31.10.16

TUDO COMO ANTES NO QUARTEL DE ABRANTES

PEDRO PORFÍRIO -


Bom dia. Não se pode dizer que o Brasil emergiu renovado dos pleitos municipais de outubro. Não e não.

Sob o céu nublado, ressacas, chuvas e instabilidade as urnas vomitaram cobras e lagartos, cutucadas com varas curtas. Sem novidade no front. Só uma coisa ficou clara: o mar não está para peixes, daí a sinfonia de quem não sabe de nada, não quer saber e ainda tem raiva de quem sabe.

Tanto como as hordas deslumbrados que ganharam o do bom e do melhor para encenar gabinetes inúteis em legislativos boçais, os prefeitos da safra não tiveram como evitar o vexame de um cenário farsesco. Abstenções, nulos e brancos bombaram mais nas grandes e médias cidades, onde o voto obrigatório é peça obsoleta e leva os "obrigados" a apanhar o primeiro santinho, sufragando seu número no escuro e sem saber de quem.

É que rapaziada varonil tem a nota de fábrica, direcionando os desmazelos para a o fim da picada. A ideia que faz sucesso é a de que o quente é virar as costas, estar pouco se lixando para quem é quem, como se essa bobagem fosse a glória.

Em sendo assim, os prefeitos novos (e os antigos), descartáveis segundo a lógica do descuido, acabam saindo de um jogo de palitinhos, no parto do mais estéril absurdo.

Não há o que festejar. Minto: faz-se festa, sim, para quem já está de olho no cofre e na fila da propina continuada, eis que, exceções raras, é para engordar que políticos destes dias correm atrás, usando de todos os artifícios que pegam a turba na fila do delírio.

O que aconteceu em termos de desinteresse, manipulação e iniquidades foi grave demais para ser tratado como um fato pontual.

Mal sabem todos que ninguém ganhou potes de sorvetes. Cada Prefeitura é uma caixa de dúvida em um terreno minado. Surpresas de todos os quilates escondem-se por baixo dos panos. Onde a irresponsabilidade e a impunidade campeiam pode-se esperar tudo.

Não há prêmio a pagar, portanto. Antes, pelo contrário, os bem intencionados eu se cuidem. O bicho pode pegar.

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