ROBERTO MONTEIRO PINHO -
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“Pesquisa quantitativa
realizada anualmente pelo Ibope que mede a confiança dos brasileiros em
instituições e grupos sociais revelou que a confiança da população brasileira
na Justiça e no Poder Judiciário está em baixa no país”.
O Judiciário gastou R$ 177,04 por brasileiro
em 2008, No ano anterior, foi registrado o custo de R$ 158,87 por habitante. Em
2013 gastou R$ 300.48, por brasileiro, ou seja: quase o dobro do custo de 2007,
tudo conforme consta da base de dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Mesmo assim não temos registro de fato que tenha melhorado a prestação
jurisdicional, ao contrário, os processos estão lentos, e a solução dos
conflitos diminui seguidamente. Por essa razão a sociedade vem se manifestando
incrédula, e por isso não aceita o custo e a morosidade de uma ação trabalhista
quando se vê que 68% da receita destinada à Justiça Federal é para manter a
Justiça do Trabalho. Não temos a menor dúvida de que a especializada está em
rota de colisão com seu exterior, eis que sua magistratura é personalíssima,
propugna pela “reserva de mercado”, e trabalha isolada dos atores que compõe o
universo laboral, estando por seguinte divorciada dos principais propulsores da
demanda judicial os: sindicatos, a Ordem dos Advogados do Brasil, sociedade
civil e do próprio legislativo.
A cada ano o descrédito na justiça aumenta, da
mesma forma que aumenta seu congestionamento. Pesquisa quantitativa realizada
anualmente pelo Ibope que mede a confiança dos brasileiros em instituições e
grupos sociais revelou que a confiança da população brasileira na Justiça e no
Poder Judiciário está em baixa no país. De acordo com os dados do ICS (Índice
de Confiança Social) no dia 2 de agosto de 2013 (pesquisa realizada nos meses
de junho e julho), das 18 instituições avaliadas pelo levantamento, o “Poder
Judiciário/Justiça” ficou apenas na décima posição. Para a maioria dos 2.002
entrevistados pelo Ibope, a Justiça brasileira não é digna de confiança –
apenas 46% deram uma resposta afirmativa. A instituição que goza de maior
prestígio entre os brasileiros é o Corpo de Bombeiros, primeiro lugar com 77%
de confiança (seis pontos a menos do que em 2012), seguido pelas Igrejas (66%,
queda de cinco pontos) e das Forças Armadas (64%, queda de sete pontos).
Lembrando Rui Barbosa que já dizia - Justiça
tardia é injustiça, voltamos ao ano de 2010, quando os números divulgados em
2010 pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), apontavam que “a
Justiça do Trabalho possibilitou a quitação de débitos trabalhistas da ordem de
R$ 11,2 bilhões – um crescimento de 10,3% nos valores pagos em 2010 em
comparação com 2009”. No entanto uma nota publicada no site do CSJT indica que
a “fase de execução processual persiste como o maior desafio da Justiça do
Trabalho, na medida em que o índice de congestionamento nesse momento é de
69%”. No entanto enquanto os resultados positivos são anunciados, a prestação
jurisdicional é decadente, com alvarás demorando meses para serem liberados,
processos não são encontrados para vista do advogado, e se requerer a certidão
incidente, (dificilmente o serventuário a entregará de pronto conforme manda a
lei), os atos administrativos noticiados no sistema online, são verdadeiros
desastres, na maioria dos casos não espelham exatamente o que o juiz decidiu.