1.9.17

GOVERNO ILEGÍTIMO DE TEMER SERVE AO CAPITAL E RETIRA DIREITOS CONSAGRADOS DO POVO, DENUNCIA PRESIDENTE DA CTB

Via FENEPOSPETRO -

Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, o governo ilegítimo de Michel Temer jogou uma pá de cal sobre os direitos consagrados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pela Constituição Federal, e congelou os investimentos públicos em projetos assistenciais com o propósito de dificultar a vida dos que mais necessitam, os mais pobres.


Com as novas regras para o mercado de trabalho, impostas pela Lei da Reforma Trabalhista, os sindicatos terão que se reestruturar. Para o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, a resistência dos trabalhadores no embate da luta de classes depende da unidade, do fortalecimento dos sindicatos e da contribuição sindical. Em entrevista ao site da FENEPOSPETRO, o presidente da CTB afirmou que a luta das centrais, hoje, é pela defesa da democracia, da soberania nacional e da valorização do trabalho.

Segundo ele, a unidade dos sindicatos, neste momento, é essencial para barrar o retrocesso no país. A ruptura democrática abriu o caminho para uma agenda ultraliberal, que destrói as conquistas e direitos que prevaleceram por décadas. Com isso, se aprofundam as desigualdades sociais e a fome em nosso país. Para Adilson, um governo atolado no maior rombo nas contas públicas da história do país e ainda envolvido em escândalos de corrupção, não tem moral para atropelar o trabalhador e colocar o Brasil refém dos interesses do capital externo.
O presidente da CTB afirma que a classe dominante já não concordava mais com a ascensão social do povo e não aceitava essa convivência pacífica. Ele diz que os sindicatos levaram décadas lutando pelo aumento real dos salários, o que permitiu que o povo pudesse comer, se vestir e viver melhor.  Com a valorização do mínimo em mais de 77%, os programas sociais abriram novas perspectivas para o Brasil, defende Adilson Araújo. 
FONTES DE CUSTEIO PARA A LUTA SINDICAL
O movimento sindical sempre esteve aberto ao diálogo. Segundo Adilson Araújo, os sindicalistas não se reuniram com o governo para cobrar a edição da Medida Provisória (MP), que vai garantir o custeio dos sindicatos, mas, para dizer que o Brasil é um país democrático. “As centrais têm uma política unitária. As lutas da classe trabalhadora possibilitaram avanços políticos, econômicos e sociais no país”. 
Adilson defende que os trabalhadores deveriam decidir sobre a melhor forma de custeio para a sobrevivência das suas entidades de classe:
- Os advogados contribuem para a OAB, o Sistema S continua servindo aos interesses da grande burguesia, com fundos dos empresários e do próprio governo. As igrejas, entidades filantrópicas, também contam com fonte de renda para se manter. Tem várias formas de custeio que são garantidas por lei e nem por isso se faz tanto estardalhaço como na questão do imposto sindical.
O governo não pode tratar a exceção como regra. Para Adilson, as entidades de classe que desenvolvem um trabalho sério não podem ser penalizadas. Os sindicatos brasileiros são empoderados, têm participação na vida política e na emancipação política do trabalhador. O presidente da CTB afirma que tanto a grande mídia quanto o capitalismo têm medo do poder dos sindicatos, que são os únicos que podem levar o povo às ruas para mudar a estrutura do país. Ele está convicto de que dentro das regras democráticas, a direita pode ser derrotada mais uma vez. Para Adilson Araújo, a política econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nada mais é do que praticar um terrorismo para acabar com a previdência pública.
O GOLPE DO CAPITAL CONTRA O TRABALHO
O presidente da CTB destaca que este governo representa a classe dominante. Ele diz que o golpe consumado, nada mais é do que o golpe do capital contra o trabalho. Adilson Araújo acrescenta que o governo segue à risca a pressão do capital externo e que, por isso, não vai se negar a fazer o que foi determinado pelos grupos econômicos. Para ele, essa ressaca política é muito longa, e o povo é sempre o mais atingido pelos efeitos do golpe. 
Segundo Adilson, o governo consagra as Leis da Terceirização, da Reforma Trabalhista e a PEC da Previdência, mesmo com a pressão da sociedade, porque tem a maioria no Congresso, que foi eleita pelo próprio povo. “Esse Congresso, o mais venal da história do Brasil, liderado pela tropa de choque do ex-deputado Eduardo Cunha, é xenófobo, com uma visão conturbadora, elitista, racista, preconceituosa e odiosa contra os pobres e os nordestinos. Isso é o que predomina hoje na classe política que constrói, vota e faz as leis”. 
O PODER DA COMUNICAÇÃO SINDICAL
A comunicação de massa manipula, influencia, massacra o povo e serve aos interesses da classe dominante. Por isso, as entidades de classe precisam investir na comunicação com o trabalhador. O presidente da CTB acredita que só através da conscientização e com uma comunicação sindical forte o povo brasileiro vai conseguir quebrar as correntes da manipulação. “Os sindicatos precisam deixar de lado o individualismo e desenvolver um projeto coletivo para ser o contraponto contra a mídia burguesa, rancorosa, fascista e preconceituosa”, finaliza, Adilson Araújo.
ENTREVISTAS 
A série de entrevistas com os presidentes das centras sindicais será retomada no dia 15 de setembro. O site da Fenepospetro já entrevistou os presidentes da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva - o Paulinho - e Ricardo Patah - da União Geral dos Trabalhadores.
*Estefania de Castro, assessoria de imprensa Fenepospetro