16.1.17

REBELIÃO NO RN TERMINOU COM 26 MORTOS, TODOS DECAPITADOS, SEGUNDO PERÍCIA; ESPECIALISTAS REBATEM DEFESA DE BARROSO DE PRIVATIZAÇÃO DA UERJ

REDAÇÃO -


Em coletiva de imprensa, governo do Rio Grande do Norte confirma 26 mortos em rebelião que aconteceu na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, iniciada na noite do sábado (14) e que só conseguiu ser controlada no domingo (15).

O diretor geral do Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (ITEP – RN), Marcos Brandão, afirmou que dois dos corpos estão carbonizados e que, em perícia inicial, todos os mortos na  rebelião encontram-se decapitados.

A perícia ainda disse não ter encontrado sinais de bala, e sim ferimentos com instrumentos perfuro-cortantes nos corpos das vítimas. Os corpos foram transportados e estão armazenados em contêiner frigorífico e começarão a ser identificados a partir da segunda-feira (16).

No presídio, após a rebelião, foram encontradas armas caseiras e granadas.

O policiamento nas guaritas e ao redor da penitenciária foram reforçados, com apoio da Força Nacional, para evitar fugas e incidentes dentro da prisão. Além do aumento do efetivo da Força no estado, governo afirma que a segurança do Rio Grande do Norte está sendo discutida com o Ministério da Justiça, como a transferência de presos para presídios federais.

De acordo com o secretário de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte, Wallber Virgolino, na segunda-feira também será realizada uma operação de segurança dentro do presídio com “Choque, Bope e GOE”, para localizar possíveis armas brancas ou armas de fogo que tenham sido utilizadas na rebelião.

O secretário ainda afirma que lideranças do motim foram mapeadas e isoladas, e que na segunda-feira já vão acontecer transferências. (informações IG)

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ESPECIALISTAS REBATEM DEFESA DE BARROSO DE PRIVATIZAÇÃO DA UERJ

O Movimento "Direito para Quem?" destacou em nota que o ministro utilizou de eufemismo para defender a privatização do ensino e que, de forma conveniente, não responsabilizou as administrações de Cabral e Pezão, ex e atual governador do Estado, no sucateamento da Universidade.

Leia a nota completa do Movimento Direito para Quem?

O Ministro Luís Roberto Barroso vem hoje ao Jornal O Globo propor caminhos para solucionar a grave crise experimentada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – reflexo evidente da penúria financeira por que passa a Unidade da Federação. Bebe nas águas de sua própria formação para sugerir que imitemos o modelo preponderante nos Estados Unidos da América e, em suas palavras, tenhamos uma Universidade “pública nos seus propósitos, mas autossuficiente no seu financiamento”. Eufemismo para a boa e velha privatização. Aquela mesma “solução” implementada por sucessivos governos neoliberais em setores diversos da economia brasileira – que terceirizou a gestão de assuntos estratégicos para grupos privados e sangra até hoje o patrimônio da nação.

Talvez porque Ministro do Supremo Tribunal Federal, o Professor Luís Roberto Barroso se eximiu de críticas essenciais a quem desejava tocar no assunto: nenhuma palavra sobre o (des)governo de Cabral e Pezão; nenhuma palavra sobre a ausência de investimentos produtivos na educação fluminense há anos; nenhuma palavra sobre o sucateamento da Universidade pública mesmo quando o Estado vivia períodos de bonança econômica.

O desejo das elites brasileiras por copiar exemplos americanos é mais velho do que andar para frente. Vem da República Velha, passa por Lacerda, pelo regime militar e, mais recentemente, por Collor e FHC. “Soluções” como esta ignoram os níveis de desigualdade social encontrados naquela sociedade – muito tributário de uma educação superior absolutamente elitizada, acessível a grupos privilegiados independentemente de processos de seleção justos e republicanos – e ignoram a própria realidade e história brasileiras.

A comunidade acadêmica uerjiana e a população do Estado do Rio de Janeiro desejam soluções que respeitem a verdadeira vocação desse espaço incrível de produção de conhecimento e independência: que a UERJ siga pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada; que os governos federal e estadual compreendam a importância da educação superior no processo de recuperação do crescimento econômico e que os modelos importados de privatização sejam rechaçados, na certeza de que no horizonte de superação dessa crise está um país mais forte, democrático e independente.