MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND -
Jornalões como a Folha de S. Paulo, que assumiu publicamente denominar a Venezuela de ditadura, e O Globo, que diariamente segue também a orientação do Departamento de Estado norte-americano e edita matérias com o objetivo de manipular a opinião pública no sentido de condenar veementemente tudo o que realiza o governo de Nicolás Maduro, estão se superando em matéria de manipulação da informação.
Aí então aparece o presidente putrefato Michel Temer querendo surfar no que editam os jornalões para ver se consegue reverter o quadro indicado nas pesquisas de rejeição total ao seu governo.
As afirmações de Temer condenando Maduro não passam também de uma retribuição a quem o ajudou, como o Departamento de Estado dos EUA, a chegar à Presidência. Mas, apesar disso, os efeitos práticos para Temer são nulos. Ou seja, não conseguirá reverter o quadro da opinião dos brasileiros de rejeição total a seu governo.
Quanto à opinião de Temer sobre a Venezuela, não é também nenhuma novidade. Mas automaticamente se chega à pergunta: qual a moral que tem o presidente que assumiu através de um golpe parlamentar, midiático e judicial para condenar outros governos eleitos pelo povo, como o caso de Maduro?
O desespero de Temer, do governo estadunidense e de outros, como o presidente argentino Maurício Macri, é que a Assembleia Nacional Constituinte foi eleita, já está em atividade e deverá avançar no projeto de defesa da soberania nacional venezuelana e também nas conquistas sociais. Realmente a antítese do que fazem neste momento Temer e Macri.
No caso de Macri em muito pouco tempo será julgado nas eleições legislativas, sobretudo na província de Buenos Aires em que concorre a ex-presidenta Cristina Kirchner para o Senado e segundo indicam as pesquisas está onze pontos na frente de um candidato apoiado pelo presidente Macri e pela mídia comercial conservadora.
No caso brasileiro, onde um usurpador ocupa ilegitimamente a Presidência da República, desde já os defensores de reformas que levarão o Brasil a andar para trás começam a antever a possibilidade de as urnas mais uma vez serem desfavoráveis ao grupo, procuram de todas as formas evitar a derrota em outubro de 2018. Não é à toa que começam a defender, até o próprio putrefato Temer, a instalação de um regime parlamentar para que o retrocesso continue.
Para tanto contam com o apoio dos mesmos jornalões e telejornalões que diariamente apresentam matérias denegrindo com a imagem da Revolução Bolivariana e especialmente do Presidente Nicolás Maduro.
É por aí que se explica o noticiário diário não só de apoio ao retrocesso social no Brasil como também o envenenamento do noticiário sobre a Venezuela. Quem estiver interessado em comparar os dias que antecederam o golpe de setembro de 1973 contra o então presidente chileno Salvador Allende e a cobertura midiática conservadora atual confirmará perfeitamente a semelhança.
Mas como hoje os tempos são outros, a unidade entre o povo e as Forças Armadas na Venezuela impede que a história golpista se repita, mesmo com os analistas de sempre “analisando” os acontecimentos no país vizinho em conformidade com a oposição venezuelana que quer conquistar o poder a força.
* Via blog Jornal da ABI. Mário Augusto Jakobskind, é Professor, Jornalista, Escritor e Coordenador de História do IDEA, Programa de TV., transmitido pela Unitevê, Canal Universitário de Niterói, Universidade Federal Fluminense (UFF)