21.5.14

DECISÃO LEGAL, MAS PERIGOSA

CARLOS CHAGAS -

O ministro Teori Zavascki agiu estritamente dentro da lei ao requisitar para o Supremo Tribunal Federal todos os autos do processo que a Justiça Federal do Paraná movia   contra os envolvidos no inquérito da Operação Lava-Jato feita pela Polícia Federal. Afinal, com pelo menos três deputados federais enrolados na trama, cabe à mais alta corte nacional de Justiça dispor sobre a matéria.

Difícil de entender, porém, foi o complemento da iniciativa do mais novo integrante do Supremo, de mandar soltar os onze réus presos por ordem do juiz paranaense, a começar pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, implicado no superfaturamento da Usina Abreu e Lima, na compra da usina de Pasadena e outras operações pouco claras mas notoriamente irregulares. Liberdade também foi concedida para o doleiro Alberto Yossef, chefe de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro.

Quem garante que os réus não aproveitarão para evadir-se do país, mesmo tendo prazo até ontem para entregar seus passaportes? Dias atrás, Nelma Kodama, também doleira, foi presa em flagrante no aeroporto de Guarulhos, tentando fugir.

Acresce estar o processo paralisado, remetido para Brasília, ignorando-se quando começará a ser apreciado no Supremo, prevendo-se que de início deponham os deputados Andre Vargas, Luiz Argôlo e Candido Vaccareza, com direito a foro especial.

Em suma, fica para a opinião pública a  impressão de que onze bandidos estavam presos e foram libertados por decisão da última instância do Judiciário.