17.2.14

A TRAJETÓRIA COERENTE DO PINÓQUIO-CARREIRISTA EDUARDO PAES. BARBOSA ESTÁ FORA DO JOGO. FOTÓGRAFO AMEAÇADO DE MORTE. CAETANO RESPONDE O GLOBO

DANIEL MAZOLA –

Para que não fique dúvidas sobre a “carreira política” do prefeito que conseguiu ser o anfitrião dos dois maiores eventos do planeta, onde terá espaço privilegiadíssimo como espectador e “negocista”, Eduardo Paes, veja como iniciou sua vida pública e como ascendeu a política. Tirem suas próprias conclusões!

Aos 24 anos, em 1993, ainda antes de terminar a faculdade de Direito na PUC-RJ, já estava no comando da subprefeitura da Barra da Tijuca, quando o prefeito da cidade era César Maia (pai do não menos oportunista deputado Rodrigo Maia), que agora é vereador, e jamais conseguiu decolar nacionalmente.

A partir daí, Paes sempre foi um dedicado e aplicado pupilo, seguiu à risca a principal lição de seu mestre: estar ao lado do CAPITAL, sempre aliado ao poder econômico. Vale lembrar, repetir, ele foi guindado à subprefeitura por César Maia, mesmo que agora o discípulo faça todo o possível para se dissociar do criador e mestre.

Aí a criatura foi eleita vereador, em 1996. Depois em 1998, foi eleito para a Câmara dos Deputados, com apenas 29 anos, e em 2002, foi reeleito. Antes da reeleição, porém, assumiu a Secretaria Municipal do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, durante a gerência de César Maia.

E o carreirista-oportunista continuava sua subida vertiginosa no velho Estado brasileiro. Em 2007, a convite do desgovernador Cabralzinho, Paes assumiu a Secretaria Estadual de Turismo, Esporte e Lazer, mas deixou o cargo em março de 2008, queria a Prefeitura.

Para garantir êxito na empreitada rumo ao Palácio da Cidade, em apenas cinco anos o atual prefeito do Rio passou por três partidos: PFL, PSDB e PMDB. E de 1993 pra cá, nos últimos 20 anos, também já por PV e PTB. Se for possível falar de infidelidade num regime de partido único, seu comportamento é mesmo um dos mais volúveis. Mas na verdade a infidelidade partidária é coerente e fiel ao capital, seus financiadores eleitorais.

Remoções e violência

No início dessa trajetória, em 1993, quando ainda era subprefeito, Eduardo Paes comandou uma tentativa de despejo violento numa favela da Zona Oeste, a Vila Autódromo. Vejam como as remoções com Paes vem de longe. Os moradores da região disseram que Paes os acusou de causar "dano visual, ambiental e estético", discurso punitivo contra a classe trabalhadora. E isso foi utilizado pelo então jovem estudante de Direito, de 24 anos, para concorrer e ser eleito vereador, apoiado financeiramente principalmente pelas grandes construtoras e empresas de ônibus.

Em 1996, a Vila Autódromo sofreu uma ação de reintegração de posse movida pela Prefeitura. Inscrito sob o número 2245 na 4ª Vara de Fazenda Pública, e assinado por Luiz Roberto da Mata, da Procuradoria Geral do Município (PGM), o texto colocou como réus os ocupantes da Vila Autódromo e "objetiva reprimir dano ao meio ambiente urbano, dano ao meio ambiente natural, dano estético, paisagístico e turístico pedindo-se limitar (...), tomando-se providências para retirada de pessoas e coisas".

Com esse histórico não é difícil analisar e compreender a política do "Choque de Ordem", e o higienismo disfarçado de combate às drogas, promovido pelo prefeito Eduardo Paes. É coerente.

É apenas uma consequência natural das alianças que fez durante sua "carreira" política. Para alegria e deleite das empreiteiras e do monopólio dos meios de comunicação, que evidentemente lucram com a violência contra a classe trabalhadora. Paes chegou a criar uma secretaria de governo apenas para tratar de ações contra mendigos, camelôs e gente que não tem onde morar.

Hoje, o Rio de Janeiro tem dois desgovernos a desserviço do cidadão. Paes e Cabral representam melhor do que qualquer coisa o uso da máquina pública pelos ricos para massacrar os pobres. Cidade e Estado são dois grandes balcões de negócios.

Apoio a criminosos

O que também marca a história do prefeito do Rio, são as milícias. Esses grupos paramilitares, compostos por policiais civis, militares, bombeiros e agentes carcerários são responsáveis por milhares de casos de assassinatos, torturas, ameaças e diversos tipos de agressões contra a população favelada do Rio de Janeiro. Jornalistas também já foram vítimas da brutalidade desses delinquentes, apêndices do aparato estatal para exercer controle sobre determinadas regiões e explorar serviços de gás, telefonia, TV a cabo, "segurança", entre outros.

