Por ALTAMIRO BORGES - Via blog do Miro -
A vida da TV Globo não está fácil. É certo que os três filhos de
Roberto Marinho, que não têm nome próprio, seguem na lista da Forbes dos
maiores ricaços do planeta. Mas as nuvens estão carregadas e os sinais são cada
vez mais preocupantes. Queda acentuada de audiência de vários programas; queda
de faturamento em publicidade; queda de crebilidade na sociedade. Para piorar,
como fruto do clima de ódio e intolerância chocado pelo próprio império global,
os jornalistas da emissora são agora alvos constantes de hostilidades. Na
marcha fascista de domingo (16), um repórter da empresa foi xingado e
empurrado. Até a comentarista Cristiana Lôbo, uma venenosa inimiga do PT, foi
atacada nas redes sociais. Outro sintoma do clima tenso é a recente revolta dos
taxistas contra a Rede Globo.
Segundo notinha nesta terça-feira (19) de Keila Jimenez, do site R7,
acabou sobrando para o império global a briga dos taxistas de vários Estados
contra o serviço de transporte clandestino Uber. Nas ruas de São Paulo e do Rio
de Janeiro já é possível notar vários carros com adesivos de campanha contra a
TV Globo. Os taxistas afirmam que a emissora defende o serviço
desregulamentado, o que prejudica a categoria. O adesivo traz a inscrição
"Sorria, a Globo é a favor da pirataria", e exibe o logotipo da
emissora com as cores do Uber. Ainda segundo a matéria, os taxistas pretendem
realizar protestos em frente às sedes da emissora e das suas afiliadas nos
Estados. O clima pode ficar ainda mais tenso!
No final de julho, a jornalista Cecília Flesch, da Globo News, foi
agredida por taxistas quanto cobria uma manifestação contra o aplicativo Uber
no Rio de Janeiro. Segundo o Portal Imprensa, "ela foi empurrada, chutada
e seu braço ficou um pouco arranhado". A agressão foi confirmada pela
direção da emissora, que afirma que a repórter e a equipe de produção foram
cercadas por "manifestantes mais exaltados". A direção do Sindicato
dos Jornalistas do Rio de Janeiro repudiou a violência em nota assinada por
Paula Máiran, presidente da entidade:
"Fica aqui o meu repúdio à barbárie promovida pelos taxistas que
atacaram nesta manhã, durante ato da categoria, com empurrões, socos e chutes,
a jornalista Cecília Flesch, sob a palavra de ordem 'Fora Globo'. À colega,
repórter da Globonews, manifesto minha solidariedade e apoio, assim como
recomendo que registre a queixa em delegacia. Jornalista é trabalhador e merece
respeito. Nós trabalhadores não podemos ser confundidos com nossos patrões. É
uma contradição absurda o emprego da violência em um ato de reivindicação de
direitos. Cabe à categoria dos taxistas se manifestar, inclusive, contra esse
ato de barbárie que fere a imagem coletiva desses trabalhadores".



