Por MAURO SANTAYANA - Via blog do autor -
Mesmo com vitórias pontuais de seus concorrentes, a
cada urna apurada nas prévias eleitorais norte-americanas, Donald Trump
aproxima-se, cada vez mais, da condição de mais provável candidato do Partido
Republicano dos Estados Unidos a disputar, provavelmente contra Hillary Clinton
como aspirante a Presidente do Partido Democrata, as eleições presidenciais
deste ano.
As chances de Trump ser eleito são aparentemente
pequenas, mas, considerando-se a crise – quase que permanente - pela qual o
capitalismo está passando e o processo de imbecilização crescente da população
mundial, ligado ao crescimento de seitas mais ou menos fundamentalistas, ideias
e propostas neo e ultraconservadoras – em muitos casos, simplesmente fascistas
- na internet, sempre existe a possibilidade de que a loucura se imponha sobre
um mínimo de razão, minguante, fazendo com que, como em um título de uma
comédia de Hollywood, em breve se tenha - em caso de eventual derrota da
senhora Clinton - Um Maluco na Casa Branca.
O relativo sucesso de Trump, até
agora - mesmo que com a recomendação contrária de expressivas lideranças do
próprio Partido Republicano -, deve servir de alerta ao Brasil.
Se não houver um forte apelo ao bom senso, no
sentido de um entendimento entre as principais lideranças políticas
brasileiras, para conter a radicalização, o ódio ideológico e o imponderável,
sempre existe a possibilidade do aparecimento, a cavalo do populismo, e da
ignorância de um público cada vez mais raivoso, preconceituoso e burro, de um
pequeno Donald Trump tupiniquim – não necessariamente loiro ou com peruca de
asno – para disputar, e eventualmente ocupar, o principal cargo da República.
Afinal, como naqueles programas de televisão
“sobrenaturais”, as coisas mais absurdas já vêm ocorrendo por aqui, e estão
sendo tratadas, pelas instituições, e por uma parte retorcida e irresponsável
da imprensa, como se fossem absolutamente normais.
Daí a se colocar Um Maluco no Palácio do Planalto,
bastam apenas dois ou três passos.
Afinal, como se pode ver pelos “panelaços” e as
redes sociais, politicamente boa parte da opinião pública está agindo como se
usasse óculos 3D o tempo todo, para exagerar na distorção da realidade.
E uma outra boa parte, viseiras.