Eduardo Paes, seguindo as diretrizes de seu mestre político, César Maia, defendeu a ação desses bandidos numa entrevista a Rede Globo, no RJTV, durante as eleições para governador do Rio de Janeiro, em 2006, quando se candidatou pelo PSDB. Na ocasião, o atual prefeito declarou o seguinte:

“Jacarepaguá é um bairro que a tal da polícia mineira, formada por policiais, por bombeiros, trouxe tranquilidade para a população. O morro do S. José Operário era um dos morros mais violentos desse estado, e agora é um dos lugares mais tranquilos”.

Em 2008, foi instalada a CPI das Milícias na Alerj, presidida pelo deputado Marcelo Freixo (PSOL). Posteriormente, deputados estaduais e vereadores do Rio foram presos acusados de chefiarem os grupos paramilitares, mas nada foi efetivamente feito para que esses grupos deixassem de existir e eles continuam atuando livremente e com o apoio velado do Estado.

Assim como seu criador, o carreirista Eduardo Paes, mesmo ainda sendo jovem, jamais sairá da política provinciana, assim espero. Já é muito sofrimento para os cariocas, menos mal para os milhões de brasileiros que não terão a agonia e o sofrimento que temos. Eduardo Paes é um “fiel e coerente” oportunistas, graças ao financiamento privado de campanha.

Prefeito Pinóquio

Paes é um autentico mentiroso. O “jovem” que representa o velho, o atraso. Mas não engana apenas o povão, sabe muito bem escolher a quem deve mentir na política partidária. Mas sua fábrica de mentiras sempre teve por objetivo favorecer seus financiadores, e claro, buscar vantagem pessoal. 

Primeiro mentiu para seu criador, Cesar Maia. Vendeu a imagem de jovem dinâmico, dirigente e supostamente eficiente colaborador. Cesar acreditou e investiu nele, caiu como um patinho e começou a lapidá-lo, até que o mentiroso quis voar mais alto, sem o mestre.

Aí vendeu a imagem de grande aliado dos tucanos, aceitando ser o candidato de oposição contra o candidato do então governador Garotinho, Sergio Cabral. Na campanha atacou agressivamente seu atual aliado, Cabralzinho, sem perdão.

Aí mais um pulo, e mais uma traição coerente. Paes assumiu a secretaria de Esportes e abandonando os tucanos, para aliar-se a Cabralzinho. Eleito prefeito, fez uma administração para favorecer seus principais financiadores. Inventou ter trazido as Olimpíadas para a cidade, e o custo disso? Qual legado os Jogos deixarão?

Reeleito, faz “obras” e “projetos” que já começam superados, e desnecessários. Visando apenas “vender” a cidade para negócios privados. Empreiteiros, banqueiros, donos de ônibus, Eike Batista, entre outros, esses merecem verdade e fidelidade. Para o povo, muitas inverdades, remoções, violência, apoio as milícias, aumento das tarifas de transporte, trânsito caótico, um verdadeiro saco de maldades. Aí quem se apresenta é o prefeito Pinóquio.

Em O Globo, Caetano responde O Globo

O artigo de Caetano Veloso publicado no domingo, em O Globo, sobre o deputado Marcelo Freixo, infelizmente apenas legitima toda a cretinice que o jornal fez durante a semana passada. Cadê a informação e opinião como temos aqui. O jornalão da família Marinho não deixa margem para o contraponto, tem reduzidíssimo espaço para o contraditório, só para Caetanos e outros famosos, cadê espaço na carta dos leitores?

Tudo que Caetano disse já sabemos, eu e você, a única diferença é que está nas páginas de O Globo. O ilustre artista faria mesmo a diferença se em repúdio a tudo que descreveu se negasse a colocar suas palavras nesse jornal fascista.

Já passou a hora de aceitarmos essa pseudo-democracia, vivemos uma falsa liberdade de imprensa. Continuamos apenas com liberdade de empresa!

Não bastasse o discurso único, quebrado apenas por Caetano, ainda teve o editorial de segunda feira. Aposto que a maioria dos profissionais de O Globo deve estar constrangida. O editorial tentou defender o indefensável. Mostra aos leitores que foi correta e ética a cobertura do jornal no caso da morte do cinegrafista Santiago Andrade. 

Essa "cobertura" precisa é servir como mais um exemplo nas Escolas de Comunicação. Como não se faz jornalismo. 

