HELIO FERNANDES -
Um assombro, nenhuma explicação. Logo de saída, 4 ministérios,
(fundidos) a presidência do BNDES, controle do orçamento, fiscalização do caixa
da União. Alem do mais, carta branca total, o que o levou a convidar 10
assessores de gabarito ministerial, todos desconhecidos de Bolsonaro, não
precisa nomeação do presidente.
O único, escolhido pelo ministro mas exigindo a nomeação
com assinatura do próprio Bolsonaro, é o presidente do BNDES, está na
Lei. Mas Bolsonaro nem sabe quem é.
Não demoraria muito, e Guedes perceberia que sua carta
branca não valeria nada. Poderosa mesmo é a carta colorida de Sergio Moro. Com
ela passou de magistrado certo a presidenciável quase certo.
SERGIO MORO:
4 ANOS DE LAVA-JATO, REVIRAVOLTA TOTAL E
IMPRESSIONANTE
Com menos de 2 anos, sua popularidade era absoluta.
A unanimidade da Lava-Jato, e logicamente do seu único juiz, irreversível.
Estava começando a campanha presidencial, seu nome era citado como presidenciável
de varias fontes. Recusava peremptoriamente, sempre com a afirmação que parecia
inabalável e irrevogável: "Sou magistrado, não quero fazer carreira
política".
Isso durou mais 1 ano, até ser procurado pelo candidato
Bolsonaro, com a proposta indecente: tornar o ex-presidente Lula inelegível,
abrir todos os caminhos para o próprio capitão reformado com 7 mandatos inúteis
de deputado federal depois de 1 ano e meio de vereador. Já contei tudo com
exclusividade e com insistência, não é necessário repetir.
Inicialmente resistiu, garantiu, "não tenho
provas". Bolsonaro usou do argumento, que convenceu o juiz Federal: "Você
não precisa abandonar a carreira de magistrado, a primeira vaga no STF será
sua". Aí acabaram as resistências éticas e morais, aceitou, "não
mudaria de carreira". A campanha do capitão se consolidou, cresceu voluptuosamente,
em duas frentes.
1- Lula foi transformado em inelegível, só Sergio Moro
poderia executar esse ato, de colocá-lo como "ficha suja".
2- O outro grande fator triunfal com passagem direta para
o Planalto, foi à utilização das rajadas de mensagens na Internet.
3- Todo o mérito aí, cabe a Paulo Guedes. E suas grandes
ligações com o secretario de Trump, tido e havido como o "gênio da
Internet”.
4- A recompensa de Guedes será apenas administrativa, ele
não tem perfil presidenciável. Mesmo ocasional.
Agora que resolveu traçar o caminho constitucional em
matéria de duração do mandato presidencial, basta lembrar duas afirmações dele sobre
o assunto.
A primeira: "Não disputarei reeleição". A
segunda: "Não gosto de reeleição". Pelo voto, pode ficar 4 ou 8 anos,
já tem a quem entregar o mandato, cumprido o tempo constitucional. Gostaria de
passar a presidência a um dos filhos, o que a Constituição não permite.
PS- Para terminar por hoje, a avaliação e o julgamento do
presidente eleito, a respeito de dois personagens muito próximos.
PS2- Sobre Moro: "È um bravo soldado, que não tem
medo de morrer na guerra".
PS3- Sobre Mourão: "Não tenho falado com ele".
PS4- Como se vê, Bolsonaro é mais Moro do que Mourão.