Via Rede Brasil Atual -
O
presidente nacional do Solidariedade e deputado Paulo Pereira da Silva, o
Paulinho da Força, que recentemente declarou também que "Vivemos uma crise
moral e ética sem precedentes" , será julgado a partir de hoje (28) pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) por falsificação de documento particular,
falsidade ideológica e estelionato.Seu caso está na pauta da Primeira Turma.
Se Paulinho for condenado, sua pena pode chegar a 15 anos de prisão.
O caso, que estava engavetado pela lentidão da Justiça,
remonta a 2006, quando o juiz federal João Eduardo Consolim, da 1ª Vara Federal
de Ourinhos (SP), aceitou os argumentos da Procuradoria da República que
denunciou Paulinho e os outros 11 réus de superfaturar em 77% a compra da
Fazenda Ceres, em Piraju (região sudoeste do estado), para a implantação de um
projeto de reforma agrária. Em 2001, o governo federal investiu R$2,8 milhões
no assentamento de 72 famílias ligadas à Força da Terra, o braço rural da Força
Sindical - a central sindical presidida por Paulinho.
Do total, R$ 2,3 milhões foram gastos na compra da fazenda de 307 alqueires.
Segundo três laudos, o preço real do imóvel era de aproximadamente R$ 1,3
milhão. Segundo a denúncia, Paulinho teria embolsado a grana e ficou em
silêncio.
O presidente da Força, seu então assessor na época João Pedro de Moura e mais
dez pessoas foram indiciadas pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica
e falsificação de documentos. Junto com Paulinho estavam também o ex-prefeito
de Piraju (SP) e ex -subprefeito do Butantã, na capital, Maurício Pinterich
(PSDB).
A perícia judicial, além de alertar para o superfaturamento da fazenda,
constatou que 50% dos 302 alqueires se encontram em área de preservação
permanente, cuja exploração é proibida. Além disso, os 17% de toda a área que
seriam cultiváveis também teriam restrição de uso, pois o terreno é ondulado e
cheio de pedras.
Ex-prefeito de Piraju e ex-subprefeito do Butantã na gestão de José Serra
(PSDB) em São Paulo, Maurício Pinterich perdeu os direitos políticos por 5 anos
e, multa de R$ 1 milhão. Pinterich foi candidato pelo PSDB a deputado estadual
em 2014, sem conseguir ser eleito.
Talvez
tenha mais?
Em 2008, a operação Santa Tereza da Polícia Federal investigou um esquema de
desvio de verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), e denunciou o envolvimento do deputado Paulo Pereira da Silva ( na
época no PDT-SP). O nome do parlamentar foi citado frequentemente em escutas
telefônicas, o que embasou decreto judicial de prisão de 11 suspeitos, entre
eles João Pedro de Moura, que os federais classificaram na época de "um
dos principais assessores da Força Sindical, responsável pela ligação da
organização criminosa com o banco".
