10.8.19

PRODUÇÃO DE ALIMENTOS PODE CAIR DRASTICAMENTE

ALCYR CAVALCANTI -


O presidente Bolsonaro apresentou uma surpreendente solução que para ele e seu grupo seria ideal para acabar com a poluição que afeta o planeta e também com a escassez de alimentos. A solução seria "Fazer cocô dia sim, dia não" e comer bem menos.

 O atual governo insiste e não enfrentar um dos maiores problemas que afligem uma parte da humanidade e já afetou o Brasil, o problema da fome a da subnutrição dos despossuídos. Em recente pronunciamento Bolsonaro afirmou que no país ninguém morre de fome. A realidade é bem outra. Cientistas atestaram que em alguns países os reservatórios subterrâneos de água estão se exaurindo e podem acabar dentro de alguns anos devido aos processos de irrigação, que aumenta a produção, mas ao mesmo tempo vai usando toda a água até acabar. As mudanças climáticas também tem afetado muitas regiões inclusive no Brasil onde já existem regiões desérticas. 

A Organização das Nações Unidas-ONU apresentou relatório em que alerta aos governantes de todo o planeta para o perigo da fome atingir toda a humanidade. Mudanças climáticas estão a afetar a produção de alimentos e já existem áreas consideradas desérticas e totalmente mortas para o plantio. As recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro em relação a relatórios apresentados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais-INPE em relação à Floresta Amazônica que contestam os estudos que apontam um grave desmatamento crescente na Amazônia com um grande aumento de mais de 270%. O relatório do INPE em vez de ter sido acatado, ao contrário resultou na demissão de seu diretor Ricardo Galvão, o que causou repulsa na comunidade científica, principalmente no exterior.

A recente fala do ministro da Agricultura Ricardo Salles à Câmara dos Deputados causou uma enorme polêmica a ponto do ministro ter sido chamado de "office-boy"de um modelo que só pensa em destruir as riquezas naturais acusação feita pelo deputado Nildo Tatto de São Paulo. O ministro também atacou o Fundo Amazônia embora os países interessados em especial a Noruega, o maior financiador do Fundo faça um  alerta sobre a escalada do desmatamento que vai prejudicar a humanidade como um todo. As declarações de Bolsonaro apoiadas na íntegra pelo ministro podem causar a retirada da Noruega e Alemanha que financiam o Fundo. Em meio à confusão Salles saiu sob escolta da Câmara dos Deputados.

O desmatamento tem atingido brutalmente áreas indígenas de preservação, em especial a Bacia do Xingu no Pará e Mato Grosso onde a Rede Xingu monitorou um aumento de 44,7% só nos meses de maio junho de 2019 em relação aos mesmos meses do ano passado. Dados do Instituto Sócio Ambiental mostram que a região já perdeu milhares de hectares da floresta e só em uma região do Xingu houve um desmatamento equivalente a grandes cidades brasileiras. Vinte e seis nações indígenas dependem do ecossistema da região para sobreviver. A cidade de Altamira, no Pará, onde fica a hidrelétrica de Belo Monte na Bacia do Xingu foi a região mais desmatada principalmente em função do garimpo, que tem sido estimulado pelo governo atual.

O empobrecimento das populações e a diferença cada vez maior entre os mais ricos e os muito pobres tem aumentado muito e a desigualdade social com as recentes políticas públicas tende a aumentar até chegar a níveis insuportáveis. A diminuição da produção agrícola a nível mundial pode causar um pico dos preços de alimentos  que vai atingir  principalmente os que vivem na linha da pobreza. A fome se tornará um fantasma que vai atingir boa parte da população e a níveis extremos poderá levar à morte por total desnutrição.