5.8.17

1- O ‘TOMA LÁ, DÁ CÁ’ ENTRE O GOVERNO ALCKMIN E A JUSTIÇA SEGUNDO UM ESTUDO DA FGV; 2- ADVOGADO OFERECE BANANA A FUNCIONÁRIA DE COMPANHIA AÉREA E É PRESO

REDAÇÃO -


Em abril de 2014, o então presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Renato Nalini, suspendeu uma liminar da primeira instância que garantia a implantação, em até 60 dias, de duas equipes médicas mínimas no Centro de Detenção Provisória de Serra Azul, perto de Ribeirão Preto. O magistrado acatava assim um recurso movido pela Procuradoria do Estado. Em sua justificativa, mencionava o esforço orçamentário que o Estado teria de fazer e argumentava que a carceragem já possuía um enfermeiro, um cirurgião dentista, dois auxiliares de enfermagem, dois psicólogos e dois assistentes sociais. Entretanto, 60 presos haviam morrido no ano anterior por falta de atendimento médico. Esta era uma das principais provas que constavam nos autos da ação movida pelo defensor público Bruno Shumizu, que após a negativa recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, em 2015.

A história acima se repete em grande parte dos 566 casos que passaram pela presidência do TJ entre 2012 e 2015 após o Governo de Geraldo Alckmin (PSDB) entrar com um pedido de suspensão de segurança, que é um instrumento utilizado por entes públicos para questionar uma sentença da primeira instância e pedir, diretamente à presidência do TJ, a anulação de seus efeitos. Os casos foram analisados pela pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Luciana Zaffalon, que chegou ao seguinte panorama: quase metade das resoluções foram favoráveis ao Governo. Dos 15 processos relacionados à segurança pública que chegaram à presidência do TJ, ela constatou que 13 foram suspensos, atendendo aos interesses do Governo Alckmin. A justificativa usada com mais frequência é a de que o Estado teria de fazer um esforço orçamentário, segundo o estudo. Alckmin também foi atendido em 82% dos casos que tratam de licitações, contratos e atos administrativos, segundo a pesquisadora. Ele só foi derrotado em todas as ações que demandavam a aplicação do teto remuneratório para as carreiras públicas.

Essa tendência favorável ao Governo é um dos efeitos, segundo explica a especialista em sua tese de doutorado em Administração Pública e Governo, da politização da Justiça paulista, rendida à lógica do toma lá, dá cá. Zaffalon, que também foi ouvidora-geral da defensoria, mapeou o processo legislativo que resultava em aumentos de salários e bonificações para os membros da Justiça, Ministério Público e Defensoria paulistas. Ela argumenta que essa política salarial generosa tem impacto sobre as decisões (ou omissões) dos integrantes dessas instituições em relação ao Palácio dos Bandeirantes. A pesquisa, disponível on-line, abarca os anos de 2011 a 2016 e conclui que “diante dos resultados observados, a existência de freios e contrapesos é praticamente ausente no Estado de São Paulo”.

A conclusão é questionada pelos principais atores analisados no estudo, incluindo o Ministério Público e a Defensoria Pública do Estado. Para o Governo Alckmin, trata-se de uma análise “parcial e equivocada”. Questionado pela reportagem, a gestão paulista diz que não é o Executivo que define as políticas salariais das carreiras. Já o Tribunal de Justiça disse que a tese ainda será analisada e, se for o caso, contrastada. (via El País)

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Advogado oferece banana a funcionária de companhia aérea e é preso

Um advogado foi preso na manhã desta sexta-feira (4) após retirar uma banana da mochila e entregar a uma atendente da Azul Linhas Aéreas. O gesto do homem, cuja identidade não foi divulgada pela polícia, levou a sua prisão por injúria racial no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. As informações são do portal UOL.

A funcionária, negra, denunciou o caso imediatamente à Polícia Federal (PF) por volta das 7h20min. Quando os agentes chegaram à recepção do aeroporto em Minas Gerais, o acusado já havia embarcado. Com a ajuda de outros passageiros, que serviram de testemunha, os policiais entraram na aeronave e efetuaram a prisão, em flagrante.

O advogado foi levado para a Superintendência da PF em Belo Horizonte e depois encaminhado para a Polícia Civil de Vespasiano, cuja assessoria conversou com o UOL. De acordo com a polícia, as testemunhas também foram para a delegacia confirmar a versão prestada no aeroporto. Já o avião, com destino a Corumbá, em Mato Grosso do Sul, seguiu viagem. (…)
(via Zero Hora)