CARLOS CHAGAS -
Esta semana o Senado deve definir os presidentes das diversas
comissões técnicas da casa. A principal é a Comissão de Constituição e
Justiça, tanto pela importância política quanto pela obrigação de opinar
sobre a aceitação das denúncias sobre os implicados na lista da
Odebrecht, apresentada pelos seus delatores. A CCJ poderá aceitar os
depoimentos dos 77 diretores e ex-diretores da empreiteira, inculpando
perto de 200 políticos e parlamentares acusados de corrupção, ou
descartar boa parte deles, tentando livrá-los das punições aguardadas.
Três são os candidatos a presidir a CCJ: Edison Lobão, Marta Suplicy e
Raimundo Lira. O senador pelo Maranhão faz parte da lista da Odebrecht e
tem tido seu nome como envolvido nas trapalhadas ora investigadas. A
representante de São Paulo busca um lugar ao sol em plena noite, e o
paraibano surge como imune a influências pouco éticas.
Qualquer dos três poderá definir o rumo das investigações que levarão
ao sucesso ou ao malogro da operação Lava Jato. A maioria do Senado
poderá contribuir para a luta pelo restabelecimento da moralidade no
Congresso ou erigir barreiras contra o combate à corrupção.
Permitir que parlamentares envolvidos no Caixa Dois, por exemplo,
sejam transformados em réus e submetidos a processos levados à
condenação, é um caminho. Decidir que não cometeram faltas dignas de
perda de mandatos, outra.
Quem quiser que opine, mas o país está diante de uma encruzilhada fundamental para o seu desenvolvimento.
O lobo mau, a chapeuzinho vermelho e o caçador decidirão sobre a sorte da avozinha indefesa.