27.1.14

REPRESSÃO NÃO IRÁ DETER A JUVENTUDE COMBATENTE DE SÃO PAULO

Via A Nova Democracia -
De todas as manifestações do dia 25 de janeiro, a que mais teve destaque foi a de São Paulo, tanto pela combatividade dos manifestantes como pela repressão desenfreada por parte da Polícia Militar.

O ato teve concentração no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e reuniu milhares de pessoas. Faixas e cartazes anunciavam: “Se não tiver direitos, não vai ter Copa”. A polícia disponibilizou cerca de 2 mil agentes.
Nas palavras de ordem, os manifestantes não pouparam críticas aos megaeventos da grande burguesia e ao gerenciamento Dilma/Lula/PT/FMI: “Dilma, vê se me escuta, na Copa do Mundo vai ter luta!” e “Brasil, vamos acordar, o professor vale mais do que o Neymar”.
No trajeto da passeata teve início um confronto. Os jovens enfrentaram com paus e pedras as bombas e balas de borracha da PM. Várias grandes lojas, agências bancárias e uma viatura da Guarda Civil foram alvejadas.
O resultado da repressão policial foi 135 manifestantes presos, a primeira prisão em massa do ano. Um vídeo publicado no You Tube mostra alguns soldados entrando num estabelecimento e prendendo jovens de forma violenta e, inclusive, disparando balas de borracha contra pessoas rendidas no chão.
Os presos foram liberados na madrugada de domingo. Segundo a Polícia Militar, será aberto inquérito para individualizar a conduta de cada um durante o protesto. Entre os presos, 12 eram menores de idade. A Secretaria de Segurança Pública afirma que as prisões ocorreram por “furto”, “dano”, “localização e apreensão de objetos”, “resistência”, “porte de armas”, “porte de drogas”, “lesão corporal” e “dano qualificado”.
E as cenas de covardia não param por aí. Um rapaz de 22 anos, identificado como Fabrício Nunes Fonseca, foi baleado na região de Higienópolis. Ele foi encontrado com três tiros (dois no peito de um na virilha) e rodeado por um grupo de PMs na esquina da Rua Sabará com a Piauí. A versão policial alega que o jovem portava um artefato explosivo feito em meia lata de cerveja.
Imagens de câmeras de segurança exibidas pelo programa ‘Fantástico’, da Rede Globo, mostram dois PMs perseguindo o rapaz. Quando foi pego, ele se volta contra um dos soldados, que cai. O jovem então cai sobre o PM, mas não é possível saber se ele tentou agredi-lo ou se já estava baleado. Também não é possível verificar se ele portava um estilete como afirmaram os policiais. O comando da PM disse que os agentes agiram em “legítima defesa”. Contrariando tal versão, testemunhas afirmaram que o jovem não reagiu à abordagem policial. Fabrício passou por uma operação na Santa Casa e teve que remover um dos testículos devido aos ferimentos.
No dia seguinte, numa espúria tentativa de criminalizar o protesto, os abutres do monopólio da imprensa divulgaram em larga escala as imagens de um fusca pegando fogo. Os jornais e telejornais do monopólio acusaram os manifestantes de terem incendiado o veículo. Porém, imagens que circularam na internet provam o contrário. Um senhor dirigia um fusca levando sua família quando, por nervosismo, tentou atravessar o fogo de uma barricada com um colchão pegando fogo. O colchão ficou preso embaixo do veículo e, sem se dar conta do ocorrido, ele não desceu do carro para ver o que ocorria. Quando repararam que o senhor não respondia aos avisos de perigo, fotógrafos e manifestantes retiram a família do fusca. Ou seja, na verdade, tentaram salvar a família das chamas.
Assim como no ano passado, as “autoridades” pensam que conseguirão deter os protestos usando da repressão e das intimidações. Se iludem, pois, quanto mais próximos chegamos ao mês previsto para ocorrer a Copa, maior será a disposição da juventude e dos trabalhadores!