26.1.16

PRESIDENTE DO JARDIM ZOOLÓGICO DO RIO DE JANEIRO É DETIDO PELA POLÍCIA. A VERGONHA DO TRÁFICO DE ANIMAIS NO BRASIL

ILUSKA LOPES -

Ontem foi divulgado amplamente na imprensa carioca e nacional que o presidente da fundação RioZoo, Sergio Luiz Felipe, foi preso, na segunda-feira (25), por policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) em consequência de irregularidades encontradas no local, como 160 quilos de carne vencidos que seriam utilizados para consumo, além de medicamentos que também estavam vencidos.

Os agentes também encontraram quatro espingardas de diversos calibres, sem registro, em um armário dentro do hospital veterinário, junto com outros rifles de ar comprimido. Sérgio foi conduzido para prestar depoimento.

O  Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) determinou o fechamento do local, no último dia 14, após ser constatada a falta de licenças, como a de operação. O instituto também identificou a autorização de manejo precário, que está vencida, e problemas estruturais nos recintos dos animais, como o de aves, o de reprodução e o corredor de fauna.

No último dia 19, em reunião com representantes do Ministério Público Federal (MPF), da Secretaria Municipal de Ambiente (SMAC) e do Ibama decidiram pela manutenção do fechamento até que o poder municipal garanta o bem estar mínimo dos animais e atendimento adequado aos visitantes.

A Prefeitura do Rio já tinha publicado, na última terça-feira (19), no Diário Oficial do Município, o aviso de licitação para gestão do Jardim Zoológico do Rio. O valor da concessão é de R$ 66,6 milhões e tem prazo de dois anos. Lamentável que o Zoo tenha chegado a esse ponto, descaso, descrédito, descompromisso, são as marcas do prefeito-pinóquio Eduardo Paes.

A VERGONHA DO TRÁFICO DE ANIMAIS NO BRASIL

Macaco-barrigudo apreendido pelo Ibama.
O papagaio é a ave mais vendida no Brasil e no exterior, segundo relatório da WWF (World Wildlife Fund). Depois vêm araras e periquitos, micos, tartarugas e tucanos. Sem contar a quantidade de insetos que saem do nosso país sem qualquer controle. Estimativas desta organização revelam que 90% dos animais silvestres capturados morrem entre serem apanhados e o transporte até o consumidor final.

As condições são péssimas. Alguns traficantes costumam dar cachaça para os animais, mantendo-os calmos pelo menos nas horas seguintes à compra. Cegar os olhos dos pássaros com cigarros e cortar suas asas também são práticas muito usadas para que elas fiquem mais mansas e assim atrativas para o comprador.

Os meios de transporte mais usados pelos traficantes são caminhões, ônibus interestaduais e carros particulares. Os animais são transportados nas piores condições possíveis. São escondidos em meias, em fundos de malas ou caixotes, sem ventilação, e ficam vários dias sem comer e sem beber. Assim, de cada 10 animais capturados, nove morrem no caminho e um chega às mãos dos compradores.

Todos os seres vivos dependem da natureza para sobreviver, pois é dela que obtemos desde alimentos até remédios. Os animais são parte fundamental da cadeia. Se forem extintos ou se tornarem raros, comprometem todo o equilíbrio da natureza. Um animal silvestre retirado de seu ambiente não deixará descendentes. Uma linhagem inteira passa a não existir dessa forma. E o lugar ocupado pelo bicho na cadeia alimentar fica vazio, comprometendo o equilíbrio de todo o habitat.

*Com informações da ABr, Olhar animal e Rio247.