13.1.14

NA CAMPANHA DE 2010, DONA DILMA FALOU QUE “RESOLVERÁ FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO NO PAÍS”. MORADORES DAS FAVELAS: “PREFERIMOS TROCAR TELEFÉRICO, POR SANEAMENTO”. VOLTAIRE, MILLÔR, LACERDA, CHICO CARUSO

HELIO FERNANDES –

Não há dúvida: o que foi feito nas favelas, rigorosamente positivo. Mas com exagero (no marquetismo desbragado), muitas omissões, e desacertos indiscutíveis. Na Rocinha foi feita pesquisa, apenas com uma pergunta: “O que falta na comunidade imediatamente?”.

67 por cento: “saneamento básico”. E muitos completavam sem estar na pergunta: “Trocariam satisfeitos, o teleférico pelo saneamento”. Não perceberam? Beltrame, o “dono” do plano e da execução, concorda.

Polícia Militar

Aí, em outra pesquisa, as respostas foram mais cautelosas ou até nem responderam: “A Polícia Militar se EXCEDE ou se OMITE?”. Olhares para um lado, para o outro.

Mais presente do que nunca, o que aconteceu com o Amarildo, a cumplicidade de altos oficiais, (em comando), sargentos, soldados. E a certeza de que esse episódio, mais tortura, só que sem morte, com muita intimidação, se repete lamentavelmente.

Saneamento básico, esperança e protesto

No caso, não se restringe a uma comunidade da favela, é do Brasil todo. Mais de 40 por cento das casas não tem esgoto, desespero, descaso, displicência, desprezo. E o problema, tentativa de “solução com mentira”.

Na campanha de 2010, Dona Dilma: “A maior conquista do nosso governo foi no setor do saneamento básico”. Como ela mente muito, (vá lá, “falta com a verdade”), fez apenas 10 POR CENTO DO QUE AFIRMOU. Que República, com o mesmo cheiro, a 513 anos.

Os inimigos de Eduardo Paes

Desde novembro de 2013, circula como rumor, insinuação, versão, fato ou boato: Eduardo Paes poderia ou poderá ser candidato fortíssimo a governador, agora em 2014. Não utilizei nem aspas, tal o absurdo da especulação.

Ninguém tem melhor situação do que ele como prefeito até janeiro de 2017, quando acaba seu mandato.

E expectativas de ser governador em 2018, sem reduzir o mandato, sem se desincompatibilizar, perder os espetáculos marcados.  
   
Quem quer deixar de ser anfitrião de uma Olimpíada?

A partir de 12 de junho, assiste a Copa do Mundo, como convidado cinco estrelas. Volta às obras do Rio até o final de 2015, início de 2016. Garante a Olimpíada, se não se apressar, confraterniza com a rua e o mundo.

Termina o mandato em 2016, passa o cargo em janeiro de 2017. Aí, tem quase 2 anos para a campanha de 2018, dependendo apenas dele. E o repórter continua sem usar aspas.

Sair em 2014, loucura que não cometerá. Falta muito para 2018, mas sobra espaço desde agora, para se projetar. Apesar do descalabro e da irresponsabilidade do Engenhão. Imprudência de César Maia. Complacência do próprio Paes.

Debate, Lacerda, Voltaire, Millôr, Chico Caruso, ironia

Sempre houve troca de insultos, respostas, que normalmente não terminavam só em palavras. Em certa época, os debates se transformavam em duelos. Aqui mesmo no Rio, o coronel Juracy Magalhães, revoltado com um editorial do “Correio da Manhã”, quis matar seu diretor, Paulo Bittencourt. Este queria duelo, não houve.

Muitas vezes as palavras vinham carregadas de ironia, debatedores não gostavam. Voltaire: “A ironia, é arma de tempera divina”.

