PEDRO PORFÍRIO -
Essa massa renascente voltou à Paulista e a Atlântica por que começou a perceber que caiu no conto do golpe, ao qual ofereceu seu dorso e seus dotes ante a promessa de que tudo voltaria às vacas gordas, desde que apeassem a Dilma dos seus 54 milhões de votos.
Era isso mesmo: depois da derrota de outubro, no delírio revanchista e chauvinista, decidiram ferrar aquela que personificava um incômodo avanço social. Sabiam que Dilma era honesta mais da conta, ao contrário dos canalhas da Câmara e do Senado, que compram mandatos a pesos de ouro. E fazem cursos de delinquência parlamentar para pegar o gasto de volta com lucros, juros e todos os brindes deste regime degenerado.
Ao contrário do oferecido, piorou a situação da classe média e adjacências. A varinha de condão era uma baita ficção e a economia continuou claudicando já em doses cavalares, com o ritual trágico de uma farsa mal montada. A manipulação midiática agravou ainda mais a desilusão, com o pior: as fórmulas dos banqueiros e cúmplices estavam fora do prazo de validade.
A incerteza forjada cedeu à incerteza real. Ninguém sabe para quem apelar, não há mágica, nem milagres e o governo de um pulha dominado pela pior escória não consegue nem levantar a cabeça. Ninguém acredita mais no seu discurso canastrão. E não tem dignidade nem para voltar atrás.
A classe média em suas variáveis e suas adjacências voltou para a rua com o mesmo falatório de sempre, escondendo que está a perigo para não dar o braço a torcer. Precisava de um conflito como pretexto e o governo da baixa escória moral com seus parlamentares venais ofereceu um pacote de vexames dos mais variados sabores.
Alguns da massa mais ladinos já se deram conta que estão num mato sem cachorro. Foram agora para a rua só para informar que não contem com cheques em branco. Ou tem comida na mesa e uma viagem para a Disney ou se ferrarão todos no mesmo desastre.
A corrupção crônica e despudorada voltou à ordem do dia. Usam-na como máscara, porque, a rigor, não estão nem aí para as maracutaias, tanto que apoiaram o golpe sabendo-o o substrato da corrupção.
Querem aquela vidinha que tiveram no tempo do Lula, mas como estão de mal com ele, vão querer cortar sua cabeça e chutar o pau da barraca para ver se forçam a mesa farta prometida. E é nisso que vão quebrar a cara mais ainda: os alquimistas da impostura são uns imbecis sem capacidade nenhuma de pagar a conta.
Enquanto isso, o Brasil se desintegra ao gosto dos que cobiçam suas riquezas. É bonito isso?