HELIO FERNANDES –
O “fenômeno” não é Ronaldo e sim Geraldo Alckmin. Em
1994, médico anestesista sem clientes, descobriu que podia ser governador no
mais importante estado da federação, sem votos. Se ligou a Mario Covas, que
como médico ele sabia, tinha um “histórico de doença”. Candidato a senador em
1986, Covas teve um enfarto fulminante, foi eleito assim mesmo, os candidatos
eram apenas dois, ele e FHC.
Afastaram todos que podiam ser adversários. Fizeram
acordo com Maluf, candidato ao governo, sem chances de ganhar. “Garantiram”
apoio a Ermírio de Moraes, que também queria ser governador, não bastava ser
riquíssimo. Exigiram que não lançasse ninguém para o senado, cumpriu. Também
não seria eleito, Orestes Quércia, do PMDB, era a maior força eleitoral de SP,
ganhou tranquilamente.
1994,
a chapa Covas-Alckmin
Foram eleitos, no meio do mandato Covas foi para o
hospital, Alckmin assumiu. Antes do fim do mandato, Covas voltou para casa, a
tempo de se reeleger governador. Com o anestesista na vice. Logo um ano depois
da posse, 2000, Covas novamente no hospital, Alckmin assumiu como vice. Covas
morreu em 2001, Alckmin terminou o mandato.
Pelo cálculo de qualquer rústica “maquininha”, Alckmin
completou 8 anos no Poder, vice “mandão”, ou vice assumido. Como o amigo e correligionário
FHC ainda não comprara a reeleição, tinha que ir embora. Não aconteceu. Com a
memória e a lembrança de Covas, se elegeu governador sozinho pela primeira vez
em 2002. Exatamente quando FHC deixava a presidência que comprara com o dinheiro
exagerado e multiplicado pelo ministro que morreu logo, de vergonha.
A
candidatura a presidente
Lógico, foi eleito em 2002, eram 8 anos no Palácio dos
Bandeirantes. Ficou até 2006, quando resolveu levantar vôo em regime semi-aberto,
de dia no Planalto, à noite no Alvorada. Péssimo analista, não percebeu que
Lula na época era invencível. Depois de derrotado, Alckmin sentiu que sua
vocação era mesmo estadual, voltou a ser governador em 2010.
Agora, navegando pela orla, sem se arriscar muito,
disputa outra reeleição. Não apoiou Aécio, não ficou contra Serra, vai ganhar
com o apoio dos dois. Não tem nem adversários. Lula exagera com anões eleitorais,
ganhou com Dilma e com Hadadd, por que não vencerá com Padilha? Mas Alckmin já está
festejando os outros quatro anos no Bandeirantes, e apresenta o projeto para
2018.
O
anestesista e adesista de si mesmo quer adormecer milhões de cidadãos
Como o PSDB não tem ninguém presidenciável agora, é visível
que não terá em 2018. Assim, apesar dos “rombos” da Alstom, da Siemens, e de
402 empresas que pagavam propinas a membros desse PSDB sempre governista,
Alckmin pode fazer planos à vontade. Em 2018 nem o PT nem o PSDB terão nomes
supostamente vitoriosos. Marina e Campos podem romper para chegarem à presidência,
juntos não tem possibilidade.
Se o povo Brasileiro não sair da longa anestesia, e
Alckmin chegar a presidente (e a conseqüente reeleição) ficará em Brasília como
presidente, até 2026. Completará 32 anos de Poder, (começou em 1994) realizando o sonho de Serra. Que alternou
o governo estadual com a tentativa federal, sem conquistar esta por duas vezes.
PS – Temos que rezar todas as rezas,
acreditar em todos os deuses, ter fé em todas as religiões. Para pedir que não
deixem o Planalto e o Alvorada vazios.
PS2 –
Já foi um massacre suportar 16 anos de Lula e Dilma. (Ela é inútil e mediocríssima,
mas quem ganhará dela?).
PS3
–
Mas 8 anos de Alckmin ninguém agüenta. Temos que fazer a RENOVOLUÇÃO antes que
o povo faça. Quem foi mesmo que disse isso? Disse mas não fez. Temos que fazer.
Voto
facultativo, voto obrigatório
Sempre fui a favor do cidadão decidir se queria exercer
o seu direito de ser representado, ou ser “representado” pela omissão. Estou
reexaminando minha posição, por dois motivos importantes. 1 - Ontem, no Chile,
de 13 milhões inscritos, apenas 5 milhões compareceram para legitimar o sistema
representativo.
