE TV SERÁ UM “TIRO NO PÉ”

ROBERTO MONTEIRO PINHO -
 
As constantes e repetidas vaias, sejam sonoras ou silenciosas, só não ganham da taxa de rejeição da presidenta Dilma Rousseff, que entre os três nomes que disputam a ponta da sucessão, é disparada a que soma o maior percentual de rejeição nas pesquisas de opinião. Quanto mais a presidente se expõe publicamente, mais ela cai nas pesquisas de intenção de votos. Os estrategistas do PT Boquinha se debruçam nas planilhas do tempo de TV destinado aos partidos, o chamado “horário gratuito”, para no curso da campanha na TV, poder aumentar o percentual das pesquisas de votos, que apontam a pré-candidata Dilma, no patamar de risco, com 34% do Datafolha e 40% do Ibope.

Volto aqui para falar novamente da rejeição as candidaturas. Começando por São Paulo, entre os três principais pré-candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) é a mais rejeitada pelos eleitores, justamente onde está maior colégio eleitoral do Brasil. Senão vejamos: Pesquisa Datafolha divulgada no dia 9 de junho revela que 61% dos entrevistados não votariam na petista “de jeito nenhum”. Tanto Aécio Neves (PSDB) quanto Eduardo Campos (PSB) venceria Dilma em um confronto no segundo turno, considerando apenas os votos de São Paulo. Aécio alcança 46% da preferência do eleitorado contra 34% de Dilma. Em outro cenário, Campos aparece com 43% e Dilma mantém os 34%.

Para disfarçar (se é que conseguiu?) a comandanta Rousseff fez seu pronunciamento em cadeia de rádio e televisão na noite do dia 10 de junho (terça-feira), para não falar nesta quinta-feira (dia 12 de junho) durante a cerimônia de abertura da Copa do Mundo, em São Paulo. Bem lembrado no ano passado, na abertura da Copa das Confederações, em Brasília, mesmo tendo a aquela altura 60% de aprovação do seu governo, a presidenta recebeu uma sonora e continua vaia, ao ser anunciada e ter a imagem exposta no telão. Hoje com as duas últimas pesquisas de 34% Datafolha e 40% do Ibope, o PT boquinha desaconselhou que a comandanta evitasse a exposição pública.

O PT “boquinha" a exemplo de outras eleições, veio no quadro regional mostrar outra face, a do fisiologismo, fechando, por exemplo, com o Partido Progressista (PP) PP do deputado federal Paulo Maluf o apoio da legenda à candidatura do PT e do ex-ministro Alexandre Padilha ao governo de São Paulo.  Assim com a aliança entre as duas siglas, Padilha passa a ter o maior tempo de TV entre os pré-candidatos ao governo de São Paulo, agora somando o total estimado de sete minutos e meio por programa político de televisão. A costura do apoio aconteceu no encontro do ex-presidente Lula com Maluf, quando foi selada a união do PT e PP em torno da candidata a reeleição Dilma Rousseff. 

Horário gratuito dos partidos e debates pode fulminar a reeleição da comandanta 

Com a maior fatia do horário gratuito da propaganda eleitoral na TV, o PT e a aliança, terá 10 minutos e 44 segundos. Mas o que dizer de uma candidatura que em público não tem boa colhida? Afinal, até quando o PT boquinha vai conseguir segurar a onda de rejeição da presidenta? Por outro é provável que nos “debates entre os candidatos” em redes de televisão a presidente Dilma Rousseff decida não comparecer.

Nas avaliações, a partir das planilhas das pesquisas, mesmo aquelas em que a comandanta indicava ampla preferência do eleitor, nas cidades com menos de 20 mil habitantes, aonde não chegam jornais, poucos estão conectados às redes sociais e as noticias só chegam à minoria da minoria, mas que apesar de tudo, somados os votos que poderiam ser da comandanta Rousseff, esses não suplantam as diferenças de margem dos outros candidatos juntos, eis que somados os votos, ela perderia.

Ocorre que na tentativa de reduzir a vantagem do tempo televisivo da propaganda partidária da campanha reeleitoral da presidente Dilma Rousseff, o pré-candidato do PSDB ao Planalto, senador Aécio Neves, aposta na aproximação com seis partidos nanicos: PTN, PTC, PT do B, PMN, PSL e PEN. A investida poderá render cerca de 20 segundos a mais para o tucano, que, no atual cenário, conta com 3 minutos e 42 segundos a partir do apoio do tradicional aliado DEM e do Solidariedade (SDD), legenda ligada à central Força Sindical.

No segundo turno tudo se iguala, os candidatos tem exatamente o mesmo percentual de tempo 

Confirmados os apoios de PMDB, PDT, PR, PTB, PC do B, PSD, PRB e PROS, a candidata dos “boquinhas”, a petista Dilma Rousseff terá 10 minutos e 44 segundos de programa eleitoral gratuito. Se o PP também aderir ao projeto da presidente – e esta é a tendência no atual cenário -, Dilma ganhará mais 1 minuto e 16 segundos.

O pré-candidato do PSB à Presidência, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, conta atualmente com 1 minuto e 55 segundos de tempo de TV, a partir dos apoios do PPS, do PHS e do PRP. Ou seja, poderá ter dificuldades quando o horário eleitoral começar no rádio e na TV, no dia 19 de agosto. No segundo turno tudo se iguala, os candidatos tem exatamente o mesmo percentual de tempo, ai pode acontecer à derrocada da comandanta.

Por outro sobra espaço para um rearranjo das alianças, já que um grupo do PMDB defende a neutralidade do partido. Ou seja, a sigla não cederia seus minutos de TV para ninguém. Aécio também busca o PSD do ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab, primeiro partido a anunciar apoio ao projeto reeleitoral petista. O xadrez dos acordos poderá ser jogado até o fim de junho, quando ocorrerão as convenções partidárias.

O senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional da legenda PP, está nos planos de Aécio e se conquistar com o tucano, acrescentará pouco mais de 1 minuto no horário gratuito. Aécio tentou reverter à tendência de apoio a petista Dilma escalando a senadora gaúcha Ana Amélia, o presidente de honra do PP, Francisco Dornelles, e o governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, para pressionarem Ciro Nogueira a pelo menos manter a neutralidade do partido, o que reduziria o tempo de TV de Dilma. 

Aécio ainda não desistiu dos grandes partidos, mas tenta, paralelamente, garantir os segundos dos nanicos. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), passou então a ajudar o pré-candidato tucano ao Planalto. Hoje Aécio negocia com seis siglas. Os presidentes desses partidos são próximos de Alckmin e o apoiam no Estado.