9.1.18

O BRASIL FOI SAQUEADO, EXPROPRIADO DE SÍ MESMO E OS CRIMINOSOS SÃO CANDIDATOS AS ELEIÇÕES NESTE ANO

ROBERTO M. PINHO -


Os sucessivos eventos de corrupção na cúpula da política brasileira, e as últimas decisões da mais alta corte do país - o STF remeteram a nação para o abismo da impunidade, incerteza e destruíram a princípio a esperança da população de que o Brasil tem jeito.

É visível até mesmo para o mais leigo cidadão, de que neste ano de eleições para presidente da República, Senadores, Governadores, Deputados na Câmara e Assembleia, pouco será mudado. O Brasil foi saqueado, expropriado de si mesmo e os criminosos são candidatos as eleições deste ano.

Tem fundamento a afirmação, eis que os personagens que se destacam nessa fase pré eleitoral são os mesmos que estão envolvidos nessa trama criminosa pilotada pela classe política e a cumplicidade dos grupos econômicos que corrompem e banalizam a estrutura de não comprometida com o respeito à cidadania e ao patrimônio público.

Chamam de pacto pra governar, o que na realidade é um acordo entre poderes, tendo como fiador o judiciário brasileiro, com novos personagens, mas com a mesma cumplicidade criminosa quando apoiaram o golpe militar de 64, referendando a posse ilegal e inconstitucional de Raniere Mazzilli.

A história contém registro dos fatos, e “contra fatos não há argumento”. Da mesma forma que hoje o Supremo respalda a corrupção, concedendo liminares e retardando decisões em processos que envolvem as mais altas figuras da República. É tudo uma grande, enorme e estarrecedora mentira. O Brasil não merece essa gente lacaia e bandida.

Lembrando que após a renúncia de Jânio Quadros, os militares tentaram vetar a chegada do vice-presidente João Goulart ao posto presidencial.

Arquitetado o golpe, autoridades militares ofereceram uma carta ao Congresso Nacional reivindicando a extensão do mandato de Ranieiri Mazzilli, presidente da Câmara que assumiu o poder enquanto Jango estava em viagem à China. Esses militares se manifestavam a favor da realização de novas eleições para que a possibilidade de ascensão de Jango fosse completamente vetada. No cenário do golpe o STF vil e fascista, tal qual opera hoje.

Nesse contexto surgiu a “Campanha da Legalidade”, que habilmente utilizavam os meios de comunicação para obter apoio à posse de João Goulart, tendo como segundo protagonista na defesa do estado de direito o trabalhista Leonel Brizola.

Para encontrar uma saída em meio à tempestade o Congresso Nacional aprovou a mudança do regime político nacional para o parlamentarismo e conseqüentemente, diminuir os poderes dados para Jango. Em 7 de setembro de 1961, João Goulart assumiu a vaga deixada por Jânio Quadros.

Em 1963, na esteira do plebiscito a população brasileira apoiou o retorno do sistema presidencialista, o que acabou dando maiores poderes para João Goulart.  Veio então o plano de reformas de base. Em março de 1964, o presidente organizou um grande comício na Central do Brasil (Rio de Janeiro), no qual defendeu a urgência dessas reformas políticas. Nesse evento, se destacou o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT).

Em 31 de março daquele ano, os militares iniciam a tomada do poder e a deposição de Jango. No dia 2 de abril, o presidente João Goulart partiu de Brasília para Porto Alegre e Ranieri Mazzilli (PSD) assumiu a presidência interinamente.

Neste momento coube ao STF o papel de subordinado e antinacionalista, referendando o Golpe. Veio a intervenção da ditadura sobre o Supremo Tribunal Federal (STF), três ministros são aposentados com base no Ato Institucional n° 5.

Em 1964, o governo, por meio do AI-2, havia ampliado de 11 para 16 o número de ministros do STF, indicando cinco novos membros para garantir sua maioria.

Em fevereiro de 1969, após as cassações, Costa e Silva edita o AI-6, retornando ao formato de 11 ocupantes, dos quais dez tinham sido indicados depois do golpe de 64. O 11°, Luiz Otávio Galloti, era leal aos militares e obviamente tornou-se presidente do STF.

A página da vergonha da política nacional estava escrita com a digital dos militares, Congresso, e judiciário. Todos cúmplices do mesmo crime.

A cumplicidade e daquela época, e  reflete ipisis literis o quadro que assistimos nos dias de hoje.