Via FENEPOSPETRO -
Após três meses de negociação, os Sindicatos dos Frentistas do Paraná assinaram, nesta segunda-feira (28), a Convenção Coletiva da categoria.
O sucesso das futuras negociações salariais no país vai depender da mobilização, da organização e da união da categoria aos seus sindicatos. Antes mesmo da Lei 13.467, da Reforma Trabalhista entrar em vigor, vários Sindicatos dos Frentistas no país encontraram dificuldades para fechar as Convenções Coletivas deste ano. Após três meses de intensos embates e muita intransigência do patronato, os Sindicatos dos Frentistas de Curitiba, Cascavel, Maringá, Londrina e Ponta Grossa assinaram, nesta segunda-feira (28), a Convenção Coletiva 2017/2018 dos 32 mil trabalhadores de postos de combustíveis e lojas de conveniência do estado do Paraná. Além de conquistar aumento real para os trabalhadores, os sindicatos lutaram para manter todas as cláusulas da CCT.
O processo negocial teve início em maio, data-base da categoria, e para impedir que propostas prejudiciais à categoria fossem incluídas na Convenção, os sindicatos tiveram que recorrer ao Ministério do Trabalho.
ACORDO - Os sindicatos conquistaram para os frentistas do Paraná 4,5% de reajuste salarial, o que representa um aumento real de 1,15%. Com o reajuste, o piso da categoria no Paraná passou para R$ 1.514.72, já incluso o adicional de periculosidade. Os trabalhadores vão receber R$ 240,00 de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e R$ 16,75 de vale-alimentação. Todas as diferenças retroativas ao mês de maio, data-base da categoria, serão pagas até o 5º dia útil de outubro.
CONSCIENTIZAÇÃO - Para o presidente do Sindicato dos Frentistas de Cascavel, Antônio Vieira, o momento é de mobilização e conscientização não só dos trabalhadores, mas, também, dos dirigentes sindicais. Antônio diz que por causa da política que cria leis, como a da Reforma Trabalhista, que visa acabar com a proteção do trabalhador, a classe operária precisa ficar atenta nas eleições de 2018. Cabe aos sindicalistas orientar a categoria sobre o retrocesso e a perda de direitos. “Infelizmente a Reforma Trabalhista é uma realidade, temos que esclarecer os trabalhadores o quanto é importante a sindicalização para a manutenção dos seus direitos. Com a nova lei, o sindicato representa diretamente os associados. Não existe negociação direta entre patrão e trabalhador. O que existe é a imposição do patrão”, completa.
A presidente do Sindicato dos Frentistas de Londrina, Vera Lucia, afirma que com a Reforma Trabalhista as entidades de classes terão que desenvolver um trabalho de conscientização política, para proteger o empregado dos ataques dos patrões, que vão tentar impedir que os funcionários se sindicalizem. Ela destaca que as conquistas da Convenção Coletiva foram obtidas com muita luta dos sindicatos, tendo em vista que os patrões não dão nada de graça para os funcionários.
Em Maringá, a conscientização dos frentistas teve início nas duas assembleias realizadas domingo (27) para aprovar o acordo. O presidente do sindicato da categoria, Odair José, alertou os trabalhadores sobre o enfrentamento da classe operária. “Se esse ano foi difícil para fechar a Convenção, em 2018 a luta será mais árdua e a saída é o engajamento político e social dos trabalhadores”.
* Estefania de Castro, assessoria de imprensa Fenepospetro