HELIO
FERNANDES –
Concordo em parte, com você. Na parte da vontade do
Lula. É claro, lógico e evidente, que suas ambições não desapareceram, não se
esvaneceram, não se arrefeceram. Se não fosse a doença, estaria nas manchetes,
nas ruas continua sempre.
Discordo em relação ao tempo, restrito para afastar
Dona Dilma, se entronizar, o que aparentemente ainda é uma quase realidade. E apesar
do PT ser muito mais lulista do que dilmista, a estratégia da substituição, é
complicada. Não é impossível, Werneck, falta a finalização.
2018,
sonho coletivo
Como os candidatos para 2014 são muito fracos, todos
eles tem medo de Dona Dilma, vencer no primeiro turno. Assim, se aliam ou se
repelem entre si, com a mesma intensidade e falta de autenticidade. E Lula, que
acabou de completar 68 anos, entre amigos, fala na “possibilidade de suceder a
Dilma, em 2018”. Estará então com 73 anos, meu gosto ou desgosto pelo
imponderável não vai tão longe.
Se não fossem os 73 anos da época, e o resquício, que
palavra, da doença mesmo ultrapassada, Lula seria absoluto. Não existe nenhum
nome para 2018, mesmo vasculhando arcas e arquivos do PT. Além do mais, depois
de Dilma, o dilúvio. Ela está crente que faz um grande governo, cumpre apenas o
Calendário Gregoriano.
Até
os adversários se satisfazem com 2018
Para a próxima eleição depois de 2014, ninguém está
excluído, a não ser Dona Dilma, ganhando ou perdendo. Os outros, TODOS, SEM
EXCEÇÃO, sabem que a não ser com um fator imprevisível, (quase uma fatalidade)
não ganham de Dona Dilma.
E nem deixam dúvidas: “Estão lutando para que haja
segundo turno”. Isso é textual e entre aspas, apenas repetição do que eles
afirmam sem o menor constrangimento.
Campos,
Marina, Aécio, Alckmin, todos pregaram 2018 na parede
Campos 2018, é o mais visível nessa data. Ainda precisa
confirmar a candidatura agora para começar a campanha de 2018. Não tem chance
de vitória no primeiro ou no segundo turno. E depende muito dele, lógico, mas
também de Dona Marina, que está em silêncio.
Campos
não tem nada de novo
Apoiou Dona Dilma o tempo inteiro, em troca de cargos.
Só em setembro ou outubro percebeu que precisava definir o que é “novo”. Em
Pernambuco, para se desincompatibilizar, fez o mesmo acordo presidencial, só
que agora, estadual.
Não esquecer que já foi dito e repetido, que nada é
novo sobre a terra. Inovação mesmo, em se tratando de Eduardo Campos, foi a
campanha monumental e quase presidencial para eleger e elevar a mãe à condição
de Ministro do Tribunal de Contas da União.
Dona
Marina: a novidade com 16 anos de atraso
Não é novidade nem na idade, nisso o parceiro eventual
e circunstancial, leva vantagem. Dona Marina, no senado ou no ministério,
cultivou a morosidade, a monotonia, a incapacidade de se desligar de tudo que
era Poder, por mais velho que fosse. Saiu em silêncio, ninguém notou, nostalgia
zero.
Em 2010, campanha fraquíssima, não apareceu. No final,
quem não queria votar em Dilma ou Serra, cumpriu as regras da obrigatoriedade,
preencheu com o seu nome, era um número enorme. Que agora não consegue
mobilizar ou movimentar.
Aécio,
preso a São Paulo
Também acredita que chega ao segundo turno, e aí ganha
a eleição. Não sabe de quem, acha que de qualquer adversário. Textual: “Se eu
tiver dois por cento dos votos em São Paulo, sairei vitorioso”. É muita
arrogância e pretensão. E repete, sem qualquer base, a trivialidade eleitoral.
Dois por cento, Aécio, mesmo em São Paulo, é pouco.
A
importância de São Paulo depende da repercussão do nome
Não é só dizer, “se tiver tantos votos em São Paulo,
vencerei”. Brizola em 1989, não foi para o segundo turno porque acreditava
muito no Rio Grande do Sul e Guanabara, dois estados governados por ele. Deixou
de ir por meio ponto, teria sido presidente. Mas Brizola era Brizola.
A
segunda tentativa de Alckmin
Está no Poder quase eterno em São Paulo, desde 1994 até
agora, com a interrupção de 2006, quando tentou o Planalto. Agora é o único que
tem um projeto verdadeiro e com base eleitoral: ser reeleito governador em
2014, candidato óbvio a presidente em 2018.
Tem muitos obstáculos locais. Seu governo é medíocre,
hesita muito, não faz e não deixa fazer. Os problemas com a segurança, atingem
e maculam o que tentava “vender” como grande “administração”.
Corruptos
e corruptores, impunes
O escândalo dos agentes que desviavam dinheiro do ISS,
teve extraordinária repercussão, e será explorado na campanha. É muita coisa.
Mais de 500 BILHÕES, 400 empresas envolvidas e escondidas. Alguns corruptos,
acusados e até presos.
Os que recebem ou receberam estão na cadeia. E os que
pagam, não perdem a liberdade? Empresas como a Siemens e a Alstom, repetem:
“Estamos COLABORANDO com as autoridades”. Só isso?
Repetindo,
induzindo, difundindo
Se FHC, Lula ou Dilma, administrassem o Saara, em menos
de cinco anos, desapareceria toda a areia do deserto.