15.12.13

Hubble detecta vapor d'água em lua de Júpiter, candidata a hospedar vida

Via Zero Hora -

O telescópio Hubble observou vapor d'água expelido do polo sul de Europa, lua de Júpiter, informou na quinta-feira a agência espacial americana, NASA. Essa é a primeira prova consistente de que há erupção de água na superfície do satélite natural.

Achados científicos anteriores já apontavam para a existência de um oceano localizado abaixo da crosta congelada de Europa. Os pesquisadores ainda não têm certeza se o vapor é gerado por erupções como a de gêiseres na superfície, mas essa é a explicação mais provável até o momento.Se a descoberta for comprovada, Europa será a segunda lua no sistema solar a apresentar nuvens de vapor d'água.

- Se o fenômeno estiver ligado ao oceano subterrâneo que temos confiança que existe sob a superfície de Europa, isso significa que investigações futuras podem analisar diretamente as condições químicas para o potencial habitável do ambiente de Europa sem ser preciso perfurar camadas de gelo. E isso é extremamente animador - disse Lorenz Roth, do Southwest Research Institute, em San Antonio, Estados Unidos.

Em 2005, a sonda Cassine detectou jatos de vapor d'água e poeira ao redor de Enceladus, lua de Saturno. O Hubble forneceu evidências para a existência das nuvens de Europa em dezembro do ano passado. Os instrumentos do telescópio detectaram uma tênue luz ultravioleta de uma aurora, fortalecida pelo intenso campo magnético de Júpiter, perto do polo sul da lua. Excitados, átomos de hidrogênio e oxigênio produzem um brilho de aurora e deixam sinais de que sãp produtos de moléculas de água quebradas por elétrons das linhas do campo magnético.

Roth sugere que longas falhas na superfície de Europa podem estar soprando água para o espaço. A sonda Cassini identificou fissuras semelhantes na origem dos jatos de Enceladus.

O time do Hubble também percebeu que a intensidade dos vapores, como em Enceladus, varia com a posição orbital de Europa. Jatos ativos só são observados quando a lua está mais distante de Júpiter, o que leva a crer que as ondas gravitacionais do planeta "atiçam" o fenômeno.
Os pesquisadores ainda não têm certeza se o vapor é gerado por erupções como a de gêiseres na superfície, mas essa é a explicação mais provável até o momento
Foto: NASA/ESA/K. Retherford/SWRI / Divulgação