15.6.14

INTERPOL APURA POSSÍVEL MANIPULAÇÃO DE RESULTADOS

ALCYR CAVALCANTI -

O secretário-geral da Interpol Ronald Noble disse à rede de televisão CNN que foi enviada uma equipe para investigar possível manipulação de resultados durante a Copa do Mundo no Brasil. “Eu posso garantir que enquanto a Copa acontece nos estádios existem grupos do crime organizado trabalhando com apostas ilegais. Isso pode influenciar no resultado de um jogo, com suborno ou corrupção”, afirmou Ronald Noble na ultima sexta-feira ao apresentador Richard Quest da CNN. Para Noble as apostas não seriam apenas sobre os resultados, mas também envolvendo lances durante a partida como pênaltis ou mesmo escanteios. Milhões de dólares são envolvidos nas apostas em vários países do mundo, em uma perversa globalização. Ao ser perguntado sobre a participação de juízes ou atletas, ele disse que é uma possibilidade, que tudo pode acontecer, mas não pode afirmar, nem sabe se isso é provável.

Eduardo Novajas delegado federal e coordenador da Interpol no Brasil afirmou que apenas houve um mal entendido, má interpretação da entrevista, e negou que haja uma operação dirigida para investigar manipulação de resultados durante a Copa no Brasil. As operações seriam preferencialmente dirigidas contra os black blocs que estariam vindo de outros países com a única finalidade de promover distúrbios e quebra quebras.

Os erros de arbitragem na fase inicial da Copa deixaram muitas duvidas quanto à lisura, ou a competência dos árbitros das partidas da fase de grupos. Na Copa de 1978 na Argentina a goleada da seleção portenha sobre o Peru levou os argentinos à final, e a conquista da taça, levantando suspeitas sobre o “desinteresse” da seleção peruana durante a partida. Os jogos da chave do grupo A tiveram erros gritantes e lances duvidosos que influenciaram nos resultados das partidas. Na partida Brasil X Croácia não só o pênalti em Fred, mas uma serie de erros do juiz japonês Yuichi Nishimura prejudicaram a seleção croata, provocando criticas na imprensa mundial, e também do técnico Nico Kovac da Croácia que durante a entrevista coletiva acusou frontalmente o árbitro de ter prejudicado sua equipe. Para Kovac se os jogos continuarem com erros gritantes, o espetáculo que poderia ser o maior de todos os tempos vai se transformar em um imenso circo. O técnico Luis Felipe Scolari visivelmente irritado disse “Que houve pênalti claro que houve, vi e revi o lance mais de dez vezes, para mim foi pênalti. Agora isso é uma coisa, cada um pode interpretar de um jeito, e se o arbitro disse que foi pênalti, a interpretação é dele”. Para Felipão a falta do zagueiro croata Lovren foi nítida, só não viu quem não quis. No outro jogo do grupo, México contra Camarões os mexicanos tiveram dois gols anulados indevidamente. A seleção mexicana não se abalou e fez um terceiro, esse foi validado o que não impede uma apuração rigorosa do comitê de arbitragem da FIFA. A seleção do México é a próxima adversária do Brasil, terça em Fortaleza, e luta pela classificação na fase de grupos.

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol-CBF José Maria Marin em recente entrevista ao repórter Jorge Rodrigues de  O Globo declarou “que só uma fatalidade nos tira o título”, e classificou de políticas as manifestações contra a Copa, partem  de grupos que só pensam em reclamar, e arrematou: “Estamos agora no inicio da Copa, estamos em um verdadeiro purgatório. Se acontecer um novo 1950 nenhum brasileiro vai aceitar.    Ou vamos todos, se ganharmos para o céu, ou vamos todos, inclusive eu para o inferno”. Da mesma forma pensa o coordenador técnico da seleção Carlos Alberto Parreira. Na chegada dos jogadores em Teresópolis no final de maio, Parreira disse visivelmente satisfeito: “Chegaram os campeões, estamos com a mão na taça”, afirmação feita por ter uma certeza absoluta da vitória, ou talvez para dar uma injeção de ânimo para superar o distante trauma de 1950 diante do Uruguai, o Maracanazo. 

Acreditamos que nossa seleção tem futebol suficiente para ganhar apenas na bola, sem armações escusas fora das quatro linhas, confiamos nas jogadas de Oscar e principalmente no talento de Neymar, sem nenhum tipo de manipulação de resultados. O povo não aguenta mais nenhuma forma de corrupção, basta o que tem acontecido em nossas terras. O futebol pentacampeão do mundo é uma instituição nacional, não merece isso.