DANIEL MAZOLA -
Até o melhor acontecer, o Brasil pode piorar, e muito! Votar pró Temer pode ter sido rentável, mas foi um negócio extremamente temerário.
263 votos de aliados comprados
ou convenientes, Michel Temer venceu ontem. O usurpador palaciano continua sangrando
no cargo máximo da república e seus aliados mamando freneticamente nas tetas do
dinheiro público. O desgaste da política, do regime e do sistema é colossal.
Na total desesperança, sem
perspectivas, seguiremos com os mesmos vermes no desgoverno federal, essa casta
que vive “incrustada” na máquina pública. Existe e “prospera” em condições
financeiras suntuosas, enquanto o povo paga indefinidamente a fatura de “políticas
públicas” que prometem melhorar a vida de todos, um dia.
A segunda turma do STF segue
a rotina de soltar condenados por crimes de corrupção, em breve, muito breve será
dada a blindagem a Michel Temer, isso consagrará a impunidade e a falta de
vergonha na cara de muitos políticos, com raras exceções, claro. A economia brasileira
só anima quem tem dinheiro para viver em outra dimensão, nas bolhas de “felicidade”
e exploração. Para nós pobres mortais apenas a certeza de mais impostos.
Não importa o tamanho do PIB
do país, ou sermos uma das maiores economias do planeta enquanto não taxarmos
as grandes fortunas, ou enquanto persistir a desenfreada sangria-lesa pátria da
dívida pública. O principal traço do subdesenvolvimento é o baixo nível de
renda da esmagadora maioria da população, enquanto banqueiros e rentistas vivem
na bolha suprema e egoísta.
Com Temer no “comando” ficam
garantidos à baixíssima qualidade de vida da grande maioria da população, grandes
bolsões de miséria, repressão contra quem tenta se organizar para
alterar as políticas públicas, aparelhamento do Poder Judiciário e por aí vai.
As oligarquias seguiram aprofundando os ataques à classe trabalhadora, adotando
todas as formas de práticas medievais para permanecerem no poder político e
econômico.
Ano que vem certamente a
elite fabricará “nomes novos” para disputar as eleições viciadas dessa
democracia burguesa que vivemos desde 1985, assim as práticas de corrupção e
enriquecimento ilícito à custa do dinheiro público se perpetuam. A elite
agradece.
A máquina pública precisa
ser totalmente reestruturada para que deixe de ser ferramenta da elite ou laboratório
social de qualquer esquerda festiva que se apresente. A “permanência” de Temer
significa o agravamento da crise política-econômica e da violência. O dado
positivo dessa tragédia: vai aumentar o desejo por mudança, mas até o melhor
acontecer, o Brasil pode piorar, e muito.