23.6.17

COM MORO E DALLAGNOL, A LAVA JATO ACABOU !

EMANUEL CANCELLA -

...Enquanto o Brasil vai à bancarrota, Dallagnol fatura até R$ 40 mil por palestra e a Lava Jato, contrariando o STF, fica com 10% dos contratos bilionários de leniência(19). E  a mulher de Moro, advogando para o PSDB e para empresas multinacionais de petróleo, não deve perder dinheiro...


A operação Lava Jato começou em março de 2014. Descobriu esquemas fantásticos de corrupção e “prendeu” diretores e gerentes da Petrobrás, donos de empreiteiras etc. Nisso a operação brilhou!

Mas e daí? Acabou a corrupção na Petrobrás e no Brasil? Será que está faltando água na Lava Jato para investigar além do chamado “Petrolão”?

Não podemos esquecer que, até outubro de 2014, a Petrobrás financiava, com os impostos que pagava, mais de 80% das grandes obras no país. Entretanto, por conta da Lava Jato, essas obras estão paradas (12); milhões de trabalhadores desempregados e o PIB brasileiro, do qual a Petrobrás respondia por cerca de 10%, despencou.

A Lava Jato ainda, com ação irresponsável, acabou com a indústria Nacional, com a indústria naval (5,6). Tudo isso poderia ser evitado se a operação aplicasse a lei de leniência, em que os gestores corruptos das empresas são indiciados mas as empresas continuam funcionando, mantendo assim seus postos de trabalho e fluidez da economia.  Países como os EUA já fizeram isso com sucesso. (3).

Se antes a corrupção era coisa de amador, agora virou coisa de profissional, além de institucional. O presidente que o golpista Michel Shell Temer escolheu para a Petrobrás foi o tucano Pedro parente, um corrupto de carteirinha, e já carimbada. Isso porque Parente, em 2001, quando ministro do “Apagão” de FHC e membro do Conselho de Administração da Petrobrás, foi processado, justamente por venda ilegal de ativos na Petrobrás, o rombo de Parente nessa época foi em torno de R$ 5 BI (2).

Parente, antes da Petrobrás, dirigiu e agora está afastado, junto com sua esposa, a Prada especializada na gestão de fortuna (7). Ou seja, não é por falta de conhecimento que ele está destruindo a maior empresa do país. Parente está usando sua expertise, às avessas, na Petrobrás. Já “vendeu” áreas estratégicas da companhia, como pré-sal e petroquímica. Tudo sem licitação, apesar de obrigatória, vendendo para quem quer e pelo valor que ele mesmo determina (10,11).

Agora Parente foca em outra fonte de renda para os gringos, a jurídica. Parece que Parente e a Lava Jato se uniram para favorecer os gringos. Isso porque, durante a Lava Jato, a Petrobrás foi vítima de 27 ações de tribunais estadunidenses. São aquelas ações em que a Lava Jato convocou os procuradores americanos para virem investigar a Petrobrás e também, de forma sub-reptícia, mandou os maiores corruptos da Petrobrás testemunharem contra nossa empresa.

Por essas ações cujo o conteúdo é que a queda nos papeis da empresa foi conta da corrupção, a verdade é que o preço das ações de petróleo diminuiu em todas as petroleiras do mundo não só na Petrobrás, Parente fechou o primeiro acordo com a justiça americana, essa é uma das 27 ações, e por esse acordo a Petrobrás vai pagar quase meio bilhão de dólares (1)

Para ser coerente a Lava Jato deveria mandar também nossos procuradores investigar a petroleira americana Chevron, denunciada em corrupção. Em 2009, o Wikleaks denunciou a troca de correspondência entre o então candidato, o tucano José Serra com executivos da Chevron, prometendo favores à empresa em prejuízo da Petrobrás (4).

A Lava Jato também não investigou o governo do tucano FHC, na Petrobrás, nem com uma enxurrada de denúncias, algumas envolvendo o próprio filho de FHC (8,9).

A Lava Jato também não investiga a gestão criminosa do tucano Pedro Parente, na Petrobrás, nem com denúncia formalizada, em novembro de 2016. Mas o MPF, em conluio com Moro, o chefe da Lava Jato, em dezembro do mesmo ano, intima o autor da denúncia por possível crime contra a honra do funcionário público (13,14).

E para que não reste nenhuma dúvida de que a Lava Jato não investiga os maiores corruptos, os chefes da corrupção, Moro, nos EUA, disse que não investiga o PSDB, leia-se FHC e Pedro Parente na Petrobrás; e Dallagnol disse ao jornalista Ricardo Boechat que o PSDB está  fora da Lava Jato (15,16).

Enquanto o Brasil está sendo destruído pela Lava Jato, a indústria quebrando e o desemprego em massa, os negócios da Lava Jato vão de vento em poupa: Dallagnol transformou o ministério público num balcão de negócios, com palestras que lhe rende até R$ 40 mil (18); a Lava Jato, contrariando o STF fica com 10% dos contratos celebrados de leniência(19); e a mulher de Moro, Rosangela Moro, advogando para o PSDB e para empresas multinacionais de petróleo não deve perder dinheiro(17). Aliás, coincidência ou não, os clientes de Rosângela são os altamente beneficiados com os julgados do marido, o juiz Moro!

Fonte:

* Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese,  sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro”