Lava Jato quer ser mais eficiente que o sabão Omo, que diz
lavar mais branco. A diferença é que o Lava Jato não tira manchas: a mancha de
não ter denunciado os senadores tucanos citados em delação premiada, Aécio
Neves e Antonio Anastasia, e de não ter investigado a Petrobrás no governo de
Fernando Henrique Cardoso, citado também por vários delatores. E há outras
manchas que deixam perguntas sem respostas.
O lava Jato, alegando que a operação é exclusiva para
investigar a Petrobrás, não investiga Furnas, onde Aécio Neves controlava uma
diretoria e recebia propina, através de sua irmã. Estranhamente
o Lava Jato foi investigar a Eletronuclear e denunciar o almirante Othon da Silva,
justamente o cabeça do nosso submarino nuclear e do desenvolvimento da energia
nuclear no Brasil, a principal defesa do Brasil no caso de o pré-sal ser
atacado.
Outra
mancha da operação é de ter prendido só o tesoureiro do PT, que foi citado em
delação premiada, mas também foram citados os partidos como o PSDB, PMDB, PP,
PSB e o juiz Sérgio Moro não mandou prender tesoureiro de nenhum outro partido.
Uma mancha que passou despercebida da maioria da sociedade e é daquelas
sujeiras que exigem maior discernimento: saiu do Lava Jato a denúncia
mentirosa, às vésperas da eleição, de que Lula e Dilma sabiam da corrupção na
Petrobrás, essa farsa foi matéria de capa da Veja e de 15 minutos no dia que
antecedeu à votação, no Jornal Nacional, da Globo.
A
certeza da impunidade do Lava jato é tão grande que eles, que contribuíram para
tentar eleger Aécio Neves, mas mesmo assim foram derrotados, agora querem
julgar a eleição de Dilma. Além dessas manchas, que os diferenciam do sabão
Omo, tem o problema da validade, o sabão tem data de validade, e o Lava Jato
vai até quando, já tem mais de um ano e meio? Vai até a destruição da
Petrobrás, do PT de Lula e Dilma?
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Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de
Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).