Joaquim Barbosa não será presidenciável

Quem garante que o ministro presidente do STF, Joaquim Barbosa, não vai concorrer às eleições presidenciais neste ano é a Secretaria de Comunicação do Supremo Tribunal Federal (STF) em nota divulgada no fim da tarde de sábado:

"O Presidente do Supremo Tribunal (STF), Ministro Joaquim Barbosa, ratifica que não é candidato a presidente nas eleições de 2014. O Ministro Joaquim Barbosa não faz juízo de valor sobre nenhum dos partidos políticos brasileiros, individualmente. A respeito do quadro partidário, já expressou sua opinião no sentido da realização de uma ampla reforma política que aprimore o atual sistema. Apesar de já ter tornado público o seu voto nas últimas três eleições presidenciais, o Presidente do STF, Tribunal que é o guardião da Constituição, ratifica seu respeito por todas as agremiações partidárias, seus filiados e eleitores".

A Comunicação do STF ressaltou que Joaquim Barbosa já deixou claro que não pretende permanecer no cargo até completar 70 anos de idade e ser aposentado compulsoriamente. Mas, que não há definição sobre a data da sua saída. E nem intenção de embarcar na aventura da sucessão presidencial.

Condutor eleitoral

Em maio, o ministro Dias Toffoli assume a Presidência do Tribunal Superior Eleitoral, no lugar de Marco Aurélio Mello.

Só para refrescar a memória, Dias Toffoli foi assessor jurídico da liderança do Partido dos Trabalhadores, entre 1995 e 2000 na Câmara dos Deputados, em Brasília.Toffoli foi advogado do PT nas campanhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 1998, 2002 e 2006.

Fotógrafo é ameaçado de morte

O fotógrafo independente Francisco Chaves, colaborador do Coletivo Mídia Informal, que desde as “jornadas de junho” está acompanhando e registrando, com fotografias e vídeos, as manifestações nas ruas do Rio de Janeiro, está sofrendo ameaças de morte.

Através da sua página no Facebook, um homem que se identifica como Antônio Zama, postou um texto em que diz para o jornalista tomar cuidado: "Aqui é dente por dente, olho por olho!''.

Texto da ameaça na íntegra, original: "Antonio Zama - Se existisse pena de morte neste país com certeza você estaria na fila para ser executado, pessoas como você me faz sentir menos brasileiro, mas por ser patriota e por defender o meu país de pessoas como você que tentam ferir a soberania brasileira, quero lhe dizer o seguinte tome cuidado ao sair as ruas. O povão não aguenta mais ver tanta bagunça desse seu grupinho de baderneiros um bando de vagabundos sem o que fazer que tentam manchar a historia deste país quero te dizer "sua bruxa" que a policia age na legalidade mas o povão de bem que vocês estão tentando falar por ele não é bobo e aqui é dente por dente e olho por olho, cuidado você já esta percebendo no seu dia a dia que o povo não quer mais baderna e por isso que você está sendo hostilizada nas ruas do Rio de Janeiro a se fosse nos EUA você e esse grupinho de vagabundos já estariam presos a muito tempo mas como não tem lei neste país APENAS TE DIGO CUIDADO POIS O POVÃO TA AI e ate o momento vc só tem sido hostilizado por onde passa mas paciência. O que vc está plantando ainda irá receber em troca".

Orientado por advogados, Francisco Chaves vai registrar a ocorrência de ameaça, e denunciar a página do facebook utilizada pelo ameaçador.

Resposta do fotógrafo em sua página no facebook: “Eu aviso a qualquer pessoa ou grupo, com qualquer intenção que seja, que ao acessar essa página, saiba que ela pertence a um cidadão brasileiro, planetário, jornalista profissional (é só olhar sobre a minha pessoa em meu currículo nessa mesma página do facebook). Além de ser jornalista, sou bacharel em Literatura e semiótica. Tenho um perfil ideológico de esquerda, em luta constante e pacífica contra o capitalismo internacional. Sou filiado a todas as organizações jornalísticas brasileiras - FENAJ, Sindicato dos Jornalistas e ABI - portanto me sinto protegido em meus direitos de expor minhas ideias (poesias, prosas e minhas imagens). Tenho trabalho, moradia e interesses próprios no que faço. Não sou financiado por nenhum partido, nenhuma ONG, não recebo ajuda monetária de qualquer entidade. Sou um cidadão libertário”.

Em solidariedade ao fotógrafo, exorto as autoridades a investigarem essa criminosa ameaça. Não abaixe a cabeça, Francisco Chaves, seu trabalho tem sido muito importante nas manifestações. Parabéns!