Via FENEPOSPETRO -
Os trabalhadores de postos de combustíveis e lojas de conveniência do estado do Paraná retomam hoje (27) as negociações salariais. Os cinco sindicatos da categoria trabalham para manter na Convenção Coletiva os direitos dos trabalhadores.
A nova política de preços adotada pela Petrobras e o aumento de impostos sobre os combustíveis geram uma insegurança no setor de revenda e acabam refletindo no mercado de trabalho. Para garantir os direitos dos 32 mil trabalhadores de postos de combustíveis e lojas de conveniência do Paraná, que estão negociando a renovação da Convenção Coletiva, os cinco sindicatos da categoria no estado firmaram uma aliança para vencer a intransigência dos patrões. Nesta quinta-feira (27), os dirigentes dos Sindicatos dos Frentistas de Curitiba, Cascavel, Maringá, Londrina e Ponta Grossa sentam à mesa de negociação para discutir o aumento salarial 2017 com os patrões. A reunião vai contar com o reforço do presidente do Sindicato dos Frentistas de Campinas-SP, Francisco Soares, que vai representar a Federação Nacional dos Frentistas (FENEPOSPETRO) na negociação.
Os frentistas do Paraná, com data-base em maio, iniciaram a negociação pedindo 17% de aumento salarial, mas apresentaram uma contraproposta flexibilizando o índice de reajuste. Os sindicatos da categoria esperam pôr um fim no impasse, hoje, com a apresentação de uma contraproposta patronal que contemple as necessidades dos trabalhadores. Os dirigentes fecharam questão com relação aos direitos conquistados e não aceitam alterações nas cláusulas da Convenção Coletiva.
O presidente do Sindicato dos Frentistas de Curitiba, Lairson Sena, diz que os dirigentes da categoria no estado estão brigando para manter as garantias constitucionais e da Convenção Coletiva dos trabalhadores. Lairson afirmou que as entidades são combativas e, por isso, não aceitaram a proposta de reajuste salarial de 2% feita pelos patrões. Segundo ele, o setor patronal sempre chora independentemente do momento econômico, porque gosta de lucrar em cima do consumidor e do trabalhador. “O frentista é um agente social e também por este motivo, precisa ser valorizado. É o trabalhador que fideliza o cliente no posto”, completa.
Para o presidente do Sindicato dos Frentistas de Cascavel, Antônio Vieira, os últimos ataques do governo ao setor de revenda de combustíveis aumentam a expectativa em torno da negociação. De acordo com ele, o aumento dos impostos sobre os combustíveis e a nova política de custo da Petrobras - que faz com que os preços variem - geram muita incerteza no mercado. Antônio Vieira frisa que com essas medidas o governo cria uma insegurança no mercado de combustíveis.
BENEFÍCIOS - Os sindicatos do Paraná estão brigando para elevar os valores do vale-alimentação para R$ 555,00 e da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para R$ 600,00. Segundo Antônio Vieira, durante as negociações os patrões tentaram retirar da Convenção Coletiva o direito do trabalhador receber o vale-alimentação também nas férias, mas voltaram atrás por causa da pressão dos sindicalistas.
INSEGURANÇA - A presidente do Sindicato dos Frentistas de Londrina, Vera Lucia, admite que se não houver acordo na mesa de negociação, as entidades laborais terão que recorrer ao Ministério do Trabalho (MT) para acabar com o impasse. Ela alerta que o momento requer muita atenção e jogo de cintura dos sindicalistas, já que com a Lei da Reforma Trabalhista, que entrará em vigor em novembro, o que constar na Convenção Coletiva é que vai valer.
* Estefania de Castro, assessoria imprensa Fenepospetro