A ausência de 8 milhões é um massacre contra o direito
do voto. Podem argumentar: “se o voto ainda fosse obrigatório, desses 8
milhões, mais da metade votaria na ex-presidente”. Pode ser, pode ser. 2 - Esses
8 milhões que não quiseram sair de casa podem ficar vulneráveis e irem votar em
troca de facilidades, nem todos, nem todos. Mas estou “abalado” tenho que
repensar ou reestudar a convicção. Nada é definitivo.
A
Lapa imortal, patrimônio e berço da História do Rio
Essa rua fica atrás da Sala Cecília Meireles, (criação do
governador Carlos Lacerda, aproveitando desapropriação do prefeito Negrão de
Lima, cinco anos depois governador eleito) mas tem pelo menos 30 anos a mais de
idade.
Ali só existiam mansões, toda a vida boêmia e elitista
passava as noites ali. Quem era quem na vida pública, bebia o champanhe
daquelas mansões, se embebedavam com a beleza das mulheres que exibiam um
perfil geograficamente europeu, mas o encanto, o fascínio e a sedução, eram
universais.
Conta a lenda ou a história, que o jurista autor da
Constituição da ditadura do “Estado Novo”, era freqüentador assíduo daquelas
noites suntuosas. E essa Constituição foi batizada de “polaca”, por dois
motivos. 1 – Era comparada à Constituição arbitrária da Polônia.
As noites do Rio e das mansões da Joaquim Silva, eram
dominadas pelas belíssimas mulheres que vinham da França. Mas houve uma invasão
competição de outras também exuberantes, que chegavam da Polônia.
Depreciativamente não eram chamadas de polonesas e sim de polacas. Esses
juristas gozavam a noite e plasmavam o “estado novo”, que o Barão de Itararé
definia como “o estado a que chegamos”.
PS –
Era um festival diurno, ou melhor, noturno, mas a rua era muito grande tinha
até escritórios. Oscar Niemeyer já nos tempos da equipe genial do Ministério da
Educação, (1936/1937) trabalhava ali.
PS2 –
Quando Prestes saiu da clandestinidade em 1945, não tinha onde morar ou montar
sua campanha para senador e deputado. Niemeyer deu seu escritório para Prestes,
montou outro no fim da Avenida Atlântica.
PS3 –
Almoçávamos muito no Lucas, um restaurante familiar, com comida caseira. Eu,
ele, Bolonha, e outros arquitetos. Mas isso já é outra história.
A
violência do futebol, contaminou a arquibancada dos juízes
Vexame, vergonha, farsa, mistificação, falta de
credibilidade, episodio ultrajante do rebaixamento da Portuguesa. E da salvação
do Fluminense, que continuará mais um ano na serie A do brasileirão.
A Portuguesa entrou em campo para o ultimo jogo,
consagrada, confirmada e consolidada na serie A. Podia até perder, nenhuma importância.
O Fluminense, também para essa ultima rodada, foi jogar já rebaixado, nem mesmo
a vitória teria importância.
Esses dois fatos representavam a realidade de um longo campeonato.
A Portuguesa permaneceria, o Fluminense iria para serie B. Nenhuma vergonha,
vergonha mesmo foi o que aconteceu. Quando o presidente do Fluminense, e o
presidente da patrocinadora, que não se falavam há 3 anos, se encontraram, já
estavam com a “solução”, que fora sussurrada para os dois. “Recorram ao STJD”.
Nem precisa decodificar essa sigla, o que vale é a sua histórica subserviência.
Garantiram a unanimidade do histórico torcedor
tricolor, mas não precisavam ser tão burros, chatos, medíocres, com discursos
que reprovaria a todos em qualquer vestibular. Ganharam horas e dias de
notoriedade, abusaram da paciência das televisões, mas garantiram os mandatos,
assim que terminarem esse no qual exibiram total falta de credibilidade, de qualidade,
de apresso pela dignidade.
Surge a tentativa no Rio e em São Paulo de vaiar o time
do Fluminense, em 2014, toda vez que entrar em campo. Pelo menos isso, que não
poderá ser ofuscado pelas riquíssimas matérias pagas, exibidas pelos ricaços do
Fluminense.
E
as empresas que “pagaram” propinas ao PSDB, impunes?
Por enquanto e pelo levantamento oficial, são 402 os
pagadores do que chamam com insistência, de propinas. Devem ser mais. Calculam
essas “proprinas” em mais de 500 milhões, por tanto não podem ser apenas 400.
De qualquer maneira, são CORRUPTORES, tem que ser responsabilizados e punidos
da mesma forma que os CORRUPTOS.
Não adianta fazer campanha só contra a corrupção, punir
os que praticam a irregularidade. Talvez até mais criminosos são os que pagam.
Esse é o elo indiscutível e imperdoável. Quem surge primeiro é o PAGADOR,
depois é que aparece o RECEBEDOR. E por que todas as empresas usam o lugar
comum? “Estamos colaborando com as investigações”.