Via SINPOSPETRO-RJ -
Secretaria da mulher da FENEPOSPETRO prepara as dirigentes sindicais para conscientizar a frentista sobre as formas de violência contra a mulher. Nesta semana, a frentista Aline Cristina das Neves foi assassinada brutalmente, em Jundiaí, São Paulo. O Sindicato dos Frentistas de Jundiaí e Região auxiliou a família no momento de dor.
Acabar com a tirania machista e empoderar as trabalhadoras de postos de combustíveis e lojas de conveniência para que tenham direito à vida, à liberdade e à felicidade. Esse é o principal objetivo das dirigentes sindicais da Federação Nacional dos Frentistas (FENEPOSPETRO), que, há três anos, se reúnem para debater a violência a que a mulher é submetida diariamente.
Na última segunda-feira(31) a frentista Aline Cristina das Neves de 36 anos foi cruelmente assassinada pelo companheiro, quando chegava ao posto de combustíveis, onde trabalhava, em Jundiaí, São Paulo. Ela será enterrada hoje(3) na cidade de Caicó, no Rio Grande do Norte.
Aline das Neves trabalhava como frentista, há dois anos, e era associada do Sindicato da Categoria em Jundiaí. Por não ter parentes na cidade, a presidente do sindicato, Marli Ortega Ortiz, agilizou o processo de liberação do corpo de Aline das Neves, resolvendo as questões burocráticas. Marli Ortiz também auxiliou o irmão da vítima durante sua estada em Judiai, até o translado do corpo da frentista na tarde desta quinta-feira(2).
Segundo Marli Ortiz, a frentista e o seu companheiro frequentavam o sindicato regularmente, participando de assembleias, festas e faziam tratamento dentário na entidade. Ela lembra que em uma das visitas ao sindicato, Aline das Neves, apresentou um hematoma no olho e, na época, disse se tratar de uma queda. A presidente do Sindicato dos Frentistas de Jundiaí, não suspeitou de violência doméstica, diante da convicção da frentista ao narrar o caso. “Hoje tudo poderia ser diferente se ela tivesse falado com o sindicato ou com alguma amiga do trabalho sobre o problema que passava”, completou Marli.
AÇÕES CONTRA A VIOLÊNCIA
Há três anos, a FENEPOSPETRO realiza no mês e março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher, um seminário com as dirigentes sindicais para tratar dos assuntos que abordam o mundo feminino, principalmente a violência, o assédio sexual e o assédio moral. Segundo a secretária da mulher da Federação, Telma Cárdia, a conscientização e o empoderamento da mulher são as armas para acabar com o machismo, a falta de respeito e o abuso dos homens. Ela diz que falta empenho do poder público para mapear as questões da violência contra a mulher, socorrer e abrigar as que se sentem ameaçadas.
Telma afirma que o poder público investe muito em propaganda para discutir a questão da mulher, mas na prática não cria projetos para atender a mulher, que muitas vezes não sai de casa porque não tem para onde ir. “É obrigação do poder público dar garantias a mulher vítima de violência. O movimento sindical tem que estar atento. O trabalho do sindicalista não se resume a discussão salarial. É preciso criar projetos sociais para melhorar a vida do cidadão”.
SEMINÁRIO
Nesta sexta-feira(3), Telma Cárdia se reúne com o presidente da FENEPOSPETRO, Eusébio Pinto Neto, em São Paulo, para tratar da organização do III Seminário das Dirigentes Sindicais dos Empregados em Postos de Combustíveis. O evento será realizado nos dias 7 e 8 de março, na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio(CNTC), em Brasília.
As dirigentes dos Sindicatos dos Frentistas de todo o país vão participar do seminário. De acordo com Telma Cárdia, muitas sindicalistas se identificam na abordagem dos temas, e no seminário tomam consciência de que também foram vítimas de violência. “O ideal seria que cada sindicato tivesse um departamento feminino com apoio psicológico para atender as mulheres vítimas de violência doméstica ou no trabalho”.
*Estefania de Castro, assessoria de imprensa Sinpospetro-RJ