DANIEL MAZOLA -
A mira das elites continua calibrada e precisa, lugar comum. O foco agora, ou
obsessão da mídia hegemônica, é o rombo orçamentário recorde de R$ 170,5
bilhões anunciado pelo ministro Henrique Meirelles - outrora homem público
admirado por Lula (sic). Era o Lulinha paz e amor, que agora paga caríssimo pelo
amplo pacto social que promoveu, cheio de concessões e poucas restrições.
Caçado dia e
noite, principalmente por autoridades e empresas de comunicação, agora tentam provar se Lula
mantinha relação estreita com o banqueiro André Esteves (sic), essa é a nova linha de
investigação da Lava Jato. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato
no STF mandou incluir outras "provas" no inquérito do
ex-presidente. Precisam prendê-lo e promover sua execração pública, as ordens vêm principalmente dos EUA, decadente e ávido por novos "negócios". Os novos
elementos surgiram a partir da delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral.
Além de ser alvo
de inquérito no STF, o banqueiro será investigado também na primeira instância. Teori
enviou para o juiz Sérgio Moro indícios de irregularidades relacionadas ao
embandeiramento dos postos BR do grupo empresarial de Carlos Santiago e André
Esteves. André Esteves também se enrola em outro ponto da delação de Delcídio
do Amaral. Na versão do senador cassado, Esteves e o presidente afastado da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mantêm negócios escusos envolvendo a
apresentação de emendas parlamentares nos textos de medidas provisórias.
O advogado
Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay que defende André Esteves e outros
ilustres milionários enrolados na Lava Jato, reclama da decisão judicial:
"O André Esteves nem pode ser
investigado em relação a isso, porque a relação dele com o Instituto Lula é
absolutamente formal, no mesmo parâmetro que se relaciona com outros
institutos, inclusive o do Fernando Henrique. Ninguém pode ser investigado
porque doou R$ 1 milhão, sendo que doou para outras instituições da mesma
forma. Acredito que há um excesso na investigação, que expõe desnecessariamente
uma pessoa correta e um grupo correto. Estamos vivendo uma certa
irracionalidade no país".
Lula cometeu
erros óbvios, mas não pode pagar pelo prejuízo que não causou, evidentemente
querem tirá-lo de uma possível disputa para voltar pela terceira vez à presidência
da República. O ex-senador delator Delcídio trocou sua saída da prisão e o
abrandamento de suas penas, além de uma redução substancial dos valores a serem
devolvidos à União e à Petrobras, por atitudes levianas e acusações
mentirosas.
“A emancipação dos trabalhadores será obra
dos próprios trabalhadores”, palavras do barba dos barbas, Karl Marx. Até a
vitória!



