HELIO
FERNANDES –
Não vou fazer analise ampla deste 2013 que se despede,
não quero parecer pessimista. Mas quem pode ser otimista com esse fracasso
anunciado, projetado e consolidado? Tudo é negativo, não houve investimento e
como conseqüência faltou desenvolvimento.
O dólar subiu e desceu, o BC jogou BILHÕES no mercado,
os chamados investidores, ganham na alta e na baixa. Se o cambio é FLUTUANTE,
por que ficam assustados quando ele FLUTUA.
O PIB de 2013 seguiu o de 2012, começou com previsões
mais altas, fechou bem mais baixo. 2012 veio com previsão de alta de quatro por
cento, encerrou o ano em um por cento, popularizando a palavra “pibinho”. 2013,
nenhuma satisfação.
2014,
previsão de PIB bem baixo
Agora, mais realistas e menos fanfarrões, exercitam um
pouco de sinceridade, e anunciam PIB de dois por cento. Se quando falavam em
quatro por cento e não passavam de um, que é igual a zero, a que subterrâneos descerão,
quando anunciam para 2014, essa “alta” de apenas dois?
O
Massacre da DÍVIDA INTERNA
Quero chamar a atenção para esse setor, o único no qual
vou me deter. Falando apenas na INFORMAÇÃO, deixando por enquanto a OPINIÃO, o
famoso slogan de mais de 50 anos da Tribuna de papel. E que continua mais
visível do que nunca.
O
governo federal ultrapassou os 2 TRILHÕES
Nos últimos dias, timidamente, o Tesouro Nacional
informou, textualmente: ”A divida interna do Brasil, chegou a DOIS TRILHÕES,
CENTO E VINTE BILHÕES DE REAIS”. É isso mesmo, não há como contestar, a
informação é do Tesouro Nacional. Quaisquer que sejam as brigas ou as intrigas
que envolvem o Tesouro e seus dirigentes, os números não podem ser contestados.
AMORTIZAÇÃO
(e não pagamento) dos juros, exigem agora, 200 BILHÕES
Nem precisa de calculadora, a aritmética não tem maior
dificuldade, principalmente quando os números são todos cravados, ostensivos ou
redondos. DIVIDA de DOIS TRILHÕES (arredondando), juros de 10 por cento,
qualquer um descobre a pólvora: precisamos de 200 BILHÕES.
O
SUPERAVIT PRIMÁRIO longe da necessidade
Por enquanto, neste último dia do ano, o governo só
economizou (desculpem a blasfêmia) perto de OITENTA BILHÕES. A economia e os
economistas permitem e estimulam erros em cima de erros. Todos se beneficiam,
mas não conseguem fazer mágicas. De onde virão esses 120 BILHÕES para o
fechamento da A-M-O-R-T-I-Z-A-Ç-Ã-O?
O
Tesouro Nacional assusta ainda mais
No dia 22, o Tesouro anunciou, primeiro no Canal Bloomberg
(por que a preferência?), e depois aqui no Brasil mesmo: nos primeiros dias de
janeiro, VENCERÃO TÍTULOS DA DÍVIDA INTERNA, NO VALOR DE 200 BILHÕES. Nossa
Senhora, e para complicar mais ainda, o complemento: ESSES TÍTULOS TEM QUE SER
PAGOS, NÃO PODEM SER RENOVADOS.
Em setembro quando o Banco Central elevou os juros a 9
por cento, escrevi: “Em dezembro o BC deve fechar esses aumentos em 10 por
cento”. Não era adivinhação e sim analise.
Os 80 por cento de economistas que trabalham para o
governo e para grandes bancos, chegavam a 9,50, alguns iam até 9,75. Foi a 10,
cravado. Análise de fim de ano para o início de 2014: virão mais dois aumentos,
em janeiro e fevereiro ou talvez março. Mas chegarão a 11 por cento. Haverá
parada para reabastecimento. É difícil projetar com quatro meses de antecedência.
Com os juros em 11 por cento, esse um por cento a mais,
significará a obrigação de acumular mais VINTE BILHÕES para a A-M-O-R-T-I-Z-A-Ç-Ã-O.
Pelos meus cálculos os juros não passarão desses onze por cento.
Com
FHC, os juros foram a 45 por cento
Um assombro. Qualquer cidadão, que comprasse digamos
mil reais de títulos da DÍVIDA INTERNA, no final do ano estaria quase com dois
mil reais, pelo menos MIL E NOVECENTOS reais, quase dobrando o capital. Passou o
governo para Lula, com os juros em 25 por cento, que maravilha viver.
PS-
Não deixem de ler, quinta feira. O senador Roberto Requião, (vários mandatos e
outros de governador), apresentou requerimento de informação.
PS2-
Quer saber: como é que a Organização Globo, que tem DÍVIDAS assombrosas, e é
acusada de sonegação de IMPOSTO DE RENDA de BILHÕES, pode receber EMPRÉSTIMOS
DO BNDES?
PS3-
O
pedido está andando no Senado. Mas Requião precisa ficar atento. Como já aconteceu,
o requerimento some numa curva imprevisível.


