CARLOS CHAGAS -
Fica
difícil acreditar na promessa da presidente Dilma de que limitará a
campanha da reeleição a apresentar as realizações de seu governo e do
passado governo Lula. Anunciou que não tomará conhecimento de outros
candidatos ou candidatas, quer dizer, não aceitará polêmicas.
Saberemos
na próxima terça-feira, quando do primeiro debate entre os candidatos,
na TV-Bandeirantes. Criticada ou agredida, terá a presidente nervos para
ignorar acusações variadas? Coisa parecida acontecerá nos programas de
propaganda gratuita: ofendida, dará de ombros?
Mesmo
prevendo-se debates e exposições sem radicalismos, verificados com
certa educação, Dilma estará obrigada a replicar. Caso contrário,
passará recibo de fraqueza ou de arrogância. No referido primeiro
debate, daqui a três dias, perguntas serão feitas de candidatos para
candidato. Com certeza será indagada sobre a corrupção nas
administrações petistas. Silenciará? O que dizer das acusações
envolvendo a Petrobras? Da entrega de ministérios a partidos
anteriormente flagrados em malfeitos?
As
campanhas eleitorais caracterizam-se por diversos matizes, entre eles
as denúncias contra adversários. Aécio Neves e Marina Silva,
presumidamente dispostos a não baixar o nível, nem por isso deixarão de
aproveitar a importância de censurar o governo. De corpo presente ficará
pior. Não se espera que Dilma se dirija aos demais contendores com o
tradicional preâmbulo do “meu querido” ou “minha querida”, prenunciando
chumbo grosso, como acontece em suas entrevistas. Mas se não reagir,
perderá votos.
NOVA ESTRATÉGIA?
Desde
terça-feira que Aécio Neves e os principais líderes de sua candidatura
vem se reunindo para examinar o quadro sucessório à luz da candidatura
de Marina Silva. Contas e projeções sucedem-se na busca de respostas
para a grande questão: onde será preciso mudar para enfrentar a nova
candidata?
A realização do segundo turno das eleições é tida como certa no comando de campanha do ex-governador de Minas.