ANA CLARA SALLES -
Rio de Janeiro, 5 de maio de 2018, o movimento da Marcha da
Maconha mais uma vez se mobilizou, as pautas principais foram à legalização da
maconha, o fim da guerra às drogas e aos pobres, principalmente negros das
periferias e favelas cariocas, e o antiproibicionismo – a luta contra a
proibição de substancias tornadas ilícitas pelo Estado.
A proibição de algumas substâncias gera uma grande opressão
não só para o usuário e o varejista, mas para comunidades inteiras, as quais
sobrevivem com um contexto marginalizado pelo sistema racista, machista,
patriarcal, conservador e autoritário. A repressão é selecionada e unicamente
direcionada aos pobres, pois os varejistas que estão em contextos favorecidos e
privilegiados, muitas vezes no próprio Estado, não sofrem tal opressão, a
legalização é uma importante ferramenta para um combate a esse contexto,
acompanhada com a conscientização da população sobre as tais drogas.
Baseado neste contexto social e análise, a marcha seguiu
pela orla da praia de Ipanema, um lugar certamente surreal pensando em todo
esse contexto segregado, com confecção de cartazes, discursos de pontos de
vistas diversos que analisam e denunciam todo esse contexto, com participação
de músicos e artistas, que tocavam marchinhas com denúncias e gírias do mundo
canábico.
A Polícia Militar acompanhou toda a marcha e não houve
confrontos, mas isso não anula a constante guerra que mata pretos e pobres todos
os dias em varias comunidades cariocas pelo tráfico de drogas. Os policiais
militares agem diariamente como agentes de opressão do Estado nas favelas, população
que não tem direitos básicos de educação, saúde, moradia, direitos
trabalhistas, entre muitos outros. Por fim, fica o informe e a chamada para ‘A
Marcha das Favelas Pela Legalização’, dia 9 de junho em Manguinhos, das 14h20
as 21h00, que também vai reivindicar todas as pautas antiproibicionistas de
forma autônoma. Legalize Já!