ILUSKA LOPES -
Ontem foi divulgado amplamente na
imprensa carioca e nacional que o presidente da fundação RioZoo, Sergio Luiz Felipe, foi preso, na
segunda-feira (25), por policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente
(DPMA) em consequência de irregularidades encontradas no local, como 160 quilos
de carne vencidos que seriam utilizados para consumo, além de medicamentos que
também estavam vencidos.
Os agentes também encontraram quatro
espingardas de diversos calibres, sem registro, em um armário dentro do
hospital veterinário, junto com outros rifles de ar comprimido. Sérgio foi
conduzido para prestar depoimento.
O Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) determinou o fechamento do
local, no último dia 14, após ser constatada a falta de licenças, como a de
operação. O instituto também identificou a autorização de manejo precário, que
está vencida, e problemas estruturais nos recintos dos animais, como o de aves,
o de reprodução e o corredor de fauna.
No último dia 19, em reunião com
representantes do Ministério Público Federal (MPF), da Secretaria Municipal de
Ambiente (SMAC) e do Ibama decidiram pela manutenção do fechamento até que o
poder municipal garanta o bem estar mínimo dos animais e atendimento adequado
aos visitantes.
A Prefeitura do Rio já tinha
publicado, na última terça-feira (19), no Diário Oficial do Município, o aviso
de licitação para gestão do Jardim Zoológico do Rio. O valor da concessão é de
R$ 66,6 milhões e tem prazo de dois anos. Lamentável que o Zoo tenha chegado a
esse ponto, descaso, descrédito, descompromisso, são as marcas do
prefeito-pinóquio Eduardo Paes.
A VERGONHA DO
TRÁFICO DE ANIMAIS NO BRASIL
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Macaco-barrigudo apreendido pelo Ibama. |
O papagaio é a ave mais vendida no Brasil e no exterior,
segundo relatório da WWF (World Wildlife Fund). Depois vêm araras e periquitos,
micos, tartarugas e tucanos. Sem contar a quantidade de insetos que saem do
nosso país sem qualquer controle. Estimativas desta organização revelam que 90%
dos animais silvestres capturados morrem entre serem apanhados e o transporte
até o consumidor final.
As condições são péssimas. Alguns traficantes costumam
dar cachaça para os animais, mantendo-os calmos pelo menos nas horas seguintes
à compra. Cegar os olhos dos pássaros com cigarros e cortar suas asas também
são práticas muito usadas para que elas fiquem mais mansas e assim atrativas
para o comprador.
Os meios de transporte mais usados pelos traficantes
são caminhões, ônibus interestaduais e carros particulares. Os animais são
transportados nas piores condições possíveis. São escondidos em meias, em
fundos de malas ou caixotes, sem ventilação, e ficam vários dias sem comer e
sem beber. Assim, de cada 10 animais capturados, nove morrem no caminho e um
chega às mãos dos compradores.
Todos os seres vivos dependem da natureza para
sobreviver, pois é dela que obtemos desde alimentos até remédios. Os animais
são parte fundamental da cadeia. Se forem extintos ou se tornarem raros,
comprometem todo o equilíbrio da natureza. Um animal silvestre retirado de seu
ambiente não deixará descendentes. Uma linhagem inteira passa a não existir
dessa forma. E o lugar ocupado pelo bicho na cadeia alimentar fica vazio,
comprometendo o equilíbrio de todo o habitat.
*Com informações da ABr, Olhar animal e Rio247.