Via Congresso em Foco -
O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró e o
empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, permaneceram
calados durante o interrogatório da CPI da Petrobras, na tarde de hoje
(11), em Curitiba.
Primeiro a depor, Cerveró leu um manifesto em que reclamou do fato de
estar preso e disse que vai se calar, por orientação dos seus
advogados, até que seja devolvido seu direito de permanecer em
liberdade.
“Eu estava de férias na Inglaterra e fui preso e execrado porque
voltei ao Brasil para enfrentar as acusações, confiando na Justiça. Eu
tenho passaporte espanhol. Se eu não tivesse confiança na justiça e na
realidade dos fatos, eu poderia muito bem ter permanecido na Espanha.
Mas eu voltei na certeza de que a verdade vai prevalecer,” disse ele.
O ex-diretor foi acusado de envolvimento no esquema de desvios de
verba da estatal. De acordo com depoimentos do ex-diretor Paulo Roberto
Costa e do doleiro Alberto Youssef, em delações premiadas, Cerveró era
operador do PMDB dentro da diretoria.
Cerveró dirigia a área internacional da petrolífera em 2006, quando
foi comprada a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. A transação
resultou em prejuízo de mais de R$ 700 milhões à empresa, segundo o
Tribunal de Contas da União (TCU).
De acordo com Youssef, Baiano também era operador do PMDB nos
esquemas de corrupção. A acusação foi feita pelo ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que ainda disse ter
recebido R$ 1 milhão de Soares para não atrapalhar a compra da refinaria
de Pasadena.
Soares é mencionado ainda no depoimento do empresário Júlio Camargo,
da empresa Toyo Setal, como intermediário do pagamento de propinas entre
empresas contratadas e diretores da Petrobras. Segundo Camargo, Soares o
pressionou para que pagasse propina em um contrato entre a Petrobras e
uma empresa que alugava sondas de perfuração.
Presos no Paraná, os dois foram acusados de receber R$ 30 milhões de dólares entre 2006 e 2007.
* Com informações da Agência Câmara.