Lacerda, exímio artesão da palavra, ficava em desespero quando o adversário abandonava o insulto, surgia com ironia. Millôr irritou os poderosos generais, que pretendiam prendê-lo por causa de uma frase: “A Justiça FARDA mas não TALHA”. Era com eles. E Chico Caruso, o mestre diário da charge, da palavra e da oportunidade. O “esquecimento” de Joaquim Barbosa sobre João Paulo Cunha, genial.

Futebol do Brasil: retrocesso de 30 anos

O colunista da Folha, Paulo Vinícius Coelho, (PVC) escreveu: “Marco Polo Del Nero, faz o futebol brasileiro, voltar 30 anos no tempo. Quem é esse senhor que controla a paixão do cidadão pelo futebol?”. Não é nada, será presidente da corrupta, corrompida, corruptora CBF. Direta ou indiretamente.

Por que a certeza? É protegido pelo servo, submisso e subserviente bajulador da ditadura, José Maria Marin. Chegou a “governador”, foi “vice” de Maluf. Igual a esse senhor Del Nero, não resiste a uma transparência, PVC propõe que seja considerado inelegível.

Se fizerem pesquisa ou votação, Del Nero renuncia, antes mesmo da eleição. Seria ótimo, com um efeito colateral, tudo a ver com colesterol: Marin, que não foi eleito, comprará a reeleição. Já está fazendo pagamentos antecipados, com dinheiro extraviado ou desviado, a mesma coisa.

Eusébio e Fernando Pessoa. O Ministério Público denuncia a CBF e o chamado Tribunal Superior  
  
Com um dos melhores textos do jornalismo, PVC se baseia no grande poeta de Portugal, para lamentar a morte de seu maior jogador. E o Ministério Público, sensata e corajosamente, indicia a CBF e o Tribunal que “rebaixou” a Portuguesa.

E garante, na integra: “Há fortes indícios de que houve falhas no julgamento do STJD”. E completando: “A chance da Portuguesa ficar na Série A é grande”. E liquidando CBF e STJD, (e logo a seguir o CBJD) mostrando que eles não têm a menor importância: “O Estatuto do Torcedor é uma lei federal e se sobrepõe ao CBJD, que é norma administrativa”.

No futebol, 2013 ainda não acabou

O Ministério Público indiciou dirigentes da CBF, e desses dois tribunaiszinhos, que se julgavam inatingíveis. Como escrevi muito sobre o assunto, criticando o REBAIXAMENTO da Portuguesa, não posso silenciar. Espero que quando este comentário estiver acessável, HOJE, o presidente da CBF, e os juízes colocados na sua devida posição, já TENHAM PEDIDO DEMISSÃO.

Não é vexame jogar na Série B 

O Fluminense, respeitando o próprio passado, deve aceitar o que chamam de REBAIXAMENTO, uma palavra que só é insultuosa, quando desvirtuada. O Fluminense tricampeão verdadeiro em 1917, 1918 e 1919, não pode se render a dirigentes circunstanciais e assustados.
  
O PT cometeu tolice, chamando Campos de tolo

Desapropriado, desacertado e desproporcionado, deram chance ao governador de vir a público, e satisfeitíssimo, responder. Também desregrado e descontrolado, um troca o tolo por um covarde.

O governador de Pernambuco não é tolo, muito longe disso, é espertíssimo. 1- Tolo é quem apóia Dilma durante o mandato inteiro, em troca de cargos e favores? E abandona tudo quando se lança como “novo e renovação?”. 2 – Tolo, quem faz no plano estadual o que condena no plano nacional? 3 – Tolo quem se movimenta entre os 513 deputados para eleger a própria mãe para ministra do altíssimo Tribunal de Contas da União?

Lula, que domina todas as manifestações do PT, e Campos dono e senhor do governo de Pernambuco e do PSB, precisam atualizar conhecimentos sobre português. Consultando Houaiss ou Aurélio nos seus dicionários. Ou conversando com os maiores conhecedores da língua, Evanildo Becharo, da Academia, e Sergio Nogueira, que chegará lá.