6.11.18

ENTREGAR O PRÉ-SAL É BURRICE OU CORRUPÇÃO!

EMANUEL CANCELLA -


Quem conhece um pouco sobre a geopolítica do petróleo, fica preocupado com o destino do pré-sal, considerando que Bolsonaro pai e o filho  Eduardo votaram, no Congresso Nacional, a favor da entrega de 70% de toda bacia petrolífera (1).

A lei da Partilha 12.351/10 do governo Lula, além de  garantir o mínimo de 30% de cada campo do pré-sal para a Petrobrás, também legisla que a União pode repassar para a Petrobrás, integralmente, o campo do pré-sal, quando houver o interesse nacional.

Dilma, por exemplo, realizou o leilão de Libra, no qual a Petrobrás ficou com 40%. Logo depois repassou, direto e integralmente, para a Petrobrás, a chamada cessão onerosa, com volume de hidrocarboneto maior que o campo de Libra, algo em torno de 5 BI de barris de Petróleo, que já se sabe que possui muito mais (2).

Essa lei a Partilha garantia uma série de vantagens ao país, tais como: Petrobrás operadora de todos os campos do pré-sal. Por esse dispositivo, entre outras vantagens, é da União o controle da produção dos campos, para garantir royalties de 75% para educação e 25% para saúde, por exemplo.

Na lei de Partilha estava garantido o Conteúdo Local que obrigava os operadores Petrobrás ou concorrentes a contratar, no Brasil, a maioria dos insumos necessários na indústria do petróleo. Isso inclui bombas, motores válvulas, mas principalmente navios e plataformas.

No governo entreguista de MiShell Temer, navios e plataformas já estão sendo construídos no exterior gerando emprego e renda para os gringos.

Tudo isso relativo à lei de Partilha foi colocado em cheque pela lei entreguista do senador tucano José Serra.

Serra conseguiu mudar a lei mesmo tendo sido denunciado pelo Wikileaks trocando informações com a petroleira estadunidense, Chevron, quando era candidato tucano à presidência, e prometia favores à Chevron em prejuízo da Petrobrás.

Serra perdeu a eleição, mas depois do impeachment de Dilma, ou seja, na vigência do golpe, articulou e aprovou a lei 4567/16 que, em resumo, é a promessa entreguista que fizera à Chevron (3,4).

Bolsonaro e Temer já queriam, dois dias após eleição, colocar à venda o pré-sal (2).

Toda a humanidade sabe que o petróleo é disputado com guerras ou através de golpes, derrubando governos legítimos. Não temos dúvidas de que o afastamento de Dilma do governo tinha o pré-sal como principal objetivo.

A Venezuela, que possui a maior reserva de petróleo, ultrapassando a Arábia Saudita,  é permanentemente alvo de golpes por parte dos EUA, visando à derrubada do governo para se apossar dessas reservas. Hugo Chavéz chegou a ser afastado do governo através de um golpe por 47 horas (6). E o sucessor de Cháves, Nicolás Maduro, é alvo permanente de tentativas golpistas financiados pelos EUA.

O pré-sal é o filho pródigo da campanha “O Petróleo é Nosso!” nossa maior campanha cívica, nas décadas de 40 e 50. Participaram dessa campanha, civis e militares, comunistas e conservadores, estudantes e movimentos sociais. O pré-sal não pertence somente a nossa geração é propriedade de nossos filhos e netos.

Esperamos que os militares que não são poucos no governo de Bolsonaro, sejam nacionalistas, e impeçam o crime lesa-pátria que é a entrega do nosso pré-sal.

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