Por ANDRÉ MOREAU -
Ver a Casa dos Jornalistas (ABI) curvada diante do oligopólio, com antigos companheiros colocados de joelhos apoiando o golpe de 2016, em troca de migalhas, levou José Louzeiro a sentir a dor do povo ao perder todos os seus direitos e caminhar para a miséria. A ferida aberta pela repressão que vem calando o povo, demora décadas para cicatrizar, mas lembra JL: “Incêndio não se apaga com gasolina”.
Aos 85 anos JL partiu antes do combinado, “Depois da Luta”, com 63 anos de vigorosa luta na bagagem em defesa dos excluídos. JL assistiu a sucessão de “ditaduras brandas” serem implantadas na América Latina com base em fraudes eleitorais decorrentes da distorção das leis, usadas como arma para perseguir adversários políticos (lawfare), em Honduras, Paraguai e Brasil.
Criador do gênero romance reportagem no Brasil e cabeça da Chapa Villa-Lobos (2016-2019), ABI – Associação Brasileira de Imprensa, antes de ser enterrado (30), JL foi brindado pela solidariedade dos velhos companheiros, inclusive por aqueles que não puderam estar presentes por motivos óbvios.
Transigir a “lógica” dos sujeitos do suposto saber que vivem da miséria alheia, é um dos traços da obra de JL. Em uma das últimas conversas que tivemos sobre a atual conjuntura, ele lembrou do estupro sofrido pela mãe de Lúcio Flávio, na ditadura passada, testemunhado pelo filho e disse: “Nunca imaginei que viveria para ver novamente o povo ser empurrado para a miséria absoluta, como passageiro da agonia”.
JOSÉ LOUZEIRO, PRESENTE!
* Via e-mail/André Moreau, é filho de José Louzeiro. Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê - Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos - ABI - Associação Brasileira de imprensa, arbitrariamente impedida de concorrer à direção nas eleições de 2016/2